Nebulosa do Caranguejo: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Heiligenfeld (discussão | contribs)
m pequena correções
→‎Condições físicas: Corrigida a redação
Linha 39:
[[Ficheiro:Chandra-crab.jpg|thumb|left|220px|O Pulsar do Caranguejo. Esta imagem combina informações ópticas do [[Telescópio Espacial Hubble|Hubble]] (em vermelho) e imagens de [[astronomia de raios-X|raios-X]] do [[Observatório de raios-X Chandra]] (em azul).]]
 
Considerando-se a [[luz|luz visível]], a Nebulosa do Caranguejo é composta de uma massa [[oval]] de filamentos, com diâmetro angular de aproximadamente 6x4 [[minuto de arco|minutos de arco]] em torno de uma difusa região central azul difusa. Como comparação, a [[lua cheia]] tem 30 minutos de arco de diâmetro. Em três dimensões, especula-se que a nebulosa tenha a forma de um [[esferoide prolato]].<ref name="Trimble1973" /> Ao longo de sua maior dimensão visível, a nebulosa mede cerca de (13 ± 3) anos-luz.
 
Os filamentos observados são restos da [[atmosfera]] da estrela progenitora e consistem basicamente de [[hélio]] e [[hidrogênio]] [[ionização|ionizado]], juntamente com [[carbono]], [[oxigênio]], [[nitrogênio]], [[ferro]], [[neônio]] e [[enxofre]]. A temperatura dos gases nesses filamentos é de 11 000 a 18 000 [[kelvin]]s e sua [[densidade]] está é de 1 300 partículas por [[centímetro cúbico]].<ref name="Fesenetal1982">{{citar jornal|língua=Inglês | ultimo1 = Fesen | primeiro1 = R. A. | ultimo2 = Kirshner | primeiro2 = R. P. | ano =| título = A Nebulosa do Caranguejo. I - Espectrofotometria dos filamentos | jornal = [[Astrophysical Journal]] | volume = 258 | volume = 1 | páginas = 1–10 | bibcode=1982ApJ...258....1F | doi = 10.1086/160043}}</ref>
 
Em 1953, o russo [[Iosif Shklovsky]] propôs que a região azul difusa éfosse produzida por [[radiação síncrotron]], que é a radiação emitida pelo movimento curvilíneo de [[elétron]]s em velocidades depróximas até a metade daà [[velocidade da luz]].<ref>{{citar jornal|língua=Inglês | ultimo=Shklovskii | primeiro=Iosif | ano=1953 | título=Acerca da natureza da emissão óptica da Nebulosa do Caranguejo | jornal=Doklady Akademii Nauk SSSR | volume=90 | página=983 | bibcode=1957SvA.....1..690S}}</ref> Três anos depois, a teoriahipótese foi confirmada atravésa departir das observações. Na década de 1960, verificou-se que a origem das trajetórias curvas dos elétrons era devidodevida ao forte [[campo magnético]] produzido por uma [[estrela de nêutrons]] no centro da nebulosa.
 
A Nebulosa do Caranguejo é foco de muita atenção dos astrônomos, mas a sua distância daà Terra permanece uma questão em aberto devido asàs grandes incertezas em cada método utilizado para calcular sua distância. Fotografias tomadas ao longo de vários anos revelam a lenta expansão da nebulosa,<ref>{{citar web|língua=Inglês |data= |título=Animação mostrando a expansão entre 1973 a 2001 |url=http://apod.nasa.gov/apod/ap011227.html |obra=[[Astronomy Picture of the Day]] |editora=[[NASA]] |accessdata=2010-03-20}}</ref> e comparando esta expansão angular observada no céu com a sua velocidade de expansão determinada através da [[espectroscopia|análise espectroscópica]], a distância da nebulosa em relação à Terra pode ser estimada com mais precisão. Em 1973, uma análise a partir dos diversos métodos utilizados para calcular a distância à nebulosa alcançou a conclusão de 6 300 anos-luz.<ref name="Trimble1973">{{citar jornal|língua=Inglês | ultimo1 = Trimble | primeiro1 = Virginia Louise | ano = 1973 | título = A distância à Nebulosa do Caranguejo e NP 0532 | jornal = [[Publications of the Astronomical Society of the Pacific]] | volume = 85 | volume = 507 | página = 579 | bibcode = 1973PASP...85..579T | doi = 10.1086/129507}}</ref> As estimativas mais recentes dão conta que sua distância em relação à Terra é de (6,5 ± 1,8) x 10³ anos-luz, o que equivale a (2,0 ± 0,5) quilo[[parsec|kpc]]s), e que está se expandindo a uma taxa de aproximadamente 1 500 quilômetros por segundo.<ref name="Bietneholz">{{citar jornal|língua=Inglês | ultimo1 = Bietenholz | primeiro1 = M. F. | ultimo2 = Kronberg | primeiro2 = P. P. | ultimo3 = Hogg | primeiro3 = D. E. | ultimo4 = Wilson | primeiro4 = A. S. | ano = 1991 | título = A expansão da Nebulosa do Caranguejo| jornal = [[Astrophysical Journal|Astrophysical Journal Letters]] | volume = 373 | volume = | página = L59-L62 | bibcode = 1991ApJ...373L..59B | doi = 10.1086/186051}}</ref>
 
Seguindo cronologicamente de forma retrógrada e uniforme sua expansão, alcança-se uma data várias décadas após 1054, o que implica que a sua velocidade de expansão tem acelerado desde a explosão da supernova.<ref name="Trimble1968">{{citar jornal|língua=Inglês | ultimo1 = Trimble | primeiro1 = Virginia Louise | título = Movimentos e estrutura do invólucro filamentar da Nebulosa do Caranguejo | ano = 1968 | jornal = [[Astronomical Journal]] | volume = 73 | volume = | página = 535 | bibcode = 1968AJ.....73..535T | doi = 10.1086/110658}}</ref> Acredita-se que esta aceleração seja causada pela energia do [[pulsar]], que de alguma forma interfere com o [[campo magnético]] da nebulosa, que se expande e força seus filamentos em direção ao espaço vazio.<ref name="Bejgeretal2003">{{citar jornal|língua=Inglês | ultimo1 = Bejger | primeiro1 = M. | ultimo2 = Haensel | primeiro2 = P. | ano = 2003 | título = Expansão acelerada da Nebulosa do Caranguejo e a avaliação dos parâmetros de sua estrela de nêutrons | jornal = [[Astronomy and Astrophysics]] | volume = 405 | páginas = 747–751 | bibcode = 2003A&A...405..747B | doi = 10.1051/0004-6361:20030642 }}</ref>
 
A quantidade de matéria contida nos filamentos da Nebulosa do Caranguejo, ou seja, a massa de material ejetado de gás ionizado e neutro, formado principalmente por [[hélio]],<ref name="Greenetal2004">{{citar jornal|língua=Inglês | ultimo1 = Green | primeiro1 = D. A. | ultimo2 = Tuffs | primeiro2 = R. J. | ultimo3 = Popescu | primeiro3 = C. C. | ano = 2004 | título = Observações infravermelhas profundas e submilimétricas da Nebulosa do Caranguejo | jornal = [[Monthly Notices of the Royal Astronomical Society]] | volume = 355 | volume = 4 | páginas = 1315–1326 | bibcode = 2004MNRAS.355.1315G | doi = 10.1111/j.1365-2966.2004.08414.x}}</ref> é estimada em (4,6 ± 1,8) [[massa solar|massas solares]].<ref name="Fesenetal1997">{{citar jornal|língua=Inglês | ultimo1 = Fesen | primeiro1 = Robert A. | ultimo2 = Shull | primeiro2 = J. Michael | ultimo3 = Hurford | primeiro3 = Alan P. | ano = 1997 | título = Um estudo óptico do ambiente circum-estelar em torno da Nebulosa do Caranguejo | jornal = [[Astronomical Journal]] | volume = 113 | volume = | páginas = 354–363 | bibcode = 1997AJ....113..354F | doi = 10.1086/118258}}</ref> Um dos muitos componentes, ou anomalias, da Nebulosa do Caranguejo, é um [[toro (topologia)|toro]] rico em hélio, visível como uma faixa de leste para oeste, cruzando aparentemente a região do pulsar. O toro compõe cerca de 25% do material ejetado visível e é composto por cerca de 95% de hélio. Ainda não há nenhuma explicação plausível para sua estrutura ou para a formação desse toro.<ref name="MacAlpineetal2007" />
 
== Estrela central ==