Companhia Britânica da África do Sul: diferenças entre revisões

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Uma destas companhias foi a British South Africa Company, a BSAC, criada por [[Cecil Rhodes]], um explorador, capitalista e aventureiro, que era simultaneamente um dos maiores defensores da ideia de colocar sob soberania britânica todo o interior de África das costas do [[Mediterrâneo]] até ao [[Cabo da Boa Esperança]] (daí o ''moto'' que lhe era atribuído: ''do Cairo ao Cabo''). A companhia foi criada por [[Cecil Rhodes]] através da fusão da ''Central Gold Search Association'', empresa liderada por [[Charles Rudd]], e da ''Exploring Company, Ltd'', de [[Arthur Edward Maund]].
 
Nos termos do respectivo acto de aprovação real por parte da coroa britânica, datado de [[15 de Outubro]] de [[1889]], a companhia recebeu os poderes para negociar com os potentados africanos, em especial com o rei [[Lobengula Kumalo]];, para constituir sociedades bancárias, para possuir, gerir ou distribuir terras e para criar uma força de polícia, que depois se chamaria a [[British South Africa Police]]. Como obrigações, a BSAC aceitava o encargo de desenvolver o território que lhe era concedido e comprometia-se a respeitar as leis e costumes africanos ali existentes, garantindo a liberdade de comércio e o respeito por todas as religiões.
 
Apesar da nobreza das obrigações assumidas, [[Cecil Rhodes]], os capitalista que financiaram a sociedade e os colonos brancos que se instalaram no território, estavam mais interessados nos direitos de exploração mineira e em obter maiores concessões territoriais e de terras para agricultura do que na procura do desenvolvimento e, muito menos, no respeito pelas leis e tradições dos povos locais. Rapidamente estabeleceram as suas próprias leis, sem ter em conta as tradições locais, e quando necessário impuseram-nas pela força, criando uma sociedade de cultura europeia separada da local, que nada tinha com a sociedade africana subjacente. Estavam assim lançadas as sementes daquilo que seria mais tarde o [[apartheid]] e da relação colonial na posse da terra, cujo fim abrupto pesa hoje sobre o [[Zimbabwe]], com a total destruição do sector primário da sua economia.