Companhia Britânica da África do Sul: diferenças entre revisões

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[[Imagem:SR-BSAC-flag.jpg|thumb|200px|right|O estandarte da British South Africa Company.]]
A '''British South Africa Company''' (BSAC), ou '''Companhia Britânica da África do Sul''', foi uma empresa criada por [[Cecil Rhodes]] através da fusão da ''Central Search Association'' e da ''Exploring Company, Ltd''. A empresa recebeu em [[1889]] aprovação e privilégios majestáticos da coroa britânica. Tendo constituído a BSAC à imagem da [[British East India Company]], Rhodes esperava através da sua actividade fomentar a colonização europeia e a exploração económica da região central da [[África Austral]], especialmente do território que hoje constitui o [[Zimbabwe]], como parte do movimento de ''ocupação efectiva'' que resultou dos termos da [[Conferência de Berlim]], dando corpo a uma África britânica do ''Cairo ao Cabo''. Entre os directores da companhia contaram-se [[James Hamilton]] (2.º duque de Abercorn), o próprio Cecil Rhodes e o magnata [[Alfred Beit]]. Após vicissitudes várias, o que restava da empresa foi absorvido em [[1965]] pelo conglomerado mineiro e industrial [[Anglo American plc]].
==Enquadramento e história==
[[Imagem:BSAC-arms.jpg|thumb|250px|Armas da British South Africa Company.]]
A British South Africa Company, mais conhecida por BSAC, nasceu no contexto da grande corrida à ocupação da [[África]] sub-sariana que se gerou na sequência da [[Conferência de Berlim]] e da oficialização do conceito de ''ocupação efectiva'' do território em detrimento das anteriores reivindicações territoriais baseadas na primazia da descoberta ou da conquista.
 
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A BSAC recrutou o seu próprio exército, tendo atacado e derrotado os povos [[Ndebele do norte|ndebele]] do actual [[Zimbabwe]], então designados os [[matabele]], e os povos [[shona]] que ocupavam os territórios a norte do rio [[Limpopo]], numa campanha militar que ficou conhecida como a [[guerra dos Matabele]]. Esta campanha também marcou a primeira vez que os britânicos utilizaram a [[metralhadora Maxim]] em combate, daí tendo resultado uma verdadeira carnificina, com cinco armas Maxim a abaterem cinco mil guerreiros ndebele.
 
A BSAC conseguiu controlar e consolidar um território, que administraria durante cerca de 30 anos, a que deu a designação de ''Zambezia'', e depois, em honra de [[Cecil Rhodes]], [[Rodésia]], que hoje corresponde aos territórios da [[Zâmbia]], [[Malawi]] e [[Zimbabwe]].
 
O estatuto que dava poderes majestáticos à companhia foi renovado em [[1914]], sob a condição dos colonos da Rodésia receberam direitos políticos mais alargados. Em [[1922]], a companhia entrou em negociações com o governo da [[União Sul-Africana]] (actual [[África do Sul]] com vista à incorporação da Rodésia na União, o que o governo sul-africano pretendia, mas o plano gorou-se quando os colonos rodesianos votaram contra a incorporação.
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Em [[1923]] o governo da [[Grã-Bretanha]] decidiu não renovar o estatuto da BSAC, optando por conceder o estatuto de ''colónia com auto-governo'' à [[Rodésia do Sul]] (hoje o [[Zimbabwe]]) e de [[protectorato]] à [[Rodésia do Norte]] (hoje a [[Zâmbia]]).
 
O estatuto que dava poderes majestáticos à companhia foi renovado em [[1914]], sob a condição dos colonos da Rodésia receberam direitos políticos mais alargados. Em [[1922]], a companhia entrou em negociações com o governo da [[União Sul-Africana]] (actual [[África do Sul]] com vista à incorporação da Rodésia na União, o que o governo sul-africano pretendia, mas o plano gorou-se quando os colonos rodesianos votaram contra a incorporação.
 
Em [[1923]] o governo da [[Grã-Bretanha]] decidiu não renovar o estatuto da BSAC, optando por conceder o estatuto de ''colónia com auto-governo'' à [[Rodésia do Sul]] (hoje o [[Zimbabwe]]) e de [[protectorato]] à [[Rodésia do Norte]] (hoje a [[Zâmbia]]).
 
A BSAC não conseguiu gerar proveitos que lhe permitissem pagar dividendos aos accionistas até perder os seus direitos majestáticos e deixar o controlo administrativo da Rodésia em [[1923]]. Em [[1933]] a BSAC vendeu os seus direitos de exploração mineral a sul do rio [[Zambeze]] ao governo da Rodésia, mas manteve os esses direitos nas regiões a norte daquele rio (na actual Zâmbia), bem como os seus vastos interesses no sector mineiro, nos caminhos-de-ferro, imobiliário e na agricultura em múltiplas regiões da África Austral.
 
Em [[1964]] a BSAC foi forçada a ceder os direitos de exploração mineira ao governo da [[Zâmbia]] recém-independente. Em consequência, no ano de [[1965]] a British South Africa Company fundiu-se com a Central Mining & Investment Corporation Ltd e com a The Consolidated Mines Selection Company Ltd para formar um conglomerado mineiro e industrial denominado Charter Consolidated Ltd, do qual cerca de um terço das acções eram propriedade da empresa mista britânica, norte-americana e sul-africana [[Anglo American Plc]].
==Referências==
* Rasmussen, R. K., & Rubert, S. C., 1990. ''A Historical Dictionary of Zimbabwe'', Scarecrow Press, Inc., Metuchen, NJ, United States of America.
* [[Frederick Russell Burnham|Burnham, Frederick Russell]], 1926. ''Scouting on Two Continents'', (D.S.O. LC #DT775 .B8).
 
 
[[Categoria:História de Moçambique]]