Cinema marginal: diferenças entre revisões

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Por todo os anos 60 os cineastas do [[Cinema Novo]] impuseram sua marca, continuaram a pregar seus dogmas, mas viram suas forças diminuindo conforme o poder de repressão do Estado crescia. A [[censura]] prévia interditava filmes e nossos cineastas não conseguiam exibir seus filmes. O mercado também não ajudava. Com a proposta de se desprender do cinema de consumo fácil, rompendo com a platéia um contrato de comunicação, os filmes não encontravam produtores e dependiam do mesmo governo que os censurava, através de [[leis de incentivo]] existentes.
 
Neste momento duas vertentes surgiram e se mostraram antagônicas. De um lado aqueles que defendiam um cinema que fizesse concessões ao público e permiti-se um diálogo contínuo. Os experimentalismos e a plástica do [[Cinema Novo]] deveria mudar. De outro lado, uma nova safra de diretores, como [[Rogério Sganzerla]] ([[O bandido da luz vermelha]], [[A mulher de todos]]), [[JúlioJulio Bressane]] (Matou a família e foi ao cinema, O anjo nasceu), [[João Silvério Trevisan]] (Orgia ou O homem que deu cria) e [[Ozualdo Candeias]] (A margem, A herança) propunham um radicalismo extremo. O desencantamento com a realidade encontrariam em textura preto-e-branco defensores ferrenhos.
 
Porém, apesar da existência de uma (quase) rivalidade entre Cinema Marginal e [[Cinema Novo]], ambos possuem muitos pontos de contato, como os baixos orçamentos na fase inicial dos movimentos, a noção de autor - introduzida no Brasil pelo [[Cinema Novo]] e herdada pelo Cinema Marginal -, personagens típicos em comum, como Paulo de [[Terra em Transe]] ([[Glauber Rocha]], 1967) e o próprio [[Bandido da luz vermelha]], que são personagens desesperançosos que se desestruturam.