Abedal Maleque ibne Maruane: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Reforma geral - p1
Reforma geral - p2
Linha 17:
Em seu reino, todos os registros mais importantes foram traduzidos para o [[língua árabe|árabe]] e, pela primeira vez, uma moeda foi cunhada especialmente para uso no Islã, o que provocou uma guerra contra o [[Império Bizantino]] de [[Justiniano II]]. Os bizantinos foram liderados por [[Leôncio]] na [[Batalha de Sebastópolis]] em 692 na [[Ásia Menor]] e foram decisivamente derrotados pelo califa após a deserção de um grande contingente de [[eslavos]]. A moeda islâmica se tornou então a única no mundo muçulmano. Além disso, muitas reformas iniciaram-se no seu tempo com respeito à agricultura e ao comércio. Abd al-Malik consolidou o poder muçulmano nos territórios conquistados e o expandiu, tornando o árabe a língua do estado, e organizando um serviço postal regular<ref>Classical Islam G.Gunebam</ref>.
 
Os seus exércitos derrotaram também [[Abdullah ibn al-ZobayrZubayr]]. Morreu aos 60 anos.
 
== Campanhas no Iraque e Hejaz ==
Linha 27:
 
Sob al-Hajjaj, os exércitos árabes também conseguiram derrotar a revolta de Abd al-Rahman ibn Muhammad ibn al-Ash'ath, no Iraque entre 699 e 701, e também conquistaram a maior parte do [[Turquestão]]. Abd al-Rahman se revoltou após as seguidas tentativas de al-Hajjaj de avançar nas terras de [[Zundil]]. Após a sua derrota no Iraque para Hajjaj, novamente conseguida com a ajuda dos reforços sírios de Abd al-Malik, Abd al-Rahman fugiu para o leste. Uma cidade ali se negou a refugiá-lo e em outra ele acabou preso, porém os exércitos de Zundil foram capazes de soltá-lo em tempo. Posteriormente, Abd al-Rahman morreu e Zundil enviou a sua cabeça para Hajjaj, que a enviou para Abd al-Malik. Estas vitórias foram a base para outras ainda maiores sob o filho de Abd al-Malik, al-Marwan.
 
== Campanhas no norte da África ==
No [[Magrebe]] (parte oeste do [[Norte da África]]), em 686 d.C., uma força liderada por [[Zuhayr ibn Qais]] venceu a [[Batalha de Mamma]] sobre os [[bizantinos]] e os [[berberes]], liderados por [[Kusaila]], na planície de [[Qairawan]], e retomou a [[Ifriqiya]] e sua capital [[Kairouan]].
 
Em 695, [[Hasan ibn al-Nu'man]] capturou [[Cartago]] e avançou até as [[Montanhas de Atlas]]. Uma frota bizantina conseguiu libertar a cidade, mas, em 698, Hasan retornou e derrotou [[Tiberios III]] na [[Batalha de Cartago (698)|Batalha de Cartago]]. Os bizantinos então se retiraram de toda a África, exceto [[Ceuta]].
 
Hasan porém encontrou resistência da tribo dos Zenata (berbere) sob [[al-Kahina]]. Eles conseguiram infligir-lhe uma séria derrota e o fizeram recuar para [[Barqa]]. Porém, em 702, Abd al-Malik enviou uma enorme quantidade de reforços. Dispondo agora de um grande exército e do apoio da população urbana do Norte da África, Hasan continuou o avanço. Ele conseguiu derrotar definitivamente os zenatas numa batalha em [[Tabarka]], a 136 quilômetros a oeste de Cartago. Ele então fundou a vila de [[Túnis]] a quinze quilômetros das ruínas de Cartago. Por volta de 705, [[Musa ibn Nusayr]] substituiu Hasan e conseguiu pacificar o resto da região, sem conseguir, porém, tomar Ceuta.
 
== Reformas ==
Abd al-Malik institui algumas reformas como:
# Tornar o árabe a língua oficial do governo por todo o império.
# Fundou uma [[casa da moeda]] que produziu o primeiro conjunto de moedas islâmicas.
# Expandiu e reorganizou o serviço postal.
# Restaurou a [[Caaba]], danificada nas guerras, e começou a tradição de tecer uma capa de seda para ela em [[Damasco]].
 
== Domo da Rocha ==
Abd al-Malik também construiu o [[Domo da Rocha]] em [[Jerusalém]], mas partes da cidade foram destruídas quando suas tropas tiveram que reprimir uma revolta. O acadêmico muçulmano al-Wasiti fez o seguinte relato deste incidente:
{{citação2|Quando Abd al-Malik tencionava construir o Domo da Rocha, ele foi de Damasco a Jerusalém. Ele escreveu, ''"Abd al-Malik quer construir um dome (''qubba'') sobre a [[Pedra da Fundação|Rocha]] para abrigar os muçulmanos contra o frio e o calor, e construir uma [[mesquita]]. Mas antes de começar ele quer saber a opinião de seus súditos."'' Com a aprovação deles, os seus enviados escreveram de volta, ''"Que [[Alá]] permita o sucesso de sua empreitada e que Ele conte o domo e a mequita como uma boa ação de Abd al-Malik e seus predecessores."' Ele então juntou artesãos de todo o seu domínio e pediu-lhes que providenciassem uma descrição e um modelo para o domo planejado antes de iniciarem as obras. Ele então ordenou a construção de um tesouro (''bayt al-mal'') na parte leste da Rocha, na beirada, e encheu-o de dinheiro. Em seguida, ele apontou [[Raja Ibn Haywah|Raja' ibn Hayweh]] e Yazid ibn Salam para supervisionarem a construção e ordenou que eles não poupassem gastos nela. Abd al-Malik retornou então para Damasco. Quando os dois homens ficaram satisfeitos com a obra, eles escreveram de volta ao califa para informá-lo de que a construção do domo e da [[Mesquita de al-Aqsa]] estava completa. Eles disseram ''"Não há nada no edifício que possa ser criticado"''. Eles escreveram que cem mil [[dinar]]es sobraram no orçamento que ele os havia confiado. Abd al-Malik ofereceu o dinheiro a eles como recompensa, mas eles negaram, indicando que já haviam sido generosamente compensados. O califa então ordenou que as moedas de ouro fosse derretidas e aplicadas no exterior do domo, que, na época, brilhava com tamanho fulgor que ninguém conseguia olhar diretamente para ele<ref>Abu-Bakr al-Wasiti, Fada'il Bayt al-Maqdis, pp. 80-81, vol 136.</ref><ref>Nasser Rabbat, The Dome of the Rock Rvisited: Some Remarks on al-Wasiti's Accounts, Muqaranas, Vol. 10, Essays in Honor of Oleg Grabar, pp. 66-75, 1993</ref>}}
 
Em seu "Livro sobre Geografia", [[Al-Muqaddasi]] relatou que uma quantia equivalente a sete vezes o produto interno do Egito foi utilizado na construção do domo. Durante a discussão com seu tio sobre o porque o califa havia gastado tanto em mesquitas em Jerusalém e Damasco, al-Maqdisi escreveu:
{{citação2|Ó meu pequeno, tu não entendes nada. Na verdade ele estava certo e foi incitado a realizar uma obra digna. Pois ele viu que a Síria era um país que há muito fora ocupada pelos [[cristãos]] e ele percebeu que havia lá belas igrejas que ainda lhes pertenciam, tão encantadoras e tão renomadas por seu esplendor, como são a [[Igreja do Santo Sepulcro]] e as igrejas de [[Lida]] e [[Edessa (Mesopotâmia)|Edessa]]. Por isso ele procurou construir para os muçulmanos uma mesquita que fosse única e uma maravilha para o mundo. E, igualmente, não é evidente que o califa Abd al-Malik, vendo a grandeza do ''martyrium'' do Santo Sepulcro e sua magnificência se convenceu que ele poderia confundir a mente dos muçulmanos e, assim, ele erigiu sobre a [[Rocha da Fundação|Rocha]] o domo que agora se vê lá<ref>Shams al-Din al-Maqdisi, Ahsan al-Taqasim fi Mar'rifat al-Aqalim, 2nd ed. (Leiden, 1967) pp. 159-171.</ref><ref>le Strange, 1890, [http://www.archive.org/stream/palestineundermo00lestuoft#page/117/mode/1up p.117]</ref>}}
 
== Morte ==
Os últimos anos de seu reinado foram, de maneira geral, pacíficos. Abd al-Malik queria que seu filho, [[al-Walid I]], o sucedesse, ignorando o decreto de seu pai que Abd al-Malik deveria ser sucedido por seu irmão, [[Abd al-Aziz ibn Marwan|Abd al-Aziz]]. Porém, Abd al-Malik aceitou o conselho de não criar novos distúrbios e acabou aceitando o desejo do pai. Porém, Abd al-Aziz morreu antes que o califa e ele então conseguiu que seus dois filhos, al-Walid e [[Sulayman ibn Abd al-Malik|Sulayman]], nesta ordem, fossem aceitos como seus sucessores. Para a história, Abd al-Malik ficou conhecido como "Pai de Reis": seus quatro filhos o sucederam como califa, um após o outro<ref>Masudul Hasa, ''History of Islam''</ref> Abd al-Malik died at [[al-Sinnabra]] in 705.<ref name=Gulrup38>Bacharach in Necipogulu, 1996, p. 38.</ref>.
 
{{Referências}}