Alferes: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 93:
Atualmente, em [[Portugal]], alferes é um posto de oficial subalterno, intermediário entre o de [[tenente]] e o de [[aspirante a oficial]], no [[Exército Português|Exército]], na [[Força Aérea Portuguesa|Força Aérea]] e na [[Guarda Nacional Republicana]]. Na [[Marinha Portuguesa]], a patente equivalente é a de [[guarda-marinha]] ou [[subtenente]].
 
Os alunos dos cursos superiores de duração superior a cinco anos, da [[Academia Militar (Portugal)|Academia Militar]] e da [[Academia da Força Aérea (Portugal)|Academia da Força Aérea]], são graduados em alferes no 6º ano, tendo a designação honorífica de "alferes alunos".
Tal como nos restantes reinos ibéricos, no Portugal medieval, dava-se o nome de "alferes" aos porta-bandeiras dos exércitos, das unidades militares individuais, das ordens de cavalaria e de outras instituições. O alferes da bandeira Real, tinha o título de "alferes-mor do Reino", assumindo por inerência, durante parte da Idade Média, a função de comandante-chefe do Exército.
 
Tal como nos restantes reinos ibéricos, no Portugal medieval, dava-se o nome de "alferes" aos porta-bandeiras dos exércitos, das unidades militares individuais, das ordens de cavalaria e de outras instituições. O alferes da bandeira Real, tinha o título de "alferes-mor dode ReinoEl-Rei", assumindo por inerência, durante parte da Idade Média, a função de comandante-chefe do Exército, durante parte da Idade Média,.
Na organização militar, decretada pelo Rei [[Sebastião I de Portugal|D. Sebastião]] em [[1570]], cada companhia de [[ordenanças]] incluía um alferes que, além de levar a bandeira da unidade, exercia as funções de seu segundo comandante, imediatamente subordinado ao [[capitão]]. Alferes, acabou por deixar de ser uma função e passou a ser um posto de oficial que já não tinha, necessariamente, a função de levar uma bandeira. Os alferes mantiveram-se como segundos comandantes das companhias de infantaria até à introdução do posto de tenente em [[1707]].
 
Na organização militar, decretada pelo Rei [[Sebastião I de Portugal|D. Sebastião]] em [[1570]], cada companhia de [[ordenanças]] incluía um alferes, imediatamente subordinado ao [[capitão (militar)|capitão]] e encarregue de levar a bandeira da unidade. Para além de encarregue da bandeira da companhia, o alferes exercia as funções de seu segundo comandante. O desempenho das funções de segundo comandante de companhia e mesmo de comandante em caso de ausência do capitão, acabou por impedir os alferes de transportarem a bandeira na maioria das situações. Em cada companhia de infantaria, foi então introduzido o cargo de abandeirado, o qual era desempenhado por um [[pagem]] que levava a bandeira quando o alferes estava impedido de o fazer. Com o tempo, a posição de alferes deixou de ser uma função e passou a constituir uma patente de oficial, ao qual já não estava necessariamente inerente a função de porta-bandeira.
Nas armas de [[artilharia]] e de [[engenharia militar|engenharia]], o posto de alferes só foi introduzido em [[1911]]. Naquelas duas armas, até então, em vez do posto de alferes, existia o posto de segundo-tenente.
 
Os alferes mantiveram-se como segundos comandantes das companhias de infantaria até à introdução do posto de tenente, na nova organização do Exército de [[1707]].
Atualmente, a função de transportar o [[Bandeira de Portugal|Estandarte Nacional]] de uma unidade, em cerimónias militares, continua a ser atribuição de um oficial subalterno, que pode ser tanto um alferes como um [[tenente]].
 
No [[século XVIII]], a função de transportar a bandeira das unidades de infantaria passou a ser desempenhada pelos porta-bandeiras, os quais eram retirados da classe dos [[cadete]]s. Em [[1796]], cada regimento de infantaria passou a ter apenas dois porta-bandeiras, anexos à primeira e à segunda companhias de [[fuzileiros]]. No [[século XIX]], a função voltou a ser desempenhada pelos alferes, sendo tradicionalmente atribuída aos dois oficiais mais novos do regimento. Atualmente, a função de transportar o [[Bandeira de Portugal|Estandarte Nacional]] de uma unidade, em cerimónias militares, continua a ser atribuição de um oficial subalterno, que pode ser tanto um alferes como um [[tenente]].
Os alunos dos cursos superiores de duração superior a cinco anos, da [[Academia Militar (Portugal)|Academia Militar]] e da [[Academia da Força Aérea (Portugal)|Academia da Força Aérea]], são graduados em alferes no 6º ano, tendo a designação honorífica de "alferes alunos".
 
Na arma de cavalaria, até ao início século XVIII, só existiam oficialmente alferes nas companhias de cavalos couraças ([[cavalaria pesada]]), as quais eram as únicas autorizadas a usar estandarte. No entanto, era comum a sua existência em algumas companhias de cavalos arcabuzeiros. A função de segundo comandante nas companhias de cavalaria era desempenhada por tenentes. A introdução do posto de alferes em todas as unidades de cavalaria só ocorreu em 1707.
 
Nas armas de [[artilharia]] e de [[engenharia militar|engenharia]], o posto de alferes só foi introduzido em [[1911]]. Naquelas duas armas, até então, em vez do posto de alferes, existia o posto de segundo-tenente.
 
===Reino Unido===
Linha 115 ⟶ 119:
===Portugal===
{{AP|Alferes-mor de Portugal}}
Desde o reinado de [[D. Afonso Henriques]] que existiu, nona exército[[hoste]] Real, o cargo de alferes-mor de Portugal. O alferes-mor tinha a função de transportar a bandeira Real em campanha e de ser o imediato do Rei no comando supremo doda Exércitohoste. Como as funções de comando o impediam de transportar efetivamente a bandeira em campanha, essa tarefa foi atribuída a um seu substituto, denominado "alferes-menor" ou "alferes pequeno".
 
Durante o reinado de [[Fernando I de Portugal|D. Fernando I]], foram criados os cargo de [[Condestável de Portugal|condestável]] e de [[marechal de Portugal]], aos quais foram atribuídas as funções de, respetivamente, comandante-chefe e segundo comandante do Exército. O alferes-mor passou a ser então apenas o terceiro oficial na hierarquia de comando, voltando a ter funções efetivas de transporte da bandeira Real. Durante a [[Batalha de Toro]], ficou famoso [[Duarte de Almeida]] - alferes-mor de [[Afonso V de Portugal|D. Afonso V]] - pelo seu sacrifício na proteção da bandeira do Rei.