Richard Cantillon: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Takeshi-br (discussão | contribs)
Outras contribuições
Takeshi-br (discussão | contribs)
Influência
Linha 64:
 
Além das teorias sobre empreendedorismo e economia espacial, Cantillon também forneceu uma teoria dedicada ao crescimento populacional. Ao contrário de William Petty, que acreditava que sempre há uma quantidade considerável de terra não usada e oportunidade econômica para apoiar o crescimento econômico, Cantillon teorizou que a população cresce apenas enquanto houver oportunidades econômicas.<ref>Brewer 1992, p. 36; Brewer nota que a teoria de Cantillon sobre a população era quase idêntica à aquela de [[Thomas Robert Malthus|Malthus]], que apresentou sua própria teoria décadas após a morte de Cantillon.</ref> Mais especificamente, Cantillon citou três variáveis determinantes para o tamanho da população: recursos naturais, tecnologia e cultura.<ref>Tarascio 1985, pp. 249–250</ref> Portanto, as populações crescem apenas quando as três variáveis mencionadas permitem.<ref>Rothbard 1995, p. 353</ref> Além disso, a teoria populacional de Cantillon era mais moderna que aquela de Malthus, no sentido de que Cantillon reconheceu uma categoria muito mais ampla de fatores que afetam o crescimento da população, incluindo a tendência do crescimento populacional cair a zero na medida em que a sociedade torna-se mais industrializada.<ref>Tarascio 1985, pp. 250–251</ref>
 
==Influência==
Embora o ''Essai'' não tenha sido publicado até 1755 como resultado de uma pesada censura na França, ele circulou livremente na forma de manuscrito não publicado entre a sua conclusão e sua publicação.<ref>Rothbard 1995, p. 360</ref> Ele notavelmente influenciou muitos precursores diretos da [[economia clássica|escola clássica]] de pensamento, incluindo [[Anne Robert Jacques Turgot]] e outros [[fisiocratas]].<ref name="Rothbard1995360361">Rothbard 1995, pp. 360–361</ref> Cantillon exerceu uma grande influência no fisiocrata [[François Quesnay]], que pode ter aprendido com a obra de Cantillon através de [[Victor Riqueti de Mirabeau]].<ref>Schumpeter 1954, pp. 209–210; Schumpeter escreve que "a grande obra de Cantillon saiu-se melhor tanto por causa de sua forma sistemática e didática quanto por causa da sorte de ganhar, muito antes de sua verdadeira publicação, a aprovação entusiástica e o apoio efetivo de dois homens influentes, Gournay e Mirabeau". Além disso, Schumpeter afirma que "Uma analogia pode ser útil: Cantillon estava para Quesnay, e Petty estava Cantillon, assim como Ricardo estava para Marx".</ref> Embora seja evidente que o ''Essai'' influenciou Quesnay, ainda permanece controverso a qual nível. Há evidência que Quesnay não entendeu completamente, ou não estava completamente ciente, as teorias de Cantillon.<ref name="Brewernote1">Brewer 1992, p. 168; Brewer cita uma conversa entre Quesnay e Mirabeau, como narrado por este último.</ref> Muitas das crenças econômicas de Quesnay foram elucidadas previamente no ''Essai'',<ref>Brewer 1992, pp. 174–175</ref> mas Quesnay não rejeitou várias premissas de Cantillon, incluindo a escassez da terra e a teoria populacional de Cantillon.<ref>Brewer 1992, pp. 159–175</ref> Além disso, Quesnay reconheceu a escassez de capital e a acumulação de capital como um pré-requisito para o investimento.<ref name="Brewernote1" /> No entanto, Cantillon foi considerado o "pai da fisiocracia" por Henry Higgs, devido a sua influência sobre Quesnay.<ref>Higgs 1892, p. 454</ref> É também possível que Cantillon influenciou o economista escocês [[James Denham-Steuart]], tanto diretamente quanto indiretamente.<ref>Brewer 1992, p. 175; Brewer cita a referência de Steuart a um tratado de Phillip Cantillon, que por sua vez foi baseado em grande no ''Essau'', e as muitas semelhanças entre o ''Inquiry into the Principles of Political Oeconomy'' de Steuart e o ''Essai'' de Cantillon.</ref>
 
Cantillon é um dos poucos economistas citados por Adam Smith, que tomou emprestado diretamente a teoria dos salários.<ref>Smith 2009, p. 45; "O sr. Cantillon parece supor que as menores espécies de trabalhadores comuns precisam, em qualquer lugar, ganhar pelo menos o dobro de seu próprio sustento, a fim de eles poderem cuidar de duas crianças".Cantillon 2010, pp. 59–65; Marx 2007, p. 608, n. 1</ref> Grandes partes da teoria econômica de Smith foram diretamente influenciadas por Cantillon, embora em muitos aspectos Adam Smith avançou muito além do escopo de Cantillon.<ref>Brewer 1992, pp. 192–193</ref> Alguns historiadores econômicos afirmaram que Adam Smith forneceu pouco do valor de seu próprio intelecto, notavelmente Schumpeter<ref>Schumpeter 1954, p. 179; Schumpeter afirmou que "Mas não importando o que ele realmente aprendeu ou fracassou em aprender de seus antecessores, o fato é que a Riqueza das Nações não contém uma única ideia, princípio ou método analítico que foi inteiramente novo em 1776".</ref> e Rothbard.<ref>Rothbard 1995, p. 435; Rothbard escreveu que "O problema é que ele não originou nada que fosse verdadeiro, e tudo que ele originou era falso; mesmo em uma época que havia menos citações e notas de rodapé do que a nossa, Adam Smith foi um plagiador descarado, creditando pouco ou nada e roubando grandes pedaços , por exemplo, de Cantillon".</ref> Em qualquer caso, através de sua influência sobre Adam Smith e os fisiocratas, Cantillon foi possivelmente o economista pré-clássico que mais contribuiu com as ideias da escola clássica.<ref>Hayek 1991, p. 246</ref> Um exemplo disso foi a influência de Cantillon sobre Say, que é observável na metodologia empregada em ''Treatise on Political Economy''.<ref>Salerno 1985, p. 312</ref>
 
{{Referências|col=3}}