Lumpemproletariado: diferenças entre revisões

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Na obra ''A Ideologia Alemã'', Marx e Engels descrevem sucintamente o que entendem como Lumpenproletariat: ao pé da letra, proletariado em farrapos. Elementos desclassificados, miseráveis e não organizados do proletariado urbano” (Marx e Engels, 2001a, p. 108). Uma outra referência é realizada no I volume de ''O Capital'': “[...] Abstraindo vagabundos, delinquentes, prostitutas, em suma o lumpemproletariado propriamente dito [...]” (Marx, 1988, p. 199). O ''Manifesto do Partido Comunista'' não poupa severas críticas a estes sujeitos: “O lumpemproletariado, essa putrefação passiva dos extratos mais baixos da velha sociedade, pode, aqui e ali, ser arrastado ao movimento por uma revolução proletária; no entanto, suas condições de existência o predispõem bem mais a se deixar comprar por tramas reacionárias” (Marx e Engels, 2001b, p. 76).
 
'''O conceito lumpemproletariado, cuja tradução do alemão (lumpenproletariat) ao português designa o “homem trapo”, é apresentado por Marx de modo pejorativo.''' Seu campo de significação corresponde aos homens localizados em uma fronteira tênue que pouco distingue sujeitos oriundos da decadência burguesa e a escória da classe operária, homens à mercê do álcool, andarilhos urbanos, trapeiros, vagabundos sem classe definida e susceptíveis aos encantos da vida boêmia. O tom depreciativo de Marx ao lumpemproletariado diz respeito à incapacidade desse segmento em tomar partido em nome da classe trabalhadora. Marx considerava-os um dano às intenções socialistas, dado o caráter assistemático e desprovido de métodos revolucionários, que são difundidos pela consciência de classe e pelo partido.
 
'''Mas existe um pensamento revolucionário atrelado às camadas sociais marginalizadas.'''
 
Diferentemente de Marx, '''Benjamin avalia as potencialidades do lumpen enquanto desvio diante da monotonia do trabalho produtivo e burocrático que tanto sustenta a vida burguesa racionalmente organizada em torno da atividade lucrativa.''' De acordo com as indicações de Benjamin, é possível supor que Marx primitivamente designava o lumpemproletariado como “conspiradores profissionais”. Isto é atestado pela boheme. Estes conspiradores não pertencem ao mundo do trabalho, ou seja, não são da classe operária e muito menos pertencem à classe burguesa. Como restos, sobras da sociedade ou voluntariamente desempregados, são indivíduos que não se adaptaram ao capitalismo e muito menos à possibilidade de uma revolução proletária. '''São “conspiradores profissionais”''' porque, contrariamente aos “conspiradores casuais”, '''têm uma vida oposta ao trabalho e não a favor dele.''' '''Contra a opressão das fábricas, não apenas a do patrão em relação ao trabalhador, mas também a opressão do trabalho contra a vida humana''', os conspiradores profissionais substituem o partido ou o sindicato pela praxis da taverna, e a revolução proletária dilui-se diante da baderna e do álcool. Já os “conspiradores casuais”, estes trabalhadores comuns engajados, promovem o labor para sobreviver e, quando muito, conspiram para seguir trabalhando, mas com novos dirigentes no comando como, por exemplo, representes ou membros da vanguarda revolucionária na chefia das fábricas. '''Sob um prisma filosófico e sociológico, pode-se dizer que a revolução elucidada por Marx possui cunho cartesiano, o que significa dizer que não abre mão, no sentido weberiano, de uma ética do trabalho, na qual a racionalidade e a vida regrada são a fonte da inspiração revolucionária, de modo a negar o ócio e tudo que é inútil à produtividade.'''
Ver A REVOLUÇÃO VAGABUNDA: BAUDELAIRE, WALTER BENJAMIN E O FIM DA HISTÓRIA de Paulo Niccoli Ramírez http://www.pucsp.br/ponto-e-virgula/n8/artigos/pdf/pv8-15-pauloramirez.pdf
 
Nesta mesma linha, crítico coa naturalização que os "marxistas tradicionais" têm feito das formas essenciais da produção mercantil, criticando as categorías de base do capitalismo, que são as categorías do trabalho, da mercadoria, do valor e do dinheiro, temos ao Grupo Krisis, já desde os anos 80. http://fr.wikipedia.org/wiki/Krisis
 
O site da revista Krisis. Crise e crítica da sociedade mercantil:
http://en.wikipedia.org/wiki/Krisis
http://fr.wikipedia.org/wiki/Krisis
 
Site Critique de la valeur. Repenser une théorie critique du capitalisme:
http://palim-psao.over-blog.fr/
 
Site da revista EXIT !:
http://www.exit-online.org/text.php?tabelle=transnationales
 
 
 
{{marxismo}}
O termo '''lumpemproletariado''' (do [[língua alemã|alemão]] ''Lumpenproletariat'': 'seção degradada e desprezível do proletariado', de ''lump'' 'pessoa desprezível' e ''lumpen'' 'trapo, farrapo' + ''proletariat'' 'proletariado') ou '''lumpesinato''' <ref>''Dicionário Houaiss''</ref> ou ainda '''subproletariado''' designa, no vocabulário [[marxista]], a população situada socialmente abaixo do [[proletariado]], do ponto de vista das condições de vida e de trabalho, formada por frações miseráveis, não organizadas do proletariado, não apenas destituídas de recursos econômicos, mas também desprovidas de consciência política e [[consciência de classe|de classe]], sendo, portanto, suscetíveis de servir aos interesses da [[burguesia]]. Assim, segundo os teóricos da revolução, o lumpemproletariado seria pernicioso, já que seu [[cinismo]] e sua absoluta ausência de [[valores]] poderiam contaminar a [[consciência]] revolucionária do proletariado.
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== {{Ver também}} ==
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* [[Movimento social]]
* [[Pobreza]]
 
* http://www.krisis.org/navi/francais
=== Ligações externas===