Vicente Ferrer Neto de Paiva: diferenças entre revisões

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'''Vicente Ferrer Neto de Paiva''' (Freixo, [[Vilarinho (Lousã)|Vilarinho, Lousã]], [[27 de Junho]] de [[1798]] — [[Vilarinho (Lousã)|Vilarinho, Lousã]], [[11 de Janeiro]] de [[1886]]) foi um professor da [[Universidade de Coimbra]], doutor em cânones, introdutor do [[krausismo]] em Portugal e importante defensor do [[jusnaturalismo]], sendo considerado o principal responsável filosófico pela formação de toda uma geração de juristas e homens de Estado portugueses da segunda metade do [[século XIX]]<ref name="maltez">[http://www.iscsp.utl.pt/~cepp/portugueses/paiva,_v._ferrer_n..htm Nota biográfica].</ref>. Na vida política, foi presidente da Câmara Municipal da Lousã (1822) e depois, finda a [[Guerra Civil Portuguesa (1828-1834)|guerra civil]], deputado e ministro da Justiça (1857), tendo um papel relevante na reforma do sistema judiciário português em meados do [[século XIX]]. Foi reitor da Universidade de Coimbra e sócio da [[Academia Real das Ciências de Lisboa]].
 
== Biografia ==
[[Doutor]] em [[Cânones]] pela [[Faculdade de CânonesDireito da Universidade de Coimbra|Faculdade de Cânones]] da [[Universidade de Coimbra]] desde 1821.
 
Nomeado lente-substituto em [[31 de Julho]] de [[1830]], foi demitido logo em 17 de Dezembro desse mesmo ano.
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As suas obras ganharam grande influência, particularmente depois de serem aprovadas como texto para os cursos de Direito da Universidade de Coimbra. Por essa via, no dizer de [[Cabral de Moncada]], foi o principal responsável pela formação filosófica de ''toda uma geração de juristas e homens de Estado da segunda metade do século XIX''<ref>Luís Cabral de Moncada, ''Subsídios para Uma História da Filosofia do Direito em Portugal (1772-1911)''. Coimbra, 1938.</ref>. Foi o definidor dogmático e o filósofo mais autorizado jusnaturalismo português, marcando profundamente a filosofia jurídica do liberalismo burguês.
 
O seu pensamento adopta uma forma de filosofia intermediária com profundas raízes emocionais, sobretudo de ordem religiosa e ideológica. Por ter sido aluno de [[António Soares Barbosa]] no Colégio das Artes em Coimbra, inspirou-se no jusracionalismo josefista austríaco, sobretudo através de [[Karl Anton von Martini]], aceitando o humanitarismo do [[despotismo inteligente]] ou iluminado, conforme as sínteses de [[Luís António Verney]] e de [[Sebastião José de Carvalho e Melo, marquês de Pombal]]. Apesar de ter proposto em 1837 que a Universidade de Coimbra substituísse provisoriamente o manual de Karl Anton von Martini pelos ''Éléments du droit naturel'' de [[Jean-Jacques Burlamaqui]] (1694-1748), acaba por produzir o seu próprio manual, chamado ''Elementos de direito natural ou de philosophia de direito''.
 
Em 1842 foi [[Provedor]] da [[Santa Casa da Misericórdia]] de Coimbra.<ref>http://www.misericordiacoimbra.pt/corposgerentes/provedores/</ref>
Apesar de ter inicialmente apoiado o [[cabralismo]], em Fevereiro de 1850 criticou publicamente a ''[[lei das rolhas]]'' de Costa Cabral.
 
Apesar de ter inicialmente apoiado o [[cabralismo]], em Fevereiro de 1850 criticou publicamente a ''[[lei das rolhas]]'' de Costa Cabral.
Em 1857 foi nomeado Ministro da Justiça do governo do [[Partido Histórico]].
 
Em 1857 foi nomeado [[Ministro da Justiça]] do governo do [[Partido Histórico]].
 
Assumiu atitudes claramente anticlericais na ''[[questão das Irmãs da Caridade]]''.
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[[Categoria:Deputados do Reino de Portugal]]
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