Primeira Guerra Sino-Japonesa: diferenças entre revisões

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Depois de dois séculos, a política japonesa [[Sakoku]] sob os [[shoguns]] do período Edo chegou ao fim quando o [[país]] foi forçado a abrir comércio pela intervenção americana em [[1854]]. Os anos seguintes a [[Restauração Meiji]] de [[1868]] e a queda do [[Shogunato]] o [[Japão]] transformou-se de um sociedade feudal para um estado industrial moderno. O [[Japão]] havia enviado delegações e estudantes a todo o mundo, a fim de aprender e assimilar as artes e as ciências ocidentais, o que foi feito não só para evitar que o [[Japão]] caísse sob dominação estrangeira, mas também permitir que o [[Japão]] competisse em igualdade com as potências ocidentais.<ref>Jansen, p.335</ref>
 
=== Conflito sobre a CoréiaCoreia ===
 
Como um país recém-emergente, o [[Japão]] voltou sua atenção para a [[CoréiaCoreia]]. A fim de proteger seus próprios interesses e à segurança, o [[Japão]] queria anexar a [[Coreia]] antes que outro país o fizesse, ou pelo menos garantir a efetiva independência da [[CoréiaCoreia]], através do desenvolvimento dos seus recursos e reformar a sua administração. O conselheiro prussiano Klemens Meckel declarou ao exército [[Meiji]] que a CoréiaCoreia era "um punhal apontado ao coração do Japão". O Japão sentiu que um outro poder com presença militar na península coreana seria prejudicial para a segurança nacional japonesa, e assim, o [[Japão]] resolveu acabar com séculos de soberania chinesa sobre a [[CoréiaCoreia]]. Além disso, o [[Japão]] percebeu que tendo acesso a [[CoréiaCoreia]] teriam carvão e minérios de ferro para a crescente base industrial do [[Japão]].
 
Em [[27 de fevereiro]] de [[1876]], após alguns incidentes e confrontos envolvendo isolacionistas coreanos e os japoneses, o [[Japão]] impôs o [[Tratado de Ganghwa]] na CoréiaCoreia, obrigando a [[CoréiaCoreia]] a abrir comércio com o Japão e aos estrangeiros, para proclamar sua independência da [[China]], em suas relações externas.
 
A [[CoréiaCoreia]] havia sido, tradicionalmente, um Estado tributário e continuou a sê-lo sob a influência da [[dinastia Qing]] na [[China]], que exerceu grande influência sobre os funcionários conservadores coreanos reunidos em torno da família real da dinastia Joseon. A opinião pública na Coreia estava dividida; conservadores queriam manter a tradicional relação subserviente com a [[China]], enquanto os reformistas queriam estabelecer laços com o [[Japão]] e as nações ocidentais. Depois de duas [[Guerras do Ópio]] contra o [[Império Britânico]] e a [[Guerra Sino-Francesa]], a [[China]] tornou-se fraca e foi incapaz de resistir a intervenção política e invasão territorial por parte das potências ocidentais. O [[Japão]] viu isso como uma oportunidade para substituir a influência chinesa na [[CoréiaCoreia]] com a sua própria.
[[Ficheiro:JapanPunch29September1894.jpg|thumb|Desenho satírico da [[Punch Magazine]] ([[29 de setembro]] [[1894]]), mostrando a vitória do "pequeno" Japão sobre a "grande" China.]]
 
=== Crise de 1882 ===
Em [[1882]], a península coreana sofreu uma grave seca que levou à escassez de alimentos, causando muito sofrimento e discórdia entre a população. A CoréiaCoreia estava à beira da falência e o governo não foi capaz de pagar as suas dívidas, em especial para seus militares. Houve profundo ressentimento entre os soldados do exército coreano que não haviam sido pagos havia meses. Em 23 de julho, um motim militar e um tumulto eclodiu em Seul, as tropas, ajudadas pela população, saquearam os celeiros de arroz lá. Na manhã seguinte, o palácio real e quartéis foram atacados. A multidão, em seguida, tentou atacar a delegação japonesa. O pessoal da delegação japonesa conseguiu fugir para [[Jemulpo]] e depois [[Nagasaki]], através do navio de pesquisa britânico ''Flying Fish''.
 
Em resposta, os japoneses enviaram quatro navios de guerra e um batalhão de soldados para Seul para salvaguardar os interesses japoneses e exigir reparações. Os chineses também mobilizaram 4.500 soldados para combater os japoneses. As tensões diminuíram, porém, com o Tratado de Jemulpo que foi assinado na noite de 30 de agosto de 1882 que especificava que os conspiradores envolvidos seriam punidos e 50.000 ienes seriam pagos às famílias de japoneses mortos. O governo japonês também iria receber ¥ 500.000, um pedido formal de desculpas, e autorização para construir um quartel e tropas estacionadas em sua delegação diplomática em [[Seul]].
 
=== Golpe de Gapsin ===
Em 1884, um grupo de reformistas pró-japoneses momentaneamente derrubou o governo pró-conservador chinês coreano em um sangrento golpe de Estado. No entanto, a facção pró-chinesa, com a ajuda das tropas do general chinês [[Yuan Shikai]], conseguiu recuperar o controle com um contra-golpe igualmente sangrento que resultou não só com a morte de um certo número de reformistas, mas também na queima da embaixada japonesa e as mortes de vários guardas da embaixada e cidadãos no processo. Isso causou um incidente entre o Japão e a China, mas acabou por ser resolvido pela Convenção Sino-Japonesa de Tientsin de 1885 em que os dois lados concordaram em retirar as suas forças da CoréiaCoreia, simultaneamente, não enviar instrutores militares para a formação de militares coreanos, e notificar o outro lado de antemão que uma decisão de enviar tropas para a CoréiaCoreia. Os japoneses, no entanto, foram frustrados por repetidas tentativas chinesas para minar a sua influência na CoréiaCoreia.
 
== Caso Kim Ok-Kyun ==
Em [[28 de março]] de [[1894]], um revolucionário coreano pró-japonês, [[Kim Ok-kyun]], foi assassinado em [[Xangai]], supostamente por agentes de [[Yuan Shikai]]. Seu corpo foi levado a bordo de um navio de guerra chinês e enviado de volta à [[CoréiaCoreia]], onde supostamente foi esquartejado e exibido como um aviso para outros rebeldes. O governo japonês tomou isso como uma afronta direta. A situação tornou-se cada vez mais tensa no final do ano quando o governo chinês, a pedido do imperador coreano, enviou tropas para ajudar na repressão da rebelião [[Tonghak]]. O governo chinês informou o governo japonês a sua decisão de enviar tropas para a península coreana, em conformidade com a [[Convenção de Tianjin]], e enviou-Geral Yuan Shikai como seu plenipotenciário no comando de 2.800 soldados. O Japão respondeu que eles consideravam que essa ação foi uma violação da Convenção, e enviou sua própria força expedicionária (a Brigada de Oshima) de composta de 8.000 soldados para a CoréiaCoreia. A força japonesa posteriormente capturou o imperador, ocupou o Palácio Real, em [[Seul]], em [[8 de Junho]] de [[1894]], e substituiu o governo com os membros da facção pró-japonesa. Embora as tropas chinesas já estavam deixando a [[Coreia]], encontrando-se indesejados lá, o novo governo coreano pró-japonês concedeu ao [[Japão]] o direito de expulsar as tropas chinesas com força, enquanto o Japão enviava mais soldados para a CoréiaCoreia. A legitimidade do novo governo foi rejeitada pela [[China]] e o cenário foi assim definido pelo conflito.
 
== Status de combatentes ==
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* [[1 de junho]] de [[1894]]: O [[:en:Donghak Peasant Revolution|Exército Rebelde Tonghak]] se move para Seul. O governo coreano pede ajuda do governo chinês para reprimir a rebelião.
 
* [[6 de junho]] de 1894: O governo chinês informa o governo japonês de sua operação militar. Cerca de 2.465 soldados chineses foram transportados para a CoréiaCoreia em dias.
 
* [[8 de junho]]de 1894:cerca de 4.000 soldados japoneses e 500 fuzileiros navais aterrissam em [[Incheon|Jelmupo]], apesar dos protestos coreanos e chineses.
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* [[11 de junho]] de 1894: Fim da rebelião Tonghak.
 
* [[13 de junho]] de 1894: O governo japonês manda telégrafos para o comandante das forças japonesas na CoréiaCoreia, [[Otori Keisuke]], para permanecer na CoréiaCoreia por mais tempo quanto possível, apesar do fim da rebelião.
 
* [[16 de junho]] de 1894: O Ministro dos Negócios Estrangeiros japonês [[Mutsu Munemitsu]] encontra-se com [[Wang Fengzao]], o embaixador chinês no Japão, para discutir o futuro estatuto da Coreia. Wang afirma que o governo chinês pretende retirar da Coreia depois da rebelião ser reprimida e espera que o Japão faça o mesmo. No entanto, a China também nomeia um [[:en:Resident (title)|residente]] para cuidar dos interesses chineses na CoréiaCoreia e de reafirmar o status tradicional da CoréiaCoreia como subserviente à China.
 
* [[22 de junho]] de 1894: mais tropas japonesas chegam à CoréiaCoreia.
 
* [[3 de julho]] de 1894: Otori propõe reformas do sistema político coreano, que é rejeitada pelos conservadores e coreanos que apoiavam um governo chinês.
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== Eventos durante a guerra ==
=== Movimentos de Abertura ===
Em Julho de [[1894]], as forças chinesas na CoréiaCoreia numeradas em 3000-3500 e só poderiam ser fornecidos por via marítima através da Baía de Asan. O objetivo japonês foi o primeiro a bloquear o chineses em [[Asan]] e cercar-los com suas forças por terra.
 
=== Conflito na CoréiaCoreia ===
Encomendado pelo novo governo coreano pró-japonês para expulsar as forças chinesas em território coreano pela força, o major-general Oshima Yoshimasa levou brigadas mistas japonesas com cerca de 4.000 homens em uma rápida marcha em direção ao sul de Seul para enfrentar 3.500 soldados da guarnição militar chinesa.
Em 28 de julho de 1894, as duas forças se encontraram em um combate que durou até 0730 horas da manhã seguinte. Os chineses foram perdendo terreno para os japoneses e fugiram para Pyongyang. As vítimas chinesas chegaram a 500 mortos e feridos, em comparação com 82 vítimas japonesas.
A Guerra entre a China eo Japão, foi declarada oficialmente em 1 de Agosto de 1894.
As restantes forças chinesas na CoréiaCoreia, em 4 de agosto, recuaram para a cidade do norte de Pyongyang, onde se juntou tropas enviadas da China. Os defensores 13,000-15,000 feitos reparos e preparações para a cidade, na esperança de frear o avanço japonês.
O Exército Imperial Japonês convergiram em Pyongyang de várias direções em 15 de Setembro de 1894. O exercito japonês assaltou a cidade e, eventualmente, derrotou o chinês por um ataque a partir da retaguarda, os defensores se renderam. No entanto, aproveitando-se de fortes chuvas e com a cobertura da escuridão, as tropas restantes marcharam para fora da CoréiaCoreia do Norte e rumou em direcção à costa nordeste e na cidade de Uiju. 2000 vítimas foram mortas e cerca de 4000 feridos para o chinês, enquanto o japonês perdeu 102 homens mortos, 433 feridos e 33 desaparecidos. Todo o exército japonês entrou na cidade de Pyongyang no início da manhã de 16 de Setembro de 1894.
 
=== Derrota da frota Beiyang ===
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=== Invasão da Manchúria ===
Com a derrota em Pyongyang, o chinês abandonou a CoréiaCoreia do Norte e em vez assumiram posições defensivas em fortificações ao longo de seu lado do rio Yalu perto Jiuliangcheng. Depois de receber reforços a 10 de outubro, os japoneses rapidamente empurrada para o norte para a Manchúria.
Na noite de 24 de outubro de 1894, os japoneses atravessaram a Yalu undetected por erguer uma ponte de barcas. Na tarde seguinte, de 25 de Outubro, às 5:00, eles assaltaram o posto de Hushan, a leste de Jiuliangcheng. At 10:30 pm defensores abandonado as suas posições e no dia seguinte eles estavam em plena retirada de Jiuliangcheng. Com a captura de Jiuliangcheng, 1 Yamagata Geral do Exército ocupou a cidade vizinha de Dandong, enquanto para o norte, os elementos da retirada do Exército Beiyang atearam fogo à cidade de Fengcheng. O japonês estabeleceu uma posição firme sobre território chinês com a perda de apenas 4 mortos e 140 feridos.
O japonês 1 Army Corps, em seguida, divididos em dois grupos com 5 ª Divisão Geral nozu Michitsura's Provincial avançando para a cidade de Mukden e 3 Tenente-General Katsura Taro Provincial Divisão de perseguir as forças chinesas fogem em direção ao oeste, ao longo da Península Liaodong.
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== Fim da guerra ==
O Tratado de Shimonoseki, assinado em 17 de abril de 1895. China reconheceu a independência total da CoréiaCoreia e cedeu a península Liaodong (no sul da atual província de Liaoning), Taiwan e as Ilhas Pescadores ao Japão "a perpetuidade". Além disso, a China estava a pagar 200 milhões Japão Kuping taéis como reparação. A China também assinou um tratado comercial que permita navios japoneses a operar no rio Yangtze, para operar nos portos fábricas de tratado e abrir quatro portos mais ao comércio exterior. A [[Intervenção Tripla]], porém, forçou o Japão a desistir da [[península de Liaodong]] em troca de outros 30 milhões de taéis Kuping (450 milhões de ienes).
 
=== Invasão japonesa de Taiwan ===
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O sucesso japonês durante a guerra foi o resultado da modernização e industrialização embarcou em duas décadas anteriores. A guerra demonstrou a superioridade da táctica japonês e formação, como resultado da adopção de um estilo militar ocidental. O Exército Imperial Japonês e da Marinha foram capazes de infligir uma sequência de derrotas na chinesa por meio de prospectiva, resistência, estratégia e poder de organização. Japonês subiu em prestígio aos olhos do mundo. A vitória do [[Japão]] estabeleceu como uma potência regional (se não poder uma grande) em condições de igualdade com o Ocidente e como a potência dominante na [[Ásia]].
A guerra para a China revelou a ineficácia de seu governo, suas políticas, a corrupção do sistema de administração e do estado de deterioração da dinastia Qing (algo que tinha sido reconhecida há décadas). Sentimentos anti-estrangeiros e agitação cresceu e viria a culminar com a forma do Boxer Rebellion cinco anos depois. Ao longo do século 19 da [[dinastia Qing]] foi incapaz de evitar a invasão estrangeira. Isto, juntamente com as chamadas para a reforma e os Boxer Rebellion, seriam os principais fatores que levariam à revolução de [[1911]] e da queda da dinastia Qing, em 1912.
Embora o Japão tinha conseguido o que tinha a intenção de realizar, ou seja, para acabar com a influência chinesa sobre a [[CoréiaCoreia]], Japão relutantemente foi forçada a abandonar a Península Liaodong (Port Arthur) em troca de uma indenização financeira aumentou. As potências européiaseuropeias (Rússia, especialmente), apesar de terem qualquer objecção a que as outras cláusulas do tratado, sentia que o Japão não deve ganhar Port Arthur, pois tinham suas próprias ambições nessa parte do mundo. Rússia convenceu a Alemanha ea França para se juntar a ela em aplicar a pressão diplomática sobre os japoneses, resultando na intervenção Triplo de [[23 de Abril]] de [[1895]].
Em [[1898]] a [[Rússia]] assinou um contrato de arrendamento de 25 anos na Península Liaodong e passou a configurar uma estação naval em Port Arthur. Embora isso enfureceu os japoneses, que estavam mais preocupados com a invasão russa para a Coreia do que na Manchúria. Outras potências, como França, Alemanha e Grã-Bretanha, se aproveitou da situação na China e ganhou porta e concessões comerciais à custa do decadente Império Qing. Tsingtao e Kiaochow foi adquirida pela [[Alemanha]], Kwang-Chou-Wan pela França e Weihaiwei pela Grã-Bretanha.
As tensões entre a [[Rússia]] e o Japão aumentará nos anos após a Primeira Guerra Sino-Japonesa. Durante a Rebelião Boxer uma força de oito membros internacionais foi enviado para reprimir e sufocar a revolta, a Rússia enviou tropas para a Manchúria, como parte desta força. Após a supressão dos [[Boxers]] o governo russo concordou em desocupar a área. Contudo, em [[1903]], na realidade, aumentou o tamanho de suas forças na Manchúria. As negociações entre as duas nações ([[1901]]-[[1904]]) para estabelecer o reconhecimento mútuo das respectivas esferas de influência (Rússia sobre a Manchúria e do Japão sobre a CoréiaCoreia) foi repetida e intencionalmente bloqueado pelos russos. Eles acharam que eles eram fortes e confiantes o suficiente para não aceitar qualquer compromisso e acredita Japão não se atreveria a ir à guerra contra uma potência européiaeuropeia. A Rússia também tinha intenções de usar Manchúria como um trampolim para uma maior expansão dos seus interesses no Extremo Oriente.
Em [[1902]], o Japão formou uma aliança com a Grã-Bretanha nos termos do qual afirmou que se o Japão foi à guerra no Extremo Oriente, e que uma terceira potência entrou na luta contra o Japão, Grã-Bretanha, em seguida, viria a ajuda do japonês. Esta foi uma seleção para impedir que a Alemanha ou França de intervir militarmente em qualquer futura guerra com a Rússia. British razões para aderir à aliança também para verificar a propagação da expansão russa no Pacífico, que teria ameaçado os interesses britânicos.
Aumentando as tensões entre o Japão ea Rússia como um resultado da falta de vontade da Rússia de entrar em um acordo e as perspectivas da Coreia caindo sob o domínio da Rússia, portanto, entrar em conflito com os interesses e minando do Japão, Japão obrigados a tomar medidas. Este seria o fator decisivo e catalisadoras que levaria à guerra russo-japonesa de 1904-05.