Joana Angélica: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:2 de Julho 2007 - Joanna Angélica - Caetité.jpg|thumb|esquerda|220px|Desfile cívico revive o martírio de '''Joana Angélica'''<br />[[Caetité]]-[[Bahia|BA]], 2 de julho de 2007.]]
 
'''Joana Angélica''' era filha de José Tavares de Almeida e sua esposa, Catarina Maria da Silva. Aos vinte anos de idade, a [[21 de abril]] de [[1782]], entrou para o noviciado no [[Convento da Lapa|Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa]], na capital baiana.
 
Ali foi escrivã, mestra de noviças, conselheira, vigária e, finalmente, abadessa.
Ocupava a direção do Convento, em fevereiro de [[1822]], quando a cidade ardia de agitação contra as tropas portuguesas do brigadeiro [[Inácio Luís Madeira de Melo]] - que tinham vindo para Salvador desde o [[Dia do Fico]].
 
=== Tumultos na ocupação portuguesa ===
Ocupava a direção do Convento, em fevereiro de [[1822]], quando a cidade ardia de agitação contra as tropas portuguesas do brigadeiro [[Inácio Luís Madeira de Melo]] - que tinham vindo para Salvador desde o [[Dia do Fico]].
Grande resistência opunham os nativos baianos: no ano anterior ([[1821]]) a cidade já tinha sido palco de revoltas. A posse de Madeira de Melo tinha sido obstada, em [[18 de fevereiro]], mas a superioridade das forças do Brigadeiro impingiram a derrota dos nativos.
 
=== Tumultos na ocupação portuguesa ===
Grande resistência opunham os nativos baianos: no ano anterior ([[1821]]) a cidade já tinha sido palco de revoltas. A posse de Madeira de Melo tinha sido obstada, em [[18 de fevereiro]], mas a superioridade das forças do Brigadeiro impingiram a derrota dos nativos.
 
Soldados e marinheiros portugueses se embriagam e cometem excessos pela cidade, comemorando e, a pretexto de perseguir eventuais "revoltosos" atacam casas particulares e, continuando a sanha desenfreada pelo dia seguinte, tomam as ruas e dirigem-se ao Convento da Lapa.
=== Ataque à '''Casa de Deus''' ===
 
Sólida construção colonial, ainda hoje existente na Capital Baiana, o [[Convento da Lapa]] compõe-se de uma [[clausura]], cuja principal entrada é guarnecida por um portão de ferro.
=== Ataque à '''Casa de Deus''' ===
[[Ficheiro:Joana Angelica martirio.jpg|200px|right]]
Sólida construção colonial, ainda hoje existente na Capital Baiana, o [[Convento da Lapa]] compõe-se de uma [[clausura]], cuja principal entrada é guarnecida por um portão de ferro.
 
Os gritos da soldadesca são ouvidos no interior. Imediatamente a Abadessa, pressentindo certamente objetivos da profanação da castidade de suas internas, ordena que as monjas fujam pelo fundo de quintal.
O portão é derrubado e, num gesto heroico, Joana Angélica abre a segunda porta, postando-se como último empeço à inusitada invasão.
 
 
Conta a tradição, reproduzida por diversos historiadores, que então exclamou:
{{quote2|'' Para trás, bandidos. Respeitem a Casa de Deus. Recuai, só penetrareis nesta Casa passando por sobre o meu cadáver.''|2=Joana Angélica}}
 
— Joana Angélica
{{quote2|''Para trás, bandidos. Respeitem a Casa de Deus. Recuai, só penetrareis nesta Casa passando por sobre o meu cadáver.''|2=Joana Angélica}}
Abrindo os braços, num gesto comovente, tenta impedir que os invasores passem. É, então, assassinada a golpes de baioneta - penetrando no sagrado recinto, onde encontram apenas o velho capelão, Padre Daniel da Silva Lisboa - a quem espancam a golpes de coronhas, deixando-o como morto.
Joana Angélica tornou-se, assim, a primeira mártir da grande luta que continuaria, até a definitiva libertação da Bahia, no ano seguinte, a 2 de julho, data efetiva da Independência da Bahia.