Psicopatologia: diferenças entre revisões

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===Fenomenologia===
 
[[Karl Jaspers]], o responsável por tornar a psicopatologia uma ciência autônoma e independente da [[psiquiatria]], afirmava que o objetivo destada fenomenologia é "sentir, apreender e refletir sobre o que realmente acontece na alma do homem". No entanto, a psicopatologia é a própria razão de existir da psiquiatria, sua disciplina fundamental, básica, nuclear. Para Jaspers, a psicopatologia tem por objetivo estudar descritivamente os fenômenos psíquicos anormais, exatamente como se apresentam à experiência imediata, buscando aquilo que constitui a experiência vivida pelo enfermo.
 
A psicopatologia se estabelece através da observação e sistematização de fenômenos do psiquismo humano e presta a sua indispensável colaboração aos profissionais que trabalham com saúde mental, em especial os [[Psiquiatria|psiquiatras]], os [[Psicologia|psicólogos]], os [[Médico de família (profissão)|médicos de família]] e os [[Neurologia|neurologistas clínicos]]. Pode estar fundamentada na [[fenomenologia]] (no sentido de [[psicologia]] das manifestações da [[consciência]]), em oposição a uma abordagem estritamente médica de tais patologias, buscando não reduzir o sujeito a conceitos patológicos, enquadrando-o em padrões baseados em pressupostos e preconceitos.
 
Autores como [[Karl Jaspers]]<ref name="jaspers">JASPERS, Carl. '''Psicopatologia Geral'''. 2 v. São Paulo: Atheneu, 2006.</ref> e [[Eugène Minkowski]]<ref name="minkowski">MINKOWSKI, Eugène. '''Traité de Psycopalologie'''. Institut Synthélabo/Le Plessis-Robinson, 1999.</ref> devem nos inspirar ainda a que estabeleçamosbuscam uma ponte possível entre a psicopatologia descritiva e a fenomenológica. Diferentemente de outras especialidades médicas, em que os sinais e sintomas são ícones ou índices, a psiquiatria trabalha também com símbolos. Posto isso, o pensamento, a sensibilidade e a intuição ainda são, e sempre serão, o instrumento propedêutico principal do psiquiatra, pois que, sem a homogeneidade conceitual do que seja cada fato psíquico não há, e não haverá, homogeneidade na abordagem clínico-terapêutica do mesmo. Essa éseria auma tarefa do terapeuta: mergulhar nos fenômenos que transitam entre duas consciências, a nossa, a do psiquiatra/pessoa e a do outro, a do paciente/pessoa. Deixar que os fenômenos se fragmentem, que suas partes confluam ou se esparjam, num movimento próprio e intrínseco a eles. Cabe-nos aao profissional efetuar uma leitura da configuração final desse jogo estrutural, sem maiores pressupostos ou intencionalidade, e com procedimentos posteriores de verificação.
 
== Sistemas de classificação dos transtornos mentais ==