Llibre dels feyts: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
FMTbot (discussão | contribs)
m Checkwiki + ajustes
Linha 1:
[[Ficheiro:Llibre.jpg|thumb|rightdireita|250px|''Llibre dels feyts'']]
[[Ficheiro:Historia del molt alt y invictissim senyor lo Rey Don Jayme de Aragon-1619-f1r.jpg|thumb|rightdireita|250px|Cópia de 1619]]
 
O '''''Llibre dels feyts''''' ou '''''Llibre dels feits''''' (em [[língua portuguesa|português]] ''Livro dos feitos do rei Jaime'', em [[catalão]] moderno, ''Llibre dels fets''), de título completo ''Llibre dels feyts del rei en Jacme'', também denominado ''Crônica de Jaime I'', é a primeira das denominadas [[quatro grandes crônicas]] da [[Coroa de Aragão]].
 
É provável que a [[conquista de Maiorca]] ([[1229]]) impulsionasse a sua redação. [[Jaime I o Conquistador|Jaime I]] faleceu em [[1276]], pelo qual a obra devia estar praticamente acabada pouco antes. Porém, as cópias conservadas são posteriores (o manuscrito mais antigo conservado é de [[1343]]).
 
== Peculiaridades ==
O título é significativo, pois não é uma "[[Crónica (historiografia)|crônica]]" mas um "livro dos fatos". Os estudos realizados na [[década de 1980]] concluíram que se trata de um livro que não pertence a nenhum gênero conhecido e que está fortemente influenciado pela linguagem oral: está redigido desde a oralidade. O autor (Jaime I) não o escreve, pois Jaime I era ''illiteratus'', não sabia escrever, embora fosse um homem culto.
{{Quote1|... I diu Mon Senyor San Jaume que la fe sense obres, morta es. Aquesta paraula va voler complr Nostre Senyor en els nostres fets...<ref>Tradução: "E diz o meu Senhor São Jaime que a fé, sem obras, morta é. Esta palavra cumpriu Nosso Senhor nos nossos fatos.". Jaime I de Aragão, ''El llibre dels feits''.</ref>}}
 
== Estrutura ==
A crônica narra, de modo autobiográfico, a vida e as gestas mais importantes do rei, especialmente as conquistas de Maiorca e [[Valência]]. A história começa com o seu nascimento e termina com a sua morte (de [[1208]] a [[1276]]). Alguém proposto por ele realizou o prólogo e o epílogo; tanto pela erudição como pela sua perfeição estilística, este prólogo deveu ser realizado por alguém de cultura superior e uma vez o rei já tinha morto.
 
O conquistador foi explícito ao expressar a finalidade das suas "memórias":
{{Quote1| '' E per tal que los hòmens coneguessen, quan hauríem passada aquesta vida mortal, ço que nós hauríem fet (...) e per dar eximpli a tots los altres hòmens del món... '' (é para que os homens conheçam, quando já tenhamos passado da vida mortal, o que nós temos feito (...) e para dar exemplo a todos os demais homens do mundo).}}
 
== Argumento ==
O conteúdo pode ser dividido em quatro partes:
* Entre [[1208]] e [[1228]]: explicam-se um conjunto quando pequenos conflitos que ocorreram na sua primeira idade, enquanto os [[templário]]s cuidavam da sua formação (o engendramento quase milagroso de Jaime I, a morte de [[Pedro II de Aragão]] em [[Muret]] e o casamento de Jaime com [[Leonor de Castela]] entre outros).
* De [[1229]] a [[1240]]: é a parte mais entretida do ''Llibre dels feyts''. Narra a conquista de Maiorca. Posteriormente chegaria a conquista de Valência. O livro tenta demonstrar que todos estes fatos foram bem sucedidos porque o rei contava com o favor divino.
* De [[1240]] a [[1265]]: os fatos narrados são menos dinâmicos. Narra os conflitos com os [[muçulmanos]] rebeldes de Valência.
* De [[1265]] a [[1276]]: volta o dinamismo e as narrações bélicas, novamente contra os muçulmanos. Ocorre a conquista de [[Múrcia]]. Adicionalmente, aparecem numerosos episódios de política interna que pretendem justificar os seus atos. Os últimos capítulos, que narram a doença que levou à morte de Jaime I, foram redigidos por alguma outra personalidade que quis incorporar a morte do monarca à crônica.
 
== Linguagem e estilo ==
A intenção didática e justificativa, bem como o sentimento religioso, refletem-se ao longo de toda a crônica. O rei, que gosta de aparecer como um heroi de [[epopeia]], nem sempre faz história militar e política, senão muitas vezes mostra os pequenos fatos da sua vida e os rincões mais íntimos da sua personalidade.
 
Utiliza-se uma linguagem viva e popular (provérbios, ditos e expressões coloquiais, uso da primeira pessoa do plural...) e da língua própria de cada um dos personagens: vários [[língua romance|romance]]s (peninsulares —[[língua catalã|catalão]], [[língua castelhana|castelhano]] ou [[língua aragonesa|aragonês]]— ou ultra-pirenaicos —[[occitano]] ou [[língua francesa|francês]]—) ou o [[língua árabe|árabe]].
 
== Versão "dos vencidos" ==
É notável que haja uma versão muçulmana contemporânea que refira os mesmos fatos: a ''Tarij Majurqa'' (História de Maiorca) de [[Ibn Amira]].<ref>Até faz pouco era considerada perdida: em 2001 o professor Muhammad ben Mamar identificou um único exemplar (26 páginas escritas por ambas as caras) numa biblioteca de [[Tindouf]], que foi editado recentemente pelo historiador Guillem Rosselló-Bordoy e o arabista Nicolau Roser. Historia National Geographic, março de 2009, pg. 8.</ref>
 
{{Referências}}
{{Tradução/ref|es|Llibre dels feits}}
 
== {{Ver também}} ==
* [[Crônica de Muntaner]]
 
== {{Ligações externas}} ==
* [{{Link|ca|2=http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/34697391092392752454679/index.htm |3=Manuscrito do ''Llibre dels feits''] {{ca}}
* [{{Link|es|2=http://books.google.es/books?id=2ATSAAAAMAAJ&printsec=frontcover |3=História do rei de Aragão, Dom Jaime I, o conquistador] |4=, trad. de Mariano Flotats e Antônio de Bofarull, 1848. {{es}}
 
{{Portal3|Literatura}}
 
{{DEFAULTSORT:Llibre Dels Feyts}}
[[Categoria:Livros do século XIII]]
[[Categoria:Crónicas medievais]]
[[Categoria:Literatura catalã]]
[[Categoria:Coroa de Aragão]]
 
 
[[ca:Llibre dels fets]]