Cinema marginal: diferenças entre revisões

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Os filme marginais podiam ser definidos como ultra-revolucionários, pois se as montagens cinemanovistas partiam da crítica padrão à burguesia, filmes como o Bandido da Luz Vermelha davam uma forma de apontar para os diversos vilões sociais incrustados no cotidiano brasileiro da década de 60. É o caso da mídia, que na abertura de O Bandido da Luz Vermelha é tratada com sarcasmo e deboche através de uma narração policial sensacionalista. A classe média da época, onde se encontravam os sujeitos politicamente críticos e supostamente engajados(como os diretores do Cinema Novo)também não saiu ilesa: os valores burgueses são ali representados por símbolos e caricaturas irônicas, como o liquidificador e as roupas cafonas do protagonista Bandido.
 
 
Dentro do que "deveria" ser essa produção dos anos 60 e 70 (os ditos "anos de chumbo"), o experimentalismo deveria ter um caráter profanador. A ruptura com a tradicionalidade das imagens, bem como das formas narrativas e estéticas "bem-comportadas" se tornaram características peculiares. Os marginais negavam a visão dualista de um Brasil dividido entre rural e urbano, utilizada até então pelas esquerdas para defender uma identidade nacional. As cidades começariam a ser retrato também de nosso país. O cinema marginal desenvolveu-se principalmente na [[Boca do Lixo]] paulistana, nas ruas próximas à [[Estação da Luz]], como a Vitória e a do Triunfo.