Radio Days: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 1:
{{wikificar}}
A ERA DO SOM
 
As décadas de 30 e 40 foram os momentos áureos do [[rádio]] nos [[Estados Unidos]]. Inspirado por esse período, [[Woody Allen]] escreveu e dirigiu o filme A Era do Rádio, que conta as lembranças de um garoto e sua família judia em [[Nova Iorque]], durante a [[Segunda Guerra Mundial]]. Woody Allen narra alguns episódios fictícios do [[tempo de ouro do rádio]] norte-americano, e também conta histórias, como se fosse o protagonista, [[Seth Green]], relembrando sua infância permeada pelos programas de rádio da época.
Naquela época, o rádio tinha um papel preponderante como [[veículo de comunicação de massa]]. A melhor maneira de se manter informado sobre os acontecimentos de sua cidade e do mundo era através do rádio. O filme mostra como toda a população americana acompanhou apreensivamente a narrativa do ataque à base naval de [[Pearl Harbor]] e o resgate de uma menina que tinha ficado presa no fundo de um poço. Woody Allen também explora bem o rádio como forma de [[lazer]], quando mostra todos os membros da família do pequeno Seth escutando seus artistas e programas de rádio favoritos.
Outra demonstração da influência do rádio na vida das pessoas, e que realmente aconteceu e acabou sendo aproveitado no filme, foi o programa de [[Orson Welles]], inspirado no livro [[A Guerra dos Mundos]], de [[H.G. Wells]]. Na ocasisão, Orson Welles transmitiu um programa especial de [[Dia das Bruxas]], no ano de [[1938]], simulando uma série de relatos sobre invasões alieníginas à Terra. O programa causou tanta repercussão que a bolsa de Nova Iorque caiu e alguns americanos, assustados com a notícia, cometeram suicídio.
A força do rádio também é apresentada através da personagem [[Sally White]], interpretada por [[Mia Farrow]], que busca incessantemente trabalhar em um programa de rádio. Ela só consegue sua chance quando melhora sua dicção, porque como o meio rádio se utiliza apenas do som, nunca foi importante a aparência da pessoa. Isto fica evidente com o personagem que vive O Vingador no rádio. No programa, ele é o arquétipo de um [[super-herói]], no entanto, na vida real ele é baixo, pouco atraente e careca.
O filme é interessante por relatar de forma bem humorada e nostálgica a era de maior impacto do rádio, já que na década seguinte ele perdeu espaço com a chegada da televisão. No entanto, mesmo com a sua decadência, podemos dizer, ao assistirmos o filme, que seu apelo foi mais profundo que o da televisão. Por se apoiar apenas no som, ele é naturalmente um veículo que exige mais atenção. Desta forma, naquela época, ele estimulava [[criativamente]] os ouvintes, pois cada um construía em sua cabeça aquilo que estava sendo transmitido. As histórias, portanto, ficavam no plano do imaginário, e é isso o que consiste o glamour dos programas radiofônicos.