Ilhabela: diferenças entre revisões

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Pesquisas arqueológicas realizadas desde o final da década de 1990 mostram que pelo menos quatro das ilhas do arquipélago de Ilhabela foram habitadas muito antes da chegada dos europeus ao Brasil. Isso foi possível graças à descoberta de sítios arqueológicos pré-coloniais denominados "concheiros", "abrigos sob rocha" e "aldeias indígenas". Os "concheiros" permitiram aos arqueólogos concluírem que os primeiros habitantes do arquipélago foram os chamados "homens pescadores-coletores do litoral", indígenas que não dominavam a agricultura e nem a produção de cerâmica, sobrevivendo apenas do que encontravam na natureza, especialmente animais marinhos. Não existe ainda a datação de nenhum desses "concheiros". Também foi encontrada na Ilha de São Sebastião grande quantidade de cerâmica indígena da tradição Itararé, possivelmente produzida por indígenas do tronco lingüísticolinguístico [[macro-jê]]. Não há, até o momento, nenhuma evidência arqueológica de que tenha existido no arquipélago alguma aldeia do tronco lingüísticolinguístico [[tupi]].
[[Ficheiro:Ilha Bela 028.jpg|300px|thumb|right]]
Em [[20 de janeiro]] de [[1502]] a primeira expedição exploradora enviada ao Brasil pelos portugueses, comandada pelo navegador [[Portugal|português]] [[Gonçalo Coelho]] e trazendo a bordo o [[Cosmografia|cosmógrafo]] [[Itália|italiano]] [[Américo Vespúcio]], encontrou uma grande ilha que, segundo o aventureiro [[Alemanha|alemão]] [[Hans Staden]], era chamada pelos [[tupis]] de ''Maembipe'' ("''lugar de troca de mercadorias e resgate de prisioneiros''"). Essa ilha, assim como fora feito em outros acidentes geográficos importantes, foi batizada pelos membros da expedição com o nome do santo do dia, ''[[São Sebastião]]''. Também se diz que era chamada pelos indígenas por Ciribaí (lugar tranquilo).
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Com a chegada do português Francisco de Escobar Ortiz sendo o primeiro povoador da ilha de S. Sebastião, onde obteve de [[Pero Lopes de Sousa]], donatário da capitania, cem léguas de terra para si e sua nobre geração e de sua mulher Ignez de Oliveira Cotrim, que ambos vieram da capitania do Espírito Santo para a ilha de S. Sebastião.
 
Ignez de Oliveira Cotrim era bisavó do Capitão [[Bartolomeu Pais de Abreu]], de [[João Leite da Silva Ortiz]] e de sua neta de mesmo nome Ignez de Oliveira Cotrim casada com AntonioAntônio de Faria Sodré irmão do Padre [[João de Faria Fialho]].
 
Segundo escreveu [[Pedro Taques de Almeida Pais Leme]], foi Francisco de Escobar Ortiz senhor de dois engenhos de açúcar, os primeiros na ilha.
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Devido a sua posição estratégica era muito utilizada para fazer "aguada" ou seja, caravelas e galeões de passagem paravam na ilha para pegar água fresca e viveres.
 
Entre os anos de 1588 e 1590 passaram por essa ilha os corsários ingleses Edward Fenton e Thomas Cavendish, esse último depois de ter sido derrotado em Vitória do Espírito Santo, voltou a ilha buscando refúgio, mas sofreu mais uma grande perda de homens em um embate quando uma milicia de portugues os atacaram em uma noite sem que esperassem.<ref>Ernesto Reis; "Piratas no AtlanticoAtlântico Sul"; ed. Giostri; ISBN: 9788581080871</ref>
 
Em [[1608]] chegariam outros sesmeiros que viriam a se estabelecer em ambas as margens do [[Canal de São Sebastião]]. Em [[16 de março]] de [[1636]] seria criada a [[Vila de São Sebastião]], que se desmembrou político- administrativamente da [[Vila do Porto de Santos]]. A nova Vila abrangeu também o território da Ilha de São Sebastião.
 
No começo do [[século XIX]], quando a Ilha de São Sebastião contava com cerca de três mil habitantes e seu principal povoado chamava-se [[Capela de Nossa Senhora D'ajudaAjuda e Bom Sucesso]].
 
Nessa época foi iniciado um movimento por emancipação da Ilha de São Sebastião da Vila de São Sebastião, liderado pelo capitão [[Julião de Moura Negrão]], pelo [[Alferes José Garcia Veiga]] e pelo senhor de engenho [[Carlos Gomes Pereira]]. Sensibilizado, o capitão-general (cargo equivalente, nos dias de hoje, ao de governador) [[Antônio José da Franca e Horta]] baixou, em [[3 de setembro]] de [[1805]] a portaria elevando a antiga Capela de Nossa Senhora D'ajudaAjuda e Bom Sucesso à condição de Vila. Por indicação do próprio Franca e Horta, a nova vila seria denominada ''Vila Bela da Princesa'', em homenagem à [[Príncipe da Beira|Princesa da Beira]], a Infanta [[Dona Maria Teresa Francisca de Assis Carlota Joana Josefa Xavier de Paula Micaela Rafaela Isabel Gonzaga de Bragança| Dona Maria Teresa Francisca]], filha mais velha de [[D. João VI]] e [[D. Carlota Joaquina]], irmã de [[D. Pedro I]]. Vila Bela da Princesa foi oficialmente instalada à [[23 de janeiro]] de [[1806]].
 
Em [[21 de maio]] de [[1934]], o governo paulista realizou, em meio a grave crise econômica pela qual atravessava o país, uma reestruturação na divisão territorial do Estado, quando extinguiu 18 pequenos municípios, entre eles o de Vila Bela da Princesa (cujo nome já havia mudado para '''Vila Bela'''), que voltou a integrar o território da Vila de São Sebastião. A extinção do município foi revogada em [[5 de dezembro]] de [[1934]]. Por imposição do governo ditatorial de [[Getúlio Vargas]] que baixou o decreto federal nº 2140, o nome de Vila Bela mudou, a partir de [[1º de janeiro]] de [[1939]], para [[Formosa]]. Inconformados, os moradores iniciaram um movimento popular contra o novo nome até que, em [[30 de novembro]] de [[1944]], o governo estadual baixou o decreto nº 14334, mudando o nome do município, a partir de [[1º de janeiro]] de [[1945]], para '''Ilhabela'''.
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[[Ficheiro:Ilha Bela 032.jpg|thumb|direita|250px]]
 
O município- arquipélago de Ilhabela possui um território de 348,3&nbsp;km² (IBGE) e suas principais ilhas são, pela ordem em termos de área, a de São Sebastião, a dos Búzios, a da Vitória e a dos Pescadores - todas habitadas. Fazem parte ainda do arquipélago os ilhotes das Cabras, da Sumítica, da Serraria, dos Castelhanos, da Lagoa, da Figueira e das Enchovas. A Ilha de São Sebastião - onde fica a área urbana do município - está localizada defronte aos municípios de [[São Sebastião (São Paulo)|São Sebastião]] a noroeste e [[Caraguatatuba]] a norte. Com 337,5&nbsp;km², a Ilha de São Sebastião é a segunda maior ilha marítima do Brasil, superada apenas pela de [[Ilha de Santa Catarina|Santa Catarina]], que abriga a maior parte do município de [[Florianópolis]], a [[capital]] de [[Santa Catarina]]. Em sua orla – com cerca de 130 quilômetros extensão – o [[Relevo (geografia)|relevo]] desenha reentrâncias e mergulhos, com 45 praias principais e outra dezena de pequeninas praias situadas, irregularmente, ao pé das escarpas.
 
A Ilha de São Sebastião está separada do continente pelo Canal do Toque-Toque, que possui cerca de 18 quilômetros de extensão e largura variando em torno de dois a cinco quilômetros. É possível atingi-la através do serviço de travessia por balsas da [[Travessia São Sebastião-Ilhabela]] da [[Dersa]]. A ilha possui um relevo bem acentuado, com montanhas com mais de mil metros de altura. Essas formações com grande altitude fazem uma ''barreira'' para os [[vento]]s carregados que vêm do mar, e por isso, mesmo com características [[Tropical|tropicais]]. A distância entre o extremo sul e o extremo norte da ilha é de mais de 22&nbsp;km. A Península do Boi, localizada na porção sudoeste da ilha, corre cerca de 8&nbsp;km mar adentro.