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{{Info/Monarca
''' Abu-Abas-Abdalá-Ben-Moa-Med ''' ([[721]] - [[754]]) foi o primeiro [[califa]] da família dos [[Abássidas]], descendente de [[Abas]], tio do profeta [[Maomé]]. Após uma guerra civil de quatro anos, destronou o último califa [[Omíada]], [[Meruão II]], ajudado pelo partido teocrático, e ocupou o trono em [[750]]. Devido à sua sangrenta perseguição dos Omiadas, mereceu o cognome de «O Sanguinário» (Saffah).
| nome =As-Saffah<br>السفّاح
| título =1º [[Califa abássida]]
| reinado =750-754
| imagem =
| legenda =
| nome completo = Abu al-`Abbās `Abdu'llāh as-Saffāh ibn Muhammad ibn Ali ibn Abdullah Ali ibn Abdullah ibn Abbas ibn Abdul Muttalib ibn Hashim
| antecessor =[[Marwan II]] ([[Omíadas|Omíada]]
| sucessor =[[Al-Mansur]]
| dinastia =[[Abássidas]]
| pai = Muhammad ibn Ali ibn Abdullah (não confundir com o [[Imame|Iman]] [[xiita]] Muhammad ibn Ali ibn Al Husayn Al Baqir)
| mãe =
| filhos =
| nascimento ={{dni|||721|si}}
| morte ={{morte|10|6|754|||721}}
|}}
'''Abu al-`Abbās `Abdu'llāh ibn Muhammad as-Saffāh''' ou '''Abul `Abbas al-Saffah''' ({{lang-ar|أبو العباس عبد الله بن محمد السفاح}} - As-Saffah السفّاح, que significa literalmente "Pessoa que doa dinheiro e é generosa"<ref>[http://www.alukah.net/Culture/0/21644/ As-Saffah Meaning Arabic]</ref>) foi o primeiro [[califa abássida]].
 
== ReferênciasHistória ==
As-Saffah era o líder da tribo dos [[Banu Hashim]], cuja linhagem descendia de [[Hashim]], um bisavô de [[Maomé]] via [[Abbas ibn Abd al-Muttalib|al-Abbas]], um tio do profeta. Os Banu Hashim contavam com grande apoio no grupo de [[Ali]], o quarto [[Califado Rashidun|califa bem guiado]], que tinha morrido em 661. Como narrado em diversos [[Hadith]] (tanto nas tradições [[sunitas]] quanto nas [[xiitas]]), eles acreditavam que no final dos tempos um outro grande líder (ou ''[[mahdi]]'') iria aparecer na família do profeta Maomé e de Ali, que irá então libertar o [[Islã]]. As políticas pouco efetivas dos últimos [[omíadas]], que toleravam os muçulmanos não-árabes e os [[xiitas]] foram incapazes de eliminar a tensão entre essas facções minoritárias.
*Dicionário Universal Ilustrado, Ed. João Romano Torres & Cª.1911.
*Nova Enciclopédia Portuguesa, Ed. Publicações Ediclube, 1996.
 
Esta tensão levou à revolta durante o reinado de [[Hisham ibn Abd al-Malik]] em [[Kufa]], uma proeminente cidade no sul do [[Iraque]]. Os xiitas se revoltaram em 736 e mantiveram a cidade cativa até 740, liderados por [[Zayd ibn Ali]], um filho de [[Husayn]] e outro membro dos Banu Hashim. A rebelião de Zayd fracassou e foi sufocada pelos exércitos omíadas em 740, mas ela foi uma demonstração tanto da força dos omíadas quanto da crescente tensão no mundo muçulmano.
{{biografias}}
 
{{esboço-biografia}}
As-Saffah preferiu se concentrar no [[Grande Coração]], uma importante região militar que abrangia o [[Irã]] oriental, a parte sul das repúblicas da [[Ásia Central]] do [[Turcomenistão]], [[Uzbequistão]], [[Tajiquistão]] e [[Quirguistão]], assim como o norte do [[Afeganistão]]. Em 743, a morte do [[califa omíada]] [[Hisham]] provocou uma guerra civil no [[Império Islâmico]]. Abu al-`Abbas, apoiado pelos xiitas e pelos residentes do Grande Coração, liderou suas forças e conseguiu subjugar os omíadas na [[Batalha de Talas]], depondo o último dos califas desta dinastia, [[Marwan II]], em 750. A guerra civil foi marcada por profecias milenaristas encorajadas pela crença de alguns xiitas de que as-Saffah seria o ''[[mahdi]]''. Proeminentes acadêmicos islâmicos escrever obras como a ''Jafr'', relatando aos fiéis que a brutal guerra civil era o grande conflito entre o bem e o mal. A escolha dos omíadas de entrar em combate portando bandeiras brancas e dos abássidas de entrar com outras negras só encorajavam essas teorias.
 
== Governo abássida ==
De acordo com as fontes abássidas, no ano de 750, as-Saffah conseguiu a vitória final na [[Batalha de Zab]]. Ele marchou sobre a capital [[Damasco]] e fundou uma nova dinastia, chamada de [[Abássidas|Abássida]]. Em seguida, ele enviou suas forças para a Ásia Central, [[Sindh]], [[Árabia]], [[Anatólia]], [[Egito]] e o [[Norte da África]] para enfrentar as forças locais e consolidar o nascente [[Califado Abássida]].
 
Preocupado com o retorno ao poder pelos omíadas, as-Saffah convidou todos os membros remanescentes da família omíada para um banquete e os assassinou a pauladas antes do início da refeição, que foi então servida aos demais convidados<ref>Roberts, J: ''History of the World''. Penguin, 1994.</ref>. O único sobrevivente, [[Abd ar-Rahman I]], escapou para [[al-Andalus]] (a [[Espanha islâmica]]), onde um califado omíada iria perdurar ainda por mais três séculos ([[Emirado de Córdoba|Emirado]] e, posteriormente, [[Califado de Córdoba]]). Por sua frieza em seu esforço para eliminar a família omíada, ele ganhou o epíteto de "al-Saffah", que significa "açougueiro" ou "derramador de sangue".
 
Após a vitória sobre os omíadas, o curto reinado de as-Saffah foi marcado por seus esforços para consolidar e reconstruir o califado. Seus aliados foram representados no novo governo, mas, com exceção da brutalidade contra os omíadas, as-Saffah é amplamente reconhecido pelos historiadores como tendo sido um conquistador generoso. [[Judeus]], [[nestorianos|cristãos nestorianos]] e [[persas]] fizeram parte de seu governo e nas administrações subsequentes. A educação também foi encorajada e a primeira [[fábrica de papel]], manejada por habilidosos [[chineses]] aprisionados na [[Batalha de Talas]], foi construída em [[Samarcanda]].
 
Igualmente revolucionária foi a reforma que ele promoveu no exército, que passou a incluir não-muçulmanos e não-árabes, contrastando frontalmente com a política dos omíadas, que rejeitava ambos os grupos. As-Saffah selecionou o hábil [[Abu Muslim]] como seu comandante militar, um oficial que permaneceria até 755 no exército abássida.
 
As-Saffah renegou suas promessas à comunidade [[xiita]] ao reclamar para si o califado. Eles esperavam que o seu [[imame|imam]] seria nomeado califa, inaugurando a era de paz e prosperidade que os milenaristas acreditavam ser iminente. A traição alienou alguns aliados de as-Saffah, embora o apoio que ele recebeu de outros grupos minoritários tornou o governo dos abássidas mais simples que o dos omíadas.
 
Abu al-`Abbas `Abdu’llah as-Saffah morreu de [[varíola]] em 10 de junho de 754, apenas quatro anos depois de depor os omíadas. Ele apontou o seu irmão [[Abu Ja'far al-Mansur]] e, em seguida, [[Isa ibn Musa]] como seus sucessores.
 
== Ver também ==
{{s-start}}
{{s-hou|[[Abássidas]]||721||754|[[Hashim (tribo)|Banu Hashim]]}}
{{s-bef|antes=[[Marwan II]]}}
{{s-ttl|titulo=[[Anexo:Lista de califas|Califa Abássida]]|anos=750 – 754}}
{{s-aft|depois=[[Al-Mansur]]}}
{{end}}
 
{{Referências}}
 
== Bibliografia ==
* Dicionário Universal Ilustrado, Ed. João Romano Torres & Cª.1911.
* Nova Enciclopédia Portuguesa, Ed. Publicações Ediclube, 1996.
* [[Muhammad ibn Jarir al-Tabari]], ''History'' v. 27, "The Abbasid Revolution," transl. John Alden Williams, SUNY, Albany, 1985.
 
[[Categoria:Califas abássidas]]