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=== Deserção e clandestinidade ===
Desde dezembro, logo após a instituição do [[AI-5]], Lamarca mantinha contatos com [[Onofre Pinto]], ex-sargento que com ele comandaria a VPR e responsável por diversas operações de [[guerrilha urbana]] realizadas em 1968, com a intenção de criarem um futuro foco de guerrilha rural estabelecida no estado do Pará.<ref name="Gaspari, pg.46"/>, logo a garantia pelo comando da [[VPR]] de uma área de campo entusiasmou Lamarca <ref>JOSÉ, Emiliano e MIRANDA, Oldack. Lamarca: O Capitão da Guerrilha. 14.ª Ed. São Paulo: Ática, 1994, p. 44</ref>, porém nada disso existia naquele momento, já que nem a maior organização de esquerda armada da época, a [[ALN]], possuía uma área de campo para a futura guerrilha rural ainda, tal precipitação era vista como "uma temeridade" por [[Carlos Marighella]]. <ref name="JOSÉ e MIRANDA, pg.43"/>
 
O plano imediato era que Lamarca e seus companheiros de farda desertariam em [[26 de janeiro]], levando do 4º Regimento cerca de 560 fuzis, muita munição e dois obuses. A VPR então criaria um clima de guerra civil no país, bombardeando o [[Palácio dos Bandeirantes]], a [[Academia de Polícia]] e o QG do II Exército, tomando também a torre de comunicação do [[Aeroporto Campo de Marte|Campo de Marte]]. O plano entretanto, foi frustrado pelo acaso. Três dias antes da data marcada, o caminhão pintado com as cores do exército, que seria usado para a retirada das armas, foi descoberto numa [[chácara]] perto de São Paulo enquanto sua pintura era terminada. Três integrantes da VPR, ex-militares, foram presos, se passando por [[contrabandista]]s.<ref>Gaspari pg.47</ref>
 
O fato acabou com o fator surpresa esperado e obrigou a ação a ser antecipada. Em [[24 de janeiro]] de 1969, acompanhado do sargento Darcy, do cabo José Mariani e do soldado Roberto Zanirato, ele fugiu do 4º Regimento de Infantaria de Quitaúna numa [[Kombi]], levando consigo 63 fuzis FAL, três metralhadoras leves e alguma munição, bem menos que o pretendido.<ref name="memorias">{{citar web|url=http://geografiaeconjuntura.sites.uol.com.br/brasil/br34.htm|titulo=Memórias de um ex-guerrilheiro|ultimo=Maciel|primeiro=Ayrton|acessodata=18/06/2011}}</ref> Lamarca deixava as [[Forças Armadas]] e entrava na clandestinidade, na qual viveria até sua morte.