Idade de ouro islâmica: diferenças entre revisões

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Durante as [[Expansão islâmica|conquistas muçulmanas]] dos séculos [[século VII|VII]] e [[século VIII|VIII]], exércitos de [[nômades]] [[árabes]] se estabeleceram no [[Império islâmico]], o maior império que o mundo havia conhecido até o momento (início da [[Idade Média]]). A «idade de ouro do Islã» começou pouco depois, em meados do {{séc|VIII}}, com a ascensão do poder dos [[Abássidas|califas abássidas]] e a transferência da capital do Império de [[Damasco]] para [[Bagdá]].<ref name="Vartan">Vartan Gregorian, "Islam: A Mosaic, Not a Monolith", Brookings Institution Press, 2003, pg 26-38 ISBN 0-8157-3283-X</ref> Os Abássidas foram influenciados pelos preceitos do [[Alcorão]] e das tradições do [[Hadiz]], cujos valores se expressam em frases como: "A tinta dos cientistas vale tanto quanto o sangue dos mártires", de onde se evidencia o valor do conhecimento.<ref name="Vartan" /> Durante esse período, o mundo muçulmano se converteu no centro intelectual indiscutível da ciência, filosofia, medicina e educação, enquanto que os abássidas lideravam a causa do conhecimento e se estabeleciam na ''"[[Casa da Sabedoria]]"'' em Bagdá, onde estudiosos muçulmanos e não-muçulmanos tentaram reunir e traduzir todo o conhecimento mundial para a [[língua árabe]].<ref name="Vartan" /> Muitos livros da [[Antiguidade Clássica]], que de outra forma poderiam ter sido perdidos, foram traduzidos para o árabe. Do árabe essas obras foram, posteriormente, traduzidas para o turco, persa, hebreu e latim.<ref name="Vartan" /> Durante esse período, o mundo islâmico foi um caldeirão de culturas que coletadas e sintetizadas, avançou significativamente o conhecimento herdado das culturas da [[China Antiga]], da [[Índia]], da [[Pérsia]], do [[Egito]], do [[Norte da África]], da [[Grécia Antiga|Grécia Clássica]] e do [[Império bizantino]].<ref name="Vartan" /> Dinastias rivais da Abássida, como os [[Fatímidas]] do Egito e os [[Califado de Córdoba|Omíadas]] do [[Al-Andalus]], também criaram centros intelectuais em cidades como [[Cairo]] e [[Córdoba (Espanha)|Córdoba]], que rivalizavam com Bagdá.<ref name="Vartan" />
 
Uma das maiores inovações desse período foi o [[papel]]; originalmente um segredo guardado com zelo pelos chineses da [[dinastia Han]].<ref name="Pacey">Arnold Pacey, "Technology in World Civilization: A Thousand-Year History", MIT Press, 1990, ISBN 0-262-66072-5 pg 41-42</ref> A arte da confecção do papel foi obtido a partir de prisioneiros capturados na [[Batalha de Talas]] ([[751]]), o que resultou na construção de fábricas de papel em [[Samarkanda]] e [[Bagdá]].<ref name="Pacey" /> Os árabes melhoraram a técnica chinesa utilizando a [[súber|casca]] de [[Morus|amoreira]] e [[amido]]. Os muçulmanos também se diferiamdiferenciavam também no uso da [[pena]] em contraste com o costume chinês de usar o [[pincel]].<ref name="Pacey" /> No ano [[900]], existiam centenas de estabelecimentos que empregavam escribas e [[Encadernação|encadernadores]] de livros em Bagdá, e começaram a se estabelecer as primeiras [[biblioteca pública|bibliotecas públicas]],<ref name="Pacey" /> incluindo as primeiras do mundo a emprestarem livros. A partir dali, o uso do papel propagou-se ao Oeste, a [[Fez]] e dali ao [[Al-Andalus]], de onde seria exportado à [[Europa]] no século XIII.<ref name="Pacey" />
Grande parte destes ensinamentos em desenvolvimento se interconectam com a [[geografia]]. Mesmo antes da presença islâmica, a cidade de [[Meca]] servia como {{não converter|centro comercial}} na [[Arábia]]. A tradição de peregrinação à Meca transformou-a num centro de intercâmbio de ideias e mercadorias. A influência dos comerciantes muçulmanos no comércio entre a Arábia e a [[África]] e a [[Ásia]] foi muito grande, fazendo com que a [[civilização islâmica]] se desenvolvesse sobre uma base mercantil, contrastando com os cristãos, indianos e chineses, que construíram suas sociedades a partir de uma nobreza cujo poder estava fundado na posse de terras e produção agrícola. Os comerciantes muçulmanos levaram suas mercadorias e sua fé à [[China]] e [[Índia]] (que atualmente tem 230 milhões de muçulmanos) e aos reinos da África Oriental, regressando destes países com novas invenções. Os comerciantes usaram sua riqueza para melhorar a produção têxtil e agrícola.