Mãe Mirinha do Portão: diferenças entre revisões

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'''Altanira Maria Conceição Souza''', '''Mãe Mirinha do Portão (Mameto Mirinha)''' ([[Lauro de Freitas]], [[21 de dezembro]] de [[1924]] — ?, [[18 de fevereiro]] de [[1989]]) foi a fundadora do Terreiro São Jorge Filho da Goméia ([[Terreiro do Portão]]) localizado em Lauro de Freitas, [[Bahia]].
 
== Biografia ==
Filha de Sr. Nestor e D. Maria Lena, cresceu como toda criança carente da periferia e com 8 (oito) anos de idade foi morar com sua madrinha na cidade de [[Salvador (Bahia)|Salvador]] com o objetivo de ajudar nas tarefas domésticas.
 
Não demorou para que os chamados viessem para que a menina Mirinha fosse para a [[Religião]] do [[candomblé]]. Era pulando as janelas furtivamente que Mirinha assistia a algumas festas de Candomblé sem perceber que teria um futuro brilhante na Religião. Desta forma com a ajuda de sua irmã carnal Claudina (apelidada de Coló) que mesmo sem ser iniciada na religião tinha uma imensa fé no seu [[Nkisi]] [[Dandalunda]] e mantinha alguns rituais em devoção a ela. Esta irmã levou Mirinha a casa do então jovem Pai de Santo [[Joãozinho da Goméia|João Alves Torres Filho]], que viria a ser mais tarde o lendário ''Joãozinho da Goméia'', cujo nome ''Goméia'' foi incorporado ao seu nome devido ao grande interesse popular em saber sobre o Pai de Santo e seus conhecimentos da Religião.
 
Mirinha é iniciada aos sete anos de idade, para o Nkisi Mutalombô e tem como segundo Nkisi Bambulusema, juntamente com mais 18 muzenzas. Na época foi de grande ousadia o feito de tirar, como se fala na linguagem do Candomblé, um barco de 19 muzenzas, mas Joãozinho da Goméia era assim (desafiador e polêmico), logo, desta forma nasceu para o Candomblé Congo/Angola da Bahia e do Brasil a Monankisi "Sessa Dya Umbula", sendo chamada pelos seus irmãos de santo por ''Sessetu'', o nome de seu erê, sendo filha pequena de [[Kilondirá]] chamada carinhosamente por Mirinha de Mãe Kiló.
 
Seguindo seu caminho dentro da Religião, Mirinha retorna para Portão e no dia 25 de dezembro de 1952 ela tira seu primeiro barco, composto por dois muzenzas: Antonio José da Conceição do Nkisi Kavungo e Maria Augusta do [[Nkisi]] [[Nkosi|Nkosi Mukumbi]], nascia aí o [[Terreiro do Portão|Terreiro São Jorge Filho da Goméia]] e, tal como aconteceu com o seu Pai de Santo, o nome da localidade de Portão seria incorporado para sempre ao seu, agora chamada de Mirinha do Portão.
 
Seguindo seu caminho dentro da Religião, Mirinha retorna para Portão e no dia 25 de dezembro de 1952 ela tira seu primeiro barco, composto por dois muzenzas: Antonio José da Conceição do Nkisi Kavungo e Maria Augusta do [[Nkisi]] [[Nkosi|Nkosi Mukumbi]], nascia aí o [[Terreiro do Portão|Terreiro São Jorge Filho da Goméia]] e, tal como aconteceu com o seu Pai de Santo, o nome da localidade de Portão seria incorporado para sempre ao seu, agora chamada de Mirinha do Portão.
No transcorrer de sua vida, Mirinha casa-se com Jarson da Costa Souza, funcionário da Prefeitura de Salvador, mais conhecido como Garrincha, que muito contribuiu para a elevação do nome de Mirinha de Portão nacional e internacionalmente.
 
Muito trabalho social foi desenvolvido por Mirinha de Portão na localidade onde o Candomblé está implantado, tais como: Transportes Públicos, Hospitais, Postos de Saúde, Campanhas de Alimentação (distribuição de cestas básicas feitas por ela com a ajuda de alguns empresários), entre outras ações. Participou das filmagens [[Cinema brasileiro|cinematográfica]]s da obra de seu dileto amigo [[Jorge Amado]]: [[Os Pastores da Noite]] e [[Tenda dos Milagres]], dando visibilidade a comunidade de Portão
 
Sua gratidão ao [[Nkisi]] [[Dandalunda]] era comovente as festas de [[Mutalambô]] aconteciam num sábado e no domingo acontecia o Presente de Dandalunda na [[Lagoa do Abaeté]] encerrando a festa. A primeira mãe pequena da Casa foi [[Areonite Conceição Chagas|Nitinha de Oxum]], hoje Ebômi do Ilê Axé Iya Nasso Oka - [[Casa Branca-Engenho Velho|Terreiro da Casa Branca]], em seguida Maria das Graças Neves neta e herdeira do Terreiro São Jorge Filho da Goméia iniciada para Dandalunda em 3 de julho de 1977, ocupou o posto de mãe pequena até a morte de Mirinha.
 
No dia 18 de fevereiro de 1989 o mundo amanheceu mais triste, faleceu Mirinha do Portão, após quatro anos de luta contra um linfoma.
 
A perda de Mirinha do Portão deixou um enorme vazio na vida de todos que a conheceram, conviveram com ela e até mesmo na vida da Comunidade de Portão que certamente perdeu uma voz autêntica que dedicou sua vida a luta pela igualdade social e racial.
Mas, pessoas como Mirinha do Portão são generosas em demasia para deixarem esta vida sem deixar os frutos daquilo que semeou a vida inteira.
 
Mas, pessoas como Mirinha do Portão são generosas em demasia para deixarem esta vida sem deixar os frutos daquilo que semeou a vida inteira.
Existem alguns Terreiros remanescentes do Terreiro São Jorge Filho da Goméia, como o Onzo Nguso Za Nkisi Dandalunda Ye Tempo - [[Terreiro Mokambo]] localizado na Rua C, Quadra 8, Lote 4 - Loteamento Vila Dois de Julho - Trobogy - [[Salvador (Bahia)|Salvador]]-[[Bahia]], que é dirigido por [[Anselmo Santos]] - Tata Dya Nkisi, filho de Mãe Mirinha.
 
Onzo Tata Kavungo - '''Terreiro São Lázaro''' localizado na Rua Queira Deus n 66 - Portão - [[Lauro de Freitas]]-[[Bahia]], que é dirigido por Valdete dos Santos - Mametu Dya Nkisi, filha de santo e sobrinha de Mãe Mirinha .
Existem alguns Terreiros remanescentes do Terreiro São Jorge Filho da Goméia, como o Onzo Nguso Za Nkisi Dandalunda Ye Tempo - [[Terreiro Mokambo]] localizado na Rua C, Quadra 8, Lote 4 - Loteamento Vila Dois de Julho - Trobogy - [[Salvador (Bahia)|Salvador]]-[[Bahia]], que é dirigido por [[Anselmo Santos]] - Tata Dya Nkisi, filho de Mãe Mirinha.
 
Onzo Tata Kavungo - '''Terreiro São Lázaro''' localizado na Rua Queira Deus n 66 - Portão - [[Lauro de Freitas]]-[[Bahia]], que é dirigido por Valdete dos Santos - Mametu Dya Nkisi, filha de santo e sobrinha de Mãe Mirinha .
O [[Terreiro São Jorge Filho da Goméia]], depois da ausência de Mirinha do Portão, por impossibilidade pessoal da herdeira Maria das Graças Neves (Gracinha de Dandalunda)retornou as suas atividades dirigido provisoriamente por sua sobrinha e filha de santo do [[Nkisi]] [[Kavungo]] Valdete dos Santos, iniciada em 18 de fevereiro de 1971, tomando a [[Dijína]] Tarainssumbu. Hoje Mãe Tunga como é chamada, chefia o Onzó Tata Kavungu. Com o afastamento de Valdete dos Santos e, novamente, por motivos pessoais da herdeira Maria das Graças Neves (Gracinha de Dandalunda) , está sendo dirigido pela irmã carnal de Gracinha, outra neta de Mãe Mirinha chamada [[Maria Lúcia Santana Neves]], iniciada para o [[Nkisi]] [[Matamba|Bambulusema]] em 27 de dezembro de 1986, tomando a [[Dijína]] de Kamurici.
 
O [[Terreiro São Jorge Filho da Goméia]], depois da ausência de Mirinha do Portão, por impossibilidade pessoal da herdeira Maria das Graças Neves (Gracinha de Dandalunda)retornou as suas atividades dirigido provisoriamente por sua sobrinha e filha de santo do [[Nkisi]] [[Kavungo]] Valdete dos Santos, iniciada em 18 de fevereiro de 1971, tomando a [[Dijína]] Tarainssumbu. Hoje Mãe Tunga como é chamada, chefia o Onzó Tata Kavungu. Com o afastamento de Valdete dos Santos e, novamente, por motivos pessoais da herdeira Maria das Graças Neves (Gracinha de Dandalunda) , está sendo dirigido pela irmã carnal de Gracinha, outra neta de Mãe Mirinha chamada [[Maria Lúcia Santana Neves]], iniciada para o [[Nkisi]] [[Matamba|Bambulusema]] em 27 de dezembro de 1986, tomando a [[Dijína]] de Kamurici.
A Prefeitura de [[Lauro de Freitas]] prestou uma homenagem a Mirinha de Portão dando o seu nome a um Terminal Turístico que existe às margens do Rio Joanes, o mesmo rio onde Mirinha viveu as traquinagens de infância e onde as águas de Dandalunda lhe serviram de companhia durante toda a vida.
 
A Prefeitura de [[Lauro de Freitas]] prestou uma homenagem a Mirinha de Portão dando o seu nome a um Terminal Turístico que existe às margens do Rio Joanes, o mesmo rio onde Mirinha viveu as traquinagens de infância e onde as águas de Dandalunda lhe serviram de companhia durante toda a vida.
No dia 15 de abril de 2004 o Terreiro São Jorge Filhos da Goméia foi tombado como '''Patrimônio Cultural do estado da Bahia''', através do [[IPAC|IPAC - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultoral]] do estado da [[Bahia]], fruto do árduo trabalho de Mirinha desenvolvido durante anos.
 
No dia 15 de abril de 2004 o Terreiro São Jorge Filhos da Goméia foi tombado como '''Patrimônio Cultural do estado da Bahia''', através do [[IPAC|IPAC - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultoral]] do estado da [[Bahia]], fruto do árduo trabalho de Mirinha desenvolvido durante anos.
=={{Ver também}}==
*[[Candomblé]]
*[[Candomblé Bantu]]
*[[Templos afro-brasileiros]]
*[[Anexo:Lista de sacerdotes do candomblé|Sacerdotes do Candomblé]]
 
== {{Ver também}} ==
{{seminterwiki}}
* [[Candomblé]]
* [[Candomblé Bantu]]
* [[Templos afro-brasileiros]]
* [[Anexo:Lista de sacerdotes do candomblé|Sacerdotes do Candomblé]]
{{Seminterwiki|data=janeiro de 2012}}
 
{{DEFAULTSORT:Mae Mirinha Portao}}
[[Categoria:Mortos em 1989]]
[[Categoria:Sacerdotes afro-brasileiros|Mae Mirinha Portao]]
[[Categoria:Naturais de Lauro de Freitas|Mae Mirinha Portao]]