Luis de Góngora y Argote: diferenças entre revisões

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Era filho de Francisco de Argote, jurista e corregedor em Córdoba, e de sua esposa, Leonora de Argote, pertencendo assim a uma das famílias privilegiadas da cidade.
Aos 15 anos foi para [[Salamanca]] para cursar os estudos jurídicos e filosóficos na sua [[Universidade de Salamanca|Universidade]]. Cursou a Universidade sem destaque, e decidindo-se enveredar pela carreira eclesiástica, tomou ordens menores em [[1585]]. Por essa altura já era conhecido como poeta, sendo os seus dotes líricos louvados por [[Miguel de Cervantes]] na sua ''[[La Galatea]]''.
 
Iniciou a sua carreira eclesiástica com um emprego na catedral de Córdova, mas a sua vida boémia e a mordacidade de algumas das suas poesias trouxeram-lhe a reprovação dos seus superiores na igreja, sendo-lhe negada a ordenação sacerdotal.
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Nesta fase da sua vida viajou consideravelmente por terras de [[Reino de Castela|Castela]], [[Navarra]] e [[Galiza]], tendo vivido em [[Madrid]] e [[Valladolid]], granjeando crescente fama como poeta inspirado.
 
Em [[1605]] foi-lhe finalmente concedida ordenação sacerdotal e por influência do [[duque de Sandoval]] foi nomeado em [[1617]] para um dos postos de capelão honorário do rei [[Filipe III de Espanha]], fixando-se então em Madrid e passando a frequentar a corte. Diz-se que se arruinou financeiramente com o seu estilo de vida, amante de luxos e de divertimentos, e por ter procurado conseguir cargos e prebendas para quase todos os seus familiares.
 
Pelos pleitos, documentos e sátiras do seu grande rival, [[Francisco de Quevedo]], sabemos que era jovial e falador, muito sociável e amante do luxo e das diversões profanas, como por exemplo os jogos de cartas e os toiros, a ponto de ter sido muito frequentemente censurado pelo pouco que dignificava os hábitos eclesiásticos. Na época foi tido por mestre da sátira, embora não tenha usado os extremos expressionistas de Quevedo nem as negríssimas tintas de [[Juan de Tassis y Peralta]], o segundo [[conde de Villamediana]], um dos seus melhores discípulos poéticos e de quem foi amigo.
 
Em [[1626]], uma grave doença, que lhe prejudicou gravemente a memória, levou-o a regressar a Córdova, cidade onde, sem nunca recuperar a saúde, faleceu.
 
== Obra ==
Góngora aparentemente não tinha grande apreço pela [[tipografia]] e pelas vantagens do [[livro]] impresso. Apesar de ter tido desde muito cedo admiradores da sua obra, apenas em [[1623]] empreendeu uma tentativa de publicação, a qual, apesar das cartas trocadas com o editor e do aparente empenho do autor, não logrou êxito. Daí que Góngora não tenha publicado em vida qualquer das suas obras, tendo a sua divulgação inicialmente seguido o padrão típico da época anterior à introdução da imprensa: elas passaram de mão em mão em cópias manuscritas que foram sendo coleccionadas e recopiadas em cancioneiros, romanceiros e antologias, alguns deles depois publicados com ou sem a permissão do autor.
 
Em resultado dessa divulgação não impressa, são múltiplas as cópias existentes das diversas obras, algumas com variantes eventualmente do autor. Entre as variantes conhecidas, é considerada como preservando o texto mais fidedigno a contida no chamado ''Manuscrito Chacón'', copiado para o [[Conde-Duque de Olivares]], já que contém anotações autógrafas de Góngora e a cronologia de cada poema.
 
No ano em que faleceu (1626) o impressor [[Juan López Vicuña]] publicou uma antologia intitulada ''Obras en verso del Homero español'', a primeira edição impressa dedicada exclusivamente às obras de Góngora. Apesar de uma dedicatória ao censor geral, a edição foi mandada recolher pela [[Inquisição]], tendo pouca divulgação. Nova edição surgiu em [[1633]] pela mão de [[Gonzalo de Hoces]], conhecendo algum sucesso.
 
Apesar destas dificuldades iniciais, as obras de Góngora, como as de [[Juan de Mena]] e [[Garcilaso de la Vega]], começaram a ser amplamente glosadas e comentadas por personagens como [[José de Pellicer]], [[Salcedo Coronel]], [[Salazar Mardones]], [[Pedro de Valencia]] e outros.
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Estes eram os traços mais marcantes da estética barroca de Góngora, a que depois em sua honra se chamou ''gongorismo'' . Deste ''[[Gongorismo]]'' nasceu o hoje depreciativo epíteto de ''gongórico'' por vezes aplicado à linguagem prolixa e convoluta. Outra designação dada ao estilo cultivado por Góngora foi a de ''[[culteranismo]]'', inicialmente considerada pejorativa por analogia com a palavra ''luteranismo'', já que os adversários de Góngora, que cunharam o termo, consideravam os poetas ''culteranos'' como os hereges da poesia.
 
A crítica, desde [[Marcelino Menéndez Pelayo]], tem distinguido tradicionalmente duas épocas, ou dois estilos ou maneirismos, na obra de Góngora: o ''príncipe da luz'', que corresponderia à sua primeira etapa como poeta, quando compôs romances e poemetos unanimemente louvados desde época Neoclássica; e o ''príncipe das trevas'', quando a partir de [[1610]] compõe a ode ''A la toma de Larache'' e passa a produzir poemas obscuros e ininteligíveis. Até à época romântica esta parte final da sua obra foi duramente criticada e incluso censurada.
 
Esta teoria do dualismo na obra de Góngora foi rebatida por [[Dámaso Alonso]], que demostroudemonstrou que as características de complexidade e obscuridade já estavam presentes na primeira fase da obra, as quais, fruto de uma natural evolução, apenas chegaram aos ousados extremos que tanto lhe foram criticados na sua fase mais tardia. Em romances como a ''Fábula de Píramo y Tisbe'' e em alguns poemas da fase inicial já se encontram jogos de palavras, alusões, conceitos e uma sintaxe latinizante, se bem que mascaradas pela brevidade dos versos, pela sua musicalidade e ritmo, e pelo uso de formas e temas tradicionais.
 
=== Poemas ===
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Luis de Góngora compôs também duas peças teatrais: ''Las finezas de Isabela'' e ''El doctor Carlino''. Estas obras não tiveram grande aceitação, não sendo consideradas entre as suas melhores produções literárias.
 
== {{LinksLigações externos}}externas ==
* [http://www.cervantesvirtual.com/info_autor/00000126.shtml Monografia sobre Luis de Góngora na Biblioteca Virtual Cervantes.]
* [http://www.brown.edu/Departments/Hispanic_Studies/gongora/ Obras completas de Góngora.]
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[[an:Luis de Góngora]]
[[bs:Luis de Góngora]]