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== A Fundação ==
A Fundação Casa de Jorge Amado é uma [[organização não-governamental]] e [[Organização sem fins lucrativos|sem fins lucrativos]] cujo objetivo é preservar, pesquisar e divulgar os [[acervo]]s bibliográficos e artísticos de Jorge Amado, além de incentivar e apoiar estudos e pesquisas sobre a vida do escritor e sobre a arte e a literatura baianas. A Casa de Jorge Amado tem também como missão a criação de um fórum permanente de debates sobre cultura baiana especialmente sobre a luta pela superação das discriminações [[racismo|raciais]] e sócio-econômicas.
 
A sua criação contou com a colaboração fundamental do próprio Jorge Amado e sua esposa, Zélia Gattai, e da escritora Myriam Fraga até hoje à frente da Fundação.
 
Para manter viva a memória do escritor que já teve seus livros traduzidos para 49 línguas e publicados em 55 países<ref name="medalha">CASA DA MOEDA DO BRASIL. 90 anos de Jorge Amado. 2002. 1 medalha. Contém folheto com descrições da medalha e texto de autoria de Zélia Gattai sobre os 90 anos do escritor Jorge Amado</ref> desde que foi inaugurada, a Casa de Jorge Amado conta com uma exposição permanente de documentos, fotografias, livros, suas apropriações populares, [[adaptação fílmica|adaptações]] e objetos relacionados. Também estão expostos prêmios recebidos por Jorge e fotos tomadas por Zélia Gattai, documentando o dia-a-dia do autor.
 
Complementarmente, para atender à carência de um movimento editorial na Bahia, dinamizar a literatura e fomentar a revelação de novos escritores, foi criado o Projeto Editorial Casa de Palavras, que já conta com 142 publicações<ref name="casa">FRAGA, Myriam. 'Uma Casa de Palavras: a construção da memória - 10 anos'. Salvador: Casa de Palavras, 1997. ISBN: 85-7278-026-2.</ref>. Também são objetivos da Fundação Casa de Jorge Amado apoiar e incentivar estudos sobre as letras baianas, debater a realidade brasileira e dinamizar a literatura.
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A instituição realiza também cursos, seminários, oficinas, ciclos de conferências, palestras, lançamentos de livros e discos e exposições, individualmente e em colaboração com outras instituições.
 
::“Uma casa de palavras, fiel ao destino que lhe traçaram desde o início, quando era apenas um sonho. Casa de Jorge Amado múltipla, inquieta, mutável e mutante, que a cada dia se renova, hospitaleira e receptiva”<ref name="casa" />.
 
A adoção, sugerida por James Amado, da frase ''Se for de paz, pode entrar'', como lema da Casa, procurou expressar o desejo dos que elegeram este espaço como um local em que se privilegiasse o entendimento entre contrários, na busca da harmonia e da fraternidade, contra toda forma de discriminação.
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Em 1982, Jorge Amado comemorou 70 anos de idade e 50 anos de literatura. Naquela época, algumas instituições, no Brasil e no exterior, faziam pressão para que o escritor doasse seu acervo literário, a fim de que este pudesse ser melhor preservado e estudado. Contudo, sua esposa, a também escritora Zélia Gattai, se opunha à idéia, afirmando que o acervo pertencia aos baianos e, portanto, deveria permanecer na Bahia<ref name="nav">AMADO, Jorge. Navegação de Cabotagem: apontamentos para um livro de memórias que jamais escreverei. Rio de Janeiro: Record, 2006.</ref>.
 
Dois anos mais tarde, Myriam Fraga trouxe à tona, novamente, a questão da necessidade de se fundar uma casa que guardasse o acervo de Jorge. A [[Universidade Federal da Bahia]], cujo reitor era então [[Germano Tabacof]], se propôs a iniciar a tarefa de organizar os documentos num trabalho de reconhecimento, catalogação e preparação do acervo –, que até este momento estavam guardados na casa do escritor, no bairro do [[Rio Vermelho (bairro de Salvador)|Rio Vermelho]], em Salvador. Os responsáveis eram uma equipe de professores da [[Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia|Escola de Biblioteconomia da UFBA]].
 
O acervo era realmente importante, embora grande parte dos documentos, anteriores a 1950, tivesse sido destruída, não só em razão das perseguições políticas durante o regime do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]], como também pela sua natural dispersão durante os anos de [[exílio]].
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::"Quem guarda os caminhos da cidade do Salvador da Bahia é Exu, orixá dos mais importantes na liturgia dos candomblés, orixá do movimento, por muitos confundido com o diabo no sincretismo com a religião católica, pois ele é malicioso e arreliento, não sabe estar quieto, gosta de confusão e de aperreio. Postado nas encruzilhadas de todos os caminhos, escondido na meia-luz da aurora ou do crepúsculo, na barra da manhã, no cair da tarde, no escuro da noite, Exu guarda sua cidade bem-amada. Ai de quem aqui desembarcar com malévolas intenções, com o coração de ódio ou de inveja, ou para aqui se dirigir tangido pela violência ou pelo azedume: o povo dessa cidade é doce e cordial e Exu tranca seus caminhos ao falso e ao perverso." <ref name="bahia">AMADO, Jorge. Bahia de Todos os Santos: guia de ruas e mistérios. 42 ed. Rio de Janeiro: Record, 2002</ref>
 
Por pedido do próprio Jorge Amado, como símbolo e guardião da Fundação foi escolhido [[Exu (orixá)|Exu]], dos mais poderosos orixás da liturgia do candomblé. Senhor das encruzilhadas, Exu abre portas, fecha caminhos, protege seus afilhados e guarda as portas da Fundação ali plantado em rito solene por [[Mãe Stella de Oxóssi]], das mais respeitadas [[ialorixá]]s da Bahia –, representado pela escultura de ferro de Tati Moreno, doado pelo escritor James Amado.
 
“Apenas um reduzido grupo, no alto do Pelourinho, assistiu em silêncio ao ritual de assentamento. Mãe Stella, em trajes simples, sem a indumentária que as mães-de-santo costumam usar nas cerimônias dos terreiros, mas com a autoridade de guardiã dos conhecimentos da religião de seus antepassados, colocou, no fundo da pequena cava preparada com antecedência, o Axé, a força que emana da crença no Orixá e que, resistindo a séculos de perseguições, conseguiu sobreviver e manter unido o povo negro da Bahia”<ref name="casa" />.
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{{referências}}
 
== {{Ligações externas}} ==
*[http://www.jorgeamado.org.br Fundação Casa de Jorge Amado]
 
 
{{Museus de Salvador}}
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[[Categoria:Museus de Salvador]]
[[Categoria:Museus de história do Brasil]]