Sousa Caldas: diferenças entre revisões

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|nome_completo =António Pereira Sousa Caldas
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'''António Pereira Sousa Caldas''' ([[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[{{dtlink|lang=br|24 de novembro]] de [[|11|1762]]}} — Rio de Janeiro, [[{{dtlink|lang=br|2 de março]] de [[|3|1814]]}}) foi um [[sacerdote]] [[católico]], [[poesiaPoesia|poeta]] e orador sacro [[brasil]]eiro, além de autor de diversas obras líricas de carácter [[filosofia|filosófico]].
 
== Biografia ==
Sousa Caldas nasceu no seio de uma família portuguesa que ali se havia recentemente instalado. Foi filho de Luís Pereira de Sousa, comerciante, e de Ana Maria de Sousa, um casal que ainda mantinha relações estreitas com familiares em [[Portugal]].
 
Com apenas oito anos de idade, evidenciando vocação para as letras e uma saúde frágil, foi enviado pela família para [[Lisboa]] e entregue aos cuidados de um tio. Aos dezesseis anos, em [[1778]], matriculou-se no curso de [[Matemáticamatemática]] da [[Universidade de Coimbra]], de que se exigia então um ano para os candidatos ao curso de Cânonesânones, curso que completou em [[1782]].
 
Entretanto, em 1781 fora preso pelo [[Santo Ofício]], por causa de suas ''ideias francesas'', sendo condenado por ser ''herege, naturalista, deísta e blasfemo'', e penitenciado no auto-de-fé que se celebrou em [[26 de Agosto]]agosto de [[1781]]. Em consequência foi internado no convento de [[Convento de Rilhafoles|Rilhafoles]], a fim de ser compulsivamente ''catequizado'' por seis meses. As razões deste incidente estão bem descritas no seguinte texto de um autor coevo: ''Entre os estudantes com quem convivia em Coimbra figuravam aqueles - entre eles o poeta brasileiro António Pereira de Sousa Caldas e o futuro higienista e também poeta [[Francisco de Melo Franco]], igualmente brasileiro que, acusados de hereges, naturalistas, deístas, blasfemos, apóstatas, tolerantes, dogmáticos, de não seguirem o preceito de abstinência da Quaresma, reunindo-se, alta noite, em casa uns dos outros, e às vezes no Laboratório de Química, de que Manuel Joaquim habitava uma dependência, para comerem presuntos roubados, de lerem pelo autor Rousseau e outros hereges, etc., foram, de sambenito, ao Auto de Fé que na Sala do Santo Ofício em Coimbra, se celebrou a 26 de Agosto de 1781'' (Almeida, 1925).
 
Apesar da ''catequização'', e da conversão que alguns autores afirmam ter ocorrido, em [[1784]] compõe a ''Ode ao homem selvagem'', poema inspirado em [[Jean-Jacques Rousseau]], e em [[1785]] foi apontado como um dos prováveis autores de ''O Reino da Estupidez'', o que o coloca bem longe da ortodoxia católica e da conformidade com as normas vigentes.
 
Após o bacharelato em Cânones, pretendendo prosseguir estudos jurídicos, que apenas viria a completar em [[1789]], fez uma viagem aà [[França]], indo recomendado em [[Paris]] ao segundo marquês de Pombal, então ali embaixador de Portugal.
 
Completado em [[1789]] o curso de Leisleis, partiu para a [[Itália]], viajando por mar até [[Génova]], e daí até [[Roma]], onde permanece e aparentemente retoma estudos que lhe permitirão no ano seguinte, [[1790]], receber em Roma ordenação sacerdotal.
 
A partir da ordenação sacerdotal abandonou a poesia profana, ganhando renome como orador sacro e por compor [[poesia]] com um profundo cunho filosófico e inspiração religiosa.
 
Em [[1801]] visita a família no [[Rio de Janeiro]], fixandoonde fixou-se definitivamente naquela cidade a partir de [[1808]].
 
Entre [[1810]] e [[1812]] compõe cerca de meia centena de cartas (de que hoje são apenas conhecidas cinco) versando a liberdade de opinião e outros temas filosóficos, mostrando que a fé religiosa, sincera e forte, coexistia nele com o desejo de liberdade de pensamento.
 
Faleceu aos 51 anos, em [[1814]], sem nunca ter sido nomeado para qualquer cargo, estando sepultado no convento de Santo António, do [[Rio de Janeiro]]. A parte mais importante da sua obra foi editada apenas postumamente.
 
== Obras publicadas ==
* ''Ode ao homem selvagem'', 1785;
* ''A Criação'', ode composta em 1789;
* ''Poesias Sacras e Profanas. Salmos de David vertidos em ritmo português pelo Reverendo António Pereira de Sousa Caldas'', com as notas e observações de seu amigo tenente-general [[Francisco de Borja Garção Stockler]], e dados à luz pelo sobrinho do defunto poeta tradutor António de Sousa Dias. Oficina de P. N. Rougeron, Rue de l'Hirondelle, n.º 22, Paris, 1820 (413 páginas).
* ''Poesias Sacras e Profanas do Reverendo António Pereira de Sousa Caldas'', com notas e aditamentos do tenente-general Francisco de Borja Garção Stockler, dadas à luz pelo sobrinho do poeta, António de Sousa Dias. Oficina de P. N. Rougeron, Rue de l'Hirondelle, n.º 22, Paris, 1821 (248 páginas).
* ''Obras Poéticas de António Pereira de Sousa Caldas'', com as notas de aditamentos de F. de Francisco de Borja Garção Stockler. Impressão de Trovão & Companhia, Coimbra, 1836 (268 páginas).
* ''Poesias Sacras de António Pereira de Sousa Caldas'', com notas e aditamentos de seu amigo o tenente-general Francisco de Borja Garção Stockler. Nova edição para uso das escolas públicas de instrução primária do município da corte. Tipografia Cinco de Março, Rua da Ajuda, n.º 55 a 59, Rio de Janeiro, 1872 (127 páginas).
* ''Cartas de Abdir a Irzirumo'', ensaios sobre a liberdade de imprensa, tolerância religiosa e escravidão. Cinco cartas copiadas em 1830 por Manuel Cândido de Miranda, que as ofereceu ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
* ''Cartas'' (n.º 47 e n.º 48), na ''Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro'', n.º III, (páginas 144 a 148 e 216 a 221).
 
== {{Ligações externas}} ==
* {{Link|pt|2=http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=312|3=Perfil no sítio oficial da Academia Brasileira de Letras}}
* [http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia/poesia/index.cfm?fuseaction=Detalhe&CD_Verbete=803 Sousa Caldas na ItauCultural]
 
 
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[[Categoria:Poetas do Rio de Janeiro]]