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[[Image:High Dam Burg, Aswan, Egypt, Oct 2004.jpg|right|200px|thumb|A view from the vantage point in the middle of High Dam towards the monument of Arab-Soviet Friendship (Lotus Flower) by architects Piotr Pavlov, Juri Omeltchenko and sculptor Nikolay Vechkanov]]
 
Nos anos 1950, arqueólogos começaram a levantar suas preocupações quanto a vários sítios históricos que estariam para ser inundados. A [[UNESCO]] iniciou uma operação de resgate em 1960. Através da iniciativa da UNESCO, o templo de Abu Simbel foi preservado pelo remanejamento de 22 monumentos e complexos arquitetônicos para as marges do lago Nasser.<ref name="UNESCO_Nubia_Campaign">{{citar web|url=http://portal.unesco.org/culture/en/ev.php-URL_ID=24168&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html|título=The Rescue of Nubian Monuments and Sites|lingua3=en}}</ref> Outros monumentos foram destinados a países que ajudaram com os trabalhos (como o [[Templo de Debod]] em Madri, o [[Templo de Taffeh]] em Leiden e o [[Templo de Dendur]], em Nova Iorque). Os sítios arqueológicos foram inundados pelo lago Nasser, como o [[Forte Buhen]], entre outros.Trauma
Trauma
Os núbios ainda estão traumatizados pela construção da gigantesca barragem de Aswan pelo governo egípcio, nos anos 60. Cinqüenta mil deles foram expulsos da área que habitavam há milhares de anos. Quarenta anos depois, a tragédia ameaça se repetir. Apagões de energia na crescente metrópole, a capital sudanesa Cartum, fizeram o governo decidir construir três barragens no rio Nilo ao norte da capital: em Merowe, Kajbar e Dal.
 
Contratos foram assinados com investidores e companhias de construção e, em 2003, iniciaram as obras na região sul de Núbia Merowe. Esta barragem já está quase pronta e uma área onde habitam mais de 70 mil pessoas será alagada.
 
Quanto às outras duas barragens, tudo estava tão quieto que muitos se convenceram de que o governo havia abandonado o projeto. Até que em dezembro de 2006, repentinamente, apareceram caminhões de material de construção e operários chineses no local onde a barragem de Kajbar fora planejada. A população reagiu fortemente.
 
A barragem de Kajbar não será tão grande como a de Merowe, mas a área afetada pela inundação é muito mais populosa. Os núbios reclamam que o governo não os informa a respeito dos planos e das conseqüências da construção da barragem de propósito. Moradores ouvem que, no máximo, terão de desocupar nove vilas, mas opositores calculam que, com o desvio do rio, centenas de aldeias serão inundadas.
 
Moradores da região, furiosos, montaram um comitê de resgate da Núbia. Em abril o comitê organizou dois protestos e exigiu a partida dos operários chineses com seus materiais. Mas as autoridades ficaram indiferentes e o segundo protesto foi fortemente reprimido por tropas de segurança trazidas da capital do país.
 
Chacina.
Um terceiro protesto terminou em uma chacina. A polícia abriu fogo contra os moradores da aldeia que protestavam, resultando em quatro mortos e dezenove feridos. O incidente chocou a opinião pública do Sudão. Em protesto, dois políticos do norte renunciaram.
 
A oposição expressa anos de frustrações guardadas. Por falta de desenvolvimento econômico e impostos altíssimos sobre a agricultura, pelo menos metade dos 800 mil núbios se viram forçados a sair da região para recomeçar a vida em Cartum ou no exterior.
 
Su'd Ibrahim Ahmed, uma ativista núbia que já tinha um papel decisivo nos protestos contra a barragem de Aswan nos anos 60, está convencida de que a questão agora se trata de uma campanha do regime islâmico em Cartum: "Esse regime acha que não somos bons muçulmanos. Desde que tomou o poder, em 1989, esse governo fez de tudo para tirar a população da região e nos tirar do mapa."
 
Segundo Ahmed, as barragens em Kajbar e Dal significam o fim dos povos núbios: "Junto com a barragem de Aswan, as duas barragens irão inundar a Núbia inteira. Centenas de milhares de núbios terão de abandonar suas vilas e seu país e os que trabalham fora perderão sua pátria. É o fim dos núbios como grupo com língua própria e herança cultural."
 
No entanto, o governo sudanês nega que muitos terão de se mudar da região. Os moradores não tomaram nenhuma providência para buscar outra moradia eventual. Ahmed alerta sobre o destino das pessoas que terão de se mudar em conseqüência da barragem mais ao sul de Merowe. "Não queremos chegar a tal ponto, com nossas vilas inundadas e tendo que discutir com as autoridades onde iremos morar. Não queremos deixar nosso país!"
 
Os núbios em diáspora endossam o protesto do comitê para salvar a Núbia. Em diversos lugares do mundo protestos estão sendo organizados. Nuraddin Abdelmannan, representante da comunidade Núbia em Washington DC, reforça que o comitê só procura resistência pacífica: "Nós não queremos guerra, isso só irá afundar a região ainda mais em sofrimento. Nosso desejo é mobilizar a comunidade internacional. Assim, esperamos prevenir a construção da barragem."
 
== Questões ambientais ==