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Estudos Bíblicos
O Profeta Naum
O PROFETA NAUM
 
“O grande julgamento divino sobre Nínive, a violenta rainha do oriente”
 
 
Ele pregou a mensagem que Jonas gostaria de ter pregado e viu o que Jonas gostaria de ter visto, Nínive destruída. Com Jonas, apesar de sua mensagem de destruição, houve arrependimento. Com Naum, apenas destruição.
 
1. ESBOÇO DE NAUM
Há três partes no esboço de Naum:
1. Declaração do divino julgamento de Nínive 1.1-15
(1) O Juiz Divino 1.1-7
(2) O Julgamento Divino 1.8-15
2. Descrição do divino julgamento de Nínive 2.1-13
3. Motivos do divino julgamento de Nínive 3.1-19
 
O grande ensino de Naum é o senhorio divino sobre a História, e sua moralidade, que pune o mal.
 
2. O NOME E A MENSAGEM – UMA HARMONIA
Naum significa “consolação”, “compaixão” ou “confortador”. O nome é uma variação de Neemias, que significa “Iah consola”. Ele é chamado de “o elcosita” (1.1), isto porque era natural de Elcós, uma desconhecida cidade que, sabemos, ficava na parte sul de Judá. Profetizou para Judá, reino do Sul, e contra Nínive, capital da Assíria. A desconhecida Elcós parece ser a Cafarnaum do Novo Testamento. Ou então a cidade de Cafarnaum recebeu este nome em homenagem a ele, pois o nome da cidade significa “vila de Naum”.
 
Ali Jesus fez alguns de seus mais notáveis milagres e foi contra esta cidade que proferiu um duro discurso: “E tu, Cafarnaum, porventura serás elevada até o céu? até o inferno descerás; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje” (Mt 11.23).
 
Naum é o mais duro dos profetas, no uso de linguagem de condenação. Vejam seu “cartão de visitas”: “Oráculo acerca de Nínive. Livro da visão de Naum, o elcosita. O Senhor é um Deus zeloso e vingador; o Senhor é vingador e cheio de indignação; o Senhor toma vingança contra os seus adversários, e guarda a ira contra os seus inimigos” (Na 1.1-2).
 
Que conexão há entre sua mensagem de consolação e sua linguagem tão forte? É que ele é o único profeta que não profere julgamento contra o povo de Deus. Só prega contra os inimigos do povo de Deus. Ele consola o povo de Deus com sua linguagem dura anunciando um juízo seguro de Deus contra os adversários de Israel, especialmente a Assíria.
 
3. DATAÇÃO
Naum é um dos seis profetas menores que não têm data no texto. Pelo contexto, deduzimos que ele profetizou cerca de 710 a.C. durante o reinado de Ezequias, ou em 650 a.C., durante o reinado de Manassés.
 
4. A ORIGEM DOS NINIVITAS
As origens ninivitas remontam a Gênesis 10.9-12: “Ele era poderoso caçador diante do Senhor; pelo que se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor. O princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar. Desta mesma terra saiu ele para a Assíria e edificou Nínive, Reobote-Ir, Calá, e Résem entre Nínive e Calá (esta é a grande cidade)”.
 
O hebraico para “caçador” é tsayd. Foi assim que se tornou poderoso, caçando as pessoas, tornando-as escravas, oprimindo-as. As origens de Nínive estão na escravidão e na brutalidade.
 
5. CARACTERISTICAS DA CIDADE DE NINIVE
Nínive era bem protegida. A cidade media 48 km de extensão por 16 de largura, sendo protegida por cinco muralhas e três fossos. A chamada "Nínive interior", que era a capital propriamente dita, media quase 5 km de largura por 2,5 km de largura, protegida por muralhas de 30 metros de altura, o equivalente a um prédio de nove andares, hoje. Podemos ter uma idéia da grandeza da cidade com esta observação de Baxter:
 
Os muros tinham 30,5 m de altura, eram tão largos que três carros podiam andar lado a lado sobre eles. Essas paredes eram fortificadas com 1.500 torres, cada um com 61 metros de altura. Com base num levantamento trigonométrico, a área total foi calculada em 900 km quadrados - comparável à da moderna Londres!
 
6. O GRANDE INIMIGO – NÍNIVE
Nínive era a capital da Assíria. A cidade era assustadora. Além do poderio militar, que a fez assombrar o mundo por pelo menos meio milênio, Nínive era de uma incrível crueldade, além de seu grosseiro paganismo.
 
Alguns de seus métodos para tratar os vencidos:
Empalamento - atravessar a pessoa com uma estaca afiada, que ia do ânus em direção ao tronco.
Esfolamento - a pele da pessoa era tirada.
OBS. Os impossibilitados para o trabalho forçado, como doentes e idosos, eram levados como exemplo às portas de outra cidade sitiada, eram empalados ou esfolados, como sinal do que aconteceria aos moradores da cidade cercada se esta não se rendesse.
 
E assim entendemos o porquê da linguagem tão dura empregada pelo profeta, por ordem divina, à cidade. Deus pune a crueldade. E em matéria de crueldade, Nínive era imbatível.
 
Mas continuaremos as considerações sobre Nínive com a dura advertência contra ela feita por Sofonias: “Ainda ele estenderá a mão contra o Norte, e destruirá a Assíria; e fará de Nínive ma desolação, terra árida como o deserto. E no meio dela se deitarão manadas, todas as feras do campo; e alojar-se-ão nos capitéis dela tanto o pelicano como o ouriço; a voz das aves se ouvirá nas janelas; e haverá desolação nos limiares; pois ele tem posto a descoberto a obra de cedro. Esta é a cidade alegre, que vivia em segurança, que dizia no seu coração: Eu sou, e fora de mim não há outra. Como se tem ela tornado em desolação, em covil de feras! Todo o que passar por ela assobiará, e meneará a mão” (Sf 2.13-15). Esta advertência encontrada em outro profeta menor mostra como Nínive tinha uma reputação negativa no mundo da época e na mente dos profetas.
 
7. OBJETIVO DO LIVRO
O livro, em linguagem poética, foi escrito para consolar Judá com referência ao seu feroz inimigo, a Assíria, profetizando a completa destruição de Nínive e a proteção de Judá (veja Is 14.24-27). A justiça e o julgamento de Deus sobressaem no livro. Neste sentido, os versículos chaves são 1.2-3: “O Senhor é um Deus zeloso e vingador; o Senhor é vingador e cheio de indignação; o Senhor toma vingança contra os seus adversários, e guarda a ira contra os seus inimigos. O Senhor é tardio em irar-se, e de grande poder, e ao culpado de maneira alguma terá por inocente; o Senhor tem o seu caminho no turbilhão e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés”, e 1.7: “O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia; e conhece os que nele confiam”. Aliás, este é um versículo que vale a pena ser decorado e internalizado no coração. É uma das jóias ocultas nas páginas da Bíblia.
 
8. O CARÁTER RETRIBUIDOR DE DEUS (Na 1.2-3,6)
Naum descreve um Deus zeloso e vingativo, que virá com ira abrasadora contra seus inimigos, como se vê logo em 1.6: “Quem pode manter-se diante do seu furor? e quem pode subsistir diante do ardor da sua ira? a sua cólera se derramou como um fogo, e por ele as rochas são fendidas”. A propósito deste caráter de Deus veja também Êxodo 20.5; 32.9-10; Deuteronômio 4.24; Josué 24.19; Romanos 12.19; Hebreus 12.29; Apocalipse 6.15-17; 19.15.
 
Naum declara enfaticamente o julgamento dos ninivitas porque além da crueldade já mencionada, eles teriam recebido a misericórdia anos atrás, com Jonas. Foram advertidos, arrependeram-se, foram perdoados, mas teriam voltado à iniquidade e crueldade (Ez 18.20-27). Desprezaram a graça de Deus. Seu arrependimento foi efêmero, fugaz, só para se livrar de uma situação. Não foi uma conversão que modificou a vida nacional. A retomada da antiga perversidade e violência intensificou o peso do seu castigo, sobretudo diante do desrespeito à misericórdia divina.
 
CONCLUSÃO
Deus é o Senhor da história. Nunca perdeu e nunca perderá o domínio. Eventualmente pode demorar em seu juízo, porque seu relógio não é o nosso, mas por fim, sua vontade prevalecerá. Para os incrédulos, uma advertência. Para nós, uma promessa. Há um Deus que pune o mal e que faz sua vontade triunfar. Há um Deus que vê os adversários de seu povo e os pune no momento certo. Por isto, confiemos no poder de um Deus que conduz a história e que a faz caminhar para onde ele deseja.
 
Lembremos de Hebreus 10.30: “Pois conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo”. Deus não perdeu o controle do mundo e age no tempo que lhe apraz.
 
No ano de 612, Nínive foi destruída por uma coalizão de babilônios, citas e medas. Sobre suas ruínas não voltou a existir nenhuma cidade importante.
 
BIBLIOLOGIA
Síntese do artigo O PROFETA NAUM do Pr. Isaltino Gomes Coelho para o campus avançado do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil em Cabo Frio, agosto de 2004.
BAXTER, J. Examinai as Escrituras. S. Paulo: Edições Vida Nova, vol. 3, 1995, p. 228.