Campanha do Egito: diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:Flag of France.svg|25px]] Jacques-François Menou</small><br />
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A '''Campanha do Egipto''' foi uma campanha militar realizada durante a [[Revolução Francesa]] e, por isso, deverá ser analisada no âmbito das [[Guerras revolucionárias francesas|Guerras da Revolução Francesa]]. Nesta campanha, os Franceses pretenderam ocupar o [[Egipto]] para utilizarem este território como plataforma a partir de onde avançariam para a [[Índia britânica|Índia]], onde, como apoio de forças locais, atacariam o domínio britânico daquela região. Nos dois primeiros anos (1798 e 1799), as forças militares francesas foram comandadas por [[Napoleão Bonaparte]], que tinha defendido a realização desta expedição. Entre a França e o Egipto fica a ilha de [[Malta]], que foi conquistada pelos Franceses durante o trajecto. A campanha militar foi acompanhada de uma ''campanha científica'', na qual participaram numerosos nomes dos meios académicos franceses, que foi um sucesso. A [[Pedra de Roseta]] foi encontrada durante esta campanha. No entanto, em termos militares, ''[...] a campanha foi um desastre. Foi um desperdício de vidas, de dinheiro e de materiais. Não teve influência na balança do poder internacional ou na posição da marinha francesa no [[Mediterrâneo]] [...]''<ref>Connelly, p. 97.</ref>.<br />
==Antecedentes==
[[Ficheiro:Bonaparte di Edouard Detaille.jpg|thumb|left|250px|Napoleão Bonaparte durante a Primeira Campanha de Itália. Edouard Detaille (1848-1912).]]
Depois da assinatura do [[Tratado de Campoformio]], que punha fim à [[Guerra da Primeira Coligação]], o [[Exército de Itália]] ficou a guarnecer a linha de postos avançados na nova fronteira com a [[Arquiducado da Áustria|Áustria]], ao longo do [[Rio Ádige]]{{nota de rodapé|Embora a Áustria tenha perdido a Lombardia, em consequência das disposições do [[Tratado de Leoben]] e depois do [[Tratado de Campoformio]], "ganhou" o território da República de Veneza, a Leste do [[Rio Ádige]], que se tornou numa província do [[Sacro Império Romano-Germânico]].}} e a ocupar os territórios que tinham sido anexados pela França ([[Piemonte]]), bem como os da [[República Cisalpina]], formação política criada por Napoleão e controlada pelos Franceses. O Imperador [[Francisco I da Áustria]] tinha aceite a paz com a França e, assim, o estado de guerra continuava apenas contra o [[Reino da Grã-Bretanha]].<br />
No dia 27 de Outubro de 1797, Napoleão Bonaparte foi nomeado comandante do [[Exército de Inglaterra]]. Este exército, criado por decisão do [[Diretório (Revolução Francesa)|Directório]], a 26 de Outubro, teria por objectivo a invasão do [[Reino da Grã-Bretanha]]. Napoleão chegou a [[Paris]] (vindo de Itália) no dia 5 de Dezembro e começou de imediato a tomar providências relativas à organização do seu novo exército. No entanto, depressa constatou que uma operação desta envergadura, que envolvia meios terrestres e navais, para ter possibilidades de êxito, necessitava de ser realizada com domínio do mar, o que não acontecia, pois o poder naval era claramente favorável à Inglaterra. No dia 23 de Fevereiro de 1798, Napoleão enviou um relatório ao Directório, a explicar porque não considerava possível a invasão da Grã-Bretanha pelas tropas francesas<ref>Marshall-Cornwall, pp. 79 e 80.</ref>.<br />
[[Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord]], ministro das ''relações exteriores'', propôs ao Directório um projecto alternativo, também defendido por Napoleão: uma expedição para conquistar [[Malta]] e o [[Egipto]], com a finalidade de cortar as comunicações entre a Inglaterra e as suas possessões na Índia. Este não era um projecto novo, pois a França tinha proveitosos interesses comerciais com as populações costeiras da península dos [[Balcãs]], [[Síria otomana|Síria]], Egipto e ilhas do Mediterrâneo, e desde há muito tempo que as autoridades francesas consideravam o Egipto um ponto estratégico na luta contra os interesses de outras potências na [[Índia britânica|Índia]] e na [[Indonésia]]. Em 1790, os Franceses que habitavam no Egipto eram muito poucos: vinte e nove no Cairo, dezoito em Alexandria e catorze em Roseta. O consulado francês tinha mudado do Cairo para Alexandria a fim de garantir o apoio dos navios franceses.<br />
No dia 12 de Abril de 1798, um decreto do Directório criava o [[Exército do Oriente]] e
==O teatro de operações==
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[[Malta]] é uma ilha do [[Mar Mediterrâneo]] situada a sul da [[Sicília]]. É a maior ilha de um arquipélago de vinte e uma, em que apenas três são habitadas. As restantes, pela sua dimensão, não reúnem condições para isso e algumas não são mais que ilhéus. A sua costa possui inúmeras baías e pontos favoráveis ao desembarque de tropas. ''Valeta (a capital) possui o melhor porto do Mediterrâneo [...]''<ref>Bertrand, p. 13.</ref>.<br />
A posse de Malta permite controlar o [[estreito da Sicília]] e, por isso, é importante do ponto de vista estratégico. Em 1798, a ilha estava sob domínio da [[Ordem dos Hospitalários]] (desde 1530)<ref>Marshall-Cornwall, p. 81.</ref>. Embora a maior parte dos Cavaleiros
===Egipto===
O [[Egipto]] é um país árido. Basicamente, é um deserto atravessado, na direcção Sul-Norte, pelo [[rio Nilo]], o seu único rio. No território do Egipto
A maior parte do Egipto tem um clima desértico, isto é, moderado ou quente durante o dia e frio durante a noite. A maior parte da precipitação verifica-se nas regiões costeiras. Para o interior, no deserto, as temperaturas podem atingir mais de 40ºC. Trata-se, portanto, de um território onde não é fácil sobreviver longe do Nilo. Sendo este o seu único rio, é ao longo das suas margens e no Delta que encontramos a maior parte da vegetação e dos aglomerados urbanos. Por esta razão, é no Delta e ao longo do Nilo que se realizam a maior parte das operações militares destinadas a conquistar o Egipto<ref>M'Gregor, pp. 456 e 457; Bertrand, pp. 32 e 33.</ref>. O Nilo é um rio navegável em grande parte da sua extensão. Para quem parte da foz, encontra o primeiro obstáculo em [[Assuão]], na Primeira Catarata, onde hoje se situa a [[antiga barragem de Assuão]]. Atendendo a que as forças francesas estavam dependentes do apoio que lhes chegava nas embarcações que circulavam no Nilo, compreende-se que as operações não se tenham estendido para sul de Assuão.<br />
[[Ficheiro:All Gizah Pyramids.jpg|thumb|left|300px|[[Necrópole de Gizé|Pirâmides]] do vale de [[Gizé]]. A fotografia mostra o tipo de terreno em que as tropas francesas tiveram de actuar.]]
As principais cidades ou povoados do Egipto situam-se no Delta ou no vale do Nilo. No Delta, na costa mediterrânica do Egipto, os Franceses ocuparam [[Alexandria]] situada quase no extremo ocidental. Para Oriente, fica [[Abukir]] e a sua baía, [[Roseta (cidade)|Roseta]] e [[Damieta]]. Estes eram os portos de que Napoleão dispunha no Egipto. No extremo sul do Delta fica a cidade do [[Cairo]] que, naquele tempo, só ocupava a margem oriental do rio. Na margem ocidental, um pouco mais a norte, encontram-se as [[pirâmides de Guizé]]. Ao longo do rio, quer no Delta quer no Alto Egipto, existem várias povoações. Assuão foi a povoação mais a sul atingida pelos Franceses.<br />
''[…] Em fins do século XVIII, os boatos, as descrições que acerca das riquezas naturais do Egipto e da Síria corriam, eram abundantes e sedutoras, pelo que o pensamento geral era fundar ali colónias e feitorias [...]''<ref>Tarlé, p. 53.</ref>. Embora naquela época não houvesse o conhecimento do Egipto que há hoje, aquele era um território cobiçado. Para isso contribuiu não só a imaginação das pessoas relativamente aos lugares exóticos, mas também as perspectivas que cresciam sobre as possibilidades de desenvolver o comércio com toda aquela região.<br />
Em 1798
[[Ficheiro:1851 Henry Warren Map of Syria.jpg|thumb|right|250px|Mapa da Síria Otomana, datado de 1851, que mostra as províncias de Alepo, Damasco, Tripoli, Acre e Gaza.]]
===Síria===
O território da [[Síria otomana|Síria]] que foi percorrido pelas tropas francesas correspondia aos actuais territórios da [[Síria]], [[Líbano]], [[Israel]], [[Faixa de Gaza]], [[Cisjordânia]] e faixa costeira norte da [[Península do Sinai]]. É uma zona menos desértica que o Egipto e dispõe de pequenos cursos de água ao longo do caminho, mas o
[[Acre (Israel)|Acre]] é hoje uma cidade portuária no Estado de Israel, onde ainda existem as muralhas e a parte antiga que vem do tempo das [[Cruzada]]s. O [[Monte Tabor]] não foi o local da batalha mas a referência que lhe deu o nome. Esta região, que incluía Acre e o Monte Tabor, pertencia à [[Eyalet de Damasco|administração de Damasco]]. Entre o Egipto e Acre
==As forças militares envolvidas==
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===O exército do Oriente===
Antes de ser publicado o decreto que criava o Exército do Oriente, Napoleão enviou ao Directório, a 5 de Março, um relatório em que apresentava uma estimativa das forças necessárias para a invasão do Egipto. De acordo com essa estimativa, eram necessários 25.000 homens de [[infantaria]], 3.000 de [[cavalaria]], 60 [[Boca de fogo|bocas de fogo]] de [[artilharia]] de [[Artilharia de campanha|campanha]] e 40 de [[Artilharia de cerco|artilharia de cerco]]. Paul Guitry apresenta, no Volume I da sua obra, um documento elaborado pelo ''Payeur Général de l'Armée'', datado de 6 de Junho de 1798, que indica os fundos necessários para pagar um mês de soldo ao Exército do Oriente<ref>Guitry, pp. 31 a 36.</ref>. De uma forma resumida, e de acordo com aquele documento, o Exército do
*
* Infantaria Ligeira - 5.403 homens;<br />
* Infantaria de Linha ou ''de Bataille'', como lhe chamam os Franceses - 19.669 homens;<br />
* Corpo de Guias (a pé e a cavalo) - 480 homens;<br />
* Cavalaria - 2.810 homens, mas apenas 300 possuíam montadas; para os restantes, seriam requisitados cavalos no Egipto<ref>Bertrand, p. 5.</ref>;<br />
* Artilharia e Engenharia - 3.155 homens;<br />
* Administração e Serviços - 787 homens.<br />
Os navios transportavam 1.250 cavalos (apenas 300 se destinavam à cavalaria) e 170 peças de artilharia de campanha. Os efectivos de Infantaria estavam organizados em cinco divisões, sob o comando dos generais [[Louis Charles Antoine Desaix]], [[Jean Reynier|Reynier]], [[Jean Baptiste Kléber|Kléber]], [[Jacques-François Menou|Menou]] e [[Louis André Bon|Bon]]. A Cavalaria encontrava-se sob o comando do general [[Thomas-Alexandre Dumas|Dumas]]. O General [[Elzéard August Cousin de Dommartin|Dommartin]] era responsável pela Artilharia e o General [[Louis-Marie-Joseph Maximilian Caffarelli du Falga|Falga]] pela Engenharia. A maior parte das tropas
Em 1800, já depois de Napoleão ter regressado a França, foi organizado um Corpo de Dromedários, que teria entre 120 a 200 elementos. Este corpo era adequado para perseguir forças árabes no deserto. Encontramos referências a este corpo
===A defesa de Malta===
Em Malta existiam 332 cavaleiros da [[Ordem dos Hospitalários]], 50 dos quais
===Os exércitos do Império Otomano===
M'Gregor descreveu, em 1828, o que seria a força militar do Egipto em 1798 e 1799:<br />
:''[...] Toda a força militar do país encontrava-se nos bandos de Mamelucos que eram quem governava o território [...] Eles manobravam os seus cavalos com enorme destreza e estavam armados com carabinas de cano curto, capazes de descarregarem dez ou doze balas de uma vez, duas pistolas, uma maça e um sabre curvo que utilizavam em combate com uma habilidade espantosa [...]''<ref>M'Gregor, pp. 458 e 459.</ref>. Constituíam uma formação militar deslumbrante e os seus cavaleiros mostravam grande bravura mas também indisciplina<ref>Barnett, p. 58.</ref>.<br />
É difícil enumerar as forças que os Franceses enfrentaram no Egipto. Quando estudamos as batalhas, são-nos apresentados números diversos. De acordo com Digby Smith<ref>Smith, p. 140.</ref>, no principal confronto verificado no Egipto - a Batalha das Pirâmides - Napoleão enfrentou uma força que era formada por 6.000 Mamelucos e cerca de 54.000 Árabes, a maioria a cavalo, mas constituindo estes uma tropa irregular. James Marshall-Cornwall<ref>Marshall-Cornwall, p. 87.</ref> contabiliza 17.000
==A Comissão das Ciências e das Artes==
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:9 desenhadores, gravadores, escultores e músicos;<br />
:7 médicos e cirurgiões;<br />
:4
:6 botânicos e zoólogos;<br />
:4 mineralogistas e engenheiros de minas;<br />
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==Os planos franceses==
Em Janeiro de 1797, quando ainda decorria a [[Primeira Campanha de Napoleão em Itália]], [[Talleyrand]] argumentou que o Egipto seria a colónia perfeita para a França, pois estava muito mais próximo que as [[Índias Ocidentais]]. Um mês mais tarde, Napoleão apoiava esta ideia, mas explicitava que o objectivo da ocupação do Egipto era a destruição da Inglaterra<ref>Harvey, p. 249.</ref>. Durante o Verão de 1797, em Itália, Napoleão rodeou-se de tudo o que encontrou escrito sobre o Egipto e, a 16 de Agosto, escreveu ao Directório, defendendo a conquista do Egipto para derrotar a Inglaterra.<br />
A França era, desde 1536, aliada do Sultão da Turquia, o soberano titular do Egipto. Napoleão pretendia que Talleyrand fosse a Constantinopla com a missão de persuadir o Sultão a apoiar a invasão francesa do Egipto, com a finalidade de fazer com que este território, que era na realidade governado com grande autonomia pelos Mamelucos, voltasse ao verdadeiro
A decisão final para invadir o Egipto foi tomada numa reunião do Directório, a 1 e 2 de Março de 1798<ref>Barnett, p. 56.</ref>. De acordo com as instruções de 12 de Abril desse ano, a conquista do Egipto previa um objectivo ulterior: destruir o poder crescente da Inglaterra na Índia. O Egipto seria utilizado como uma plataforma de onde se iniciaria o avanço para Oriente ''[...] antecipando em cerca de meio século a convicção de que o istmo de Suez era a verdadeira via de comunicação entre a Europa e a Ásia [...]''<ref>Cust, p. 130.</ref>. Previa-se estabelecer uma aliança com o [[Fateh Ali Tipu|Sultão Tipu]] do [[Reino de Mysore]], para expulsar os Ingleses da Índia. Neste ano de 1798, os Ingleses desencadearam uma ofensiva contra aquele reino e, nos principais combates, as forças inglesas foram pelo Tenente-coronel [[Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington|Arthur Wellesley]]. Para apoiar as operações militares na Índia, os Franceses dispunham, no [[Oceano Índico]], da Ilha [[Maurícia]]. Ao embarcar, Napoleão levava na sua bagagem um conjunto de mapas e a obra de James Rennell
A expedição do Egipto implicava, para os Franceses, manterem uma linha de comunicações através do Mediterrâneo. Para este objectivo,
No dia 12 de Abril de 1798, Napoleão recebeu do Directório instruções secretas para, depois de ter conquistado o Egipto, ''[...] expulsar os Ingleses de todas as suas posições do Oriente onde ele conseguisse chegar e, nomeadamente, destruir todos os estabelecimentos comerciais que os Ingleses mantivessem no Mar Vermelho [...] cortar o istmo de Suez [...] assegurar a livre e exclusiva posse do Mar Vermelho à República Francesa [...]''. O Egipto, desta forma, não
==A campanha==
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===Os preparativos===
A expedição foi organizada em [[Toulon]]. A preparação da expedição não foi mantida em segredo, nem tal seria possível. ''[[The Times]]'' deu notícias desta actividade, mas o destino da expedição não foi revelado. Aquele periódico londrino deduzia que as forças em preparação se destinavam à invasão do [[reino de Nápoles]] ou da [[História da Sicília|Sicília]]<ref>Barnett, p. 56.</ref>. Os
Para a expedição foram requisitados todos os navios de comércio disponíveis em diversos portos do Mediterrâneo. A organização de uma frota com cerca de 300 navios foi um trabalho notável. Para além de todo o pessoal e material, rebanhos inteiros foram embarcados, para alimentar tanta gente. Foram feitas previsões de comida e água potável para dois meses<ref>Solé, p. 48.</ref>. No entanto, houve graves falhas de planeamento. Napoleão (e o seu estado-maior) não preparou o Exército do Oriente para penetrar centenas de quilómetros num território hostil e desconhecido, ignorando os perigos, o inimigo, o terreno e o clima. Neste último caso, o exército não se preparou para suportar um calor intenso e falta de água. Tudo foi planeado como se o exército conseguisse abastecer-se no território e movimentar-se facilmente no deserto, tal como acontecia na Europa. Napoleão não equipou as suas tropas com [[Cantil|cantis]] e esta omissão iria custar muitas vidas<ref>Harvey, p. 253 e 255.</ref>.<br />
As falhas registadas não ficaram a dever-se à falta de recursos. Napoleão dispôs do apoio necessário, tanto em recursos humanos como materiais ou financeiros. Por exemplo, no que respeita aos serviços de saúde, o Exército do Oriente, dispunha de 168 oficiais de saúde, dos quais uma centena eram cirurgiões, e 150 de outros técnicos dos hospitais e [[lazareto]]s. Os recursos materiais (instrumentos de cirurgia, materiais para curativos, macas, medicamentos, etc.) foram distribuídos por diferentes veleiros da frota, principalmente por três navios-hospitais. Antes do embarque, os homens eram inspeccionados, para rejeitar os portadores de doenças<ref>Solé, p. 32</ref>.<br />
===A viagem===
[[Ficheiro:Viagem França Egipto 1798.jpg|thumb|right|400px|Mapa com os itinerários das frotas britânica e francesa. Os números indicam as datas em cada posição assinalada.]]
A viagem da esquadra principal teve início em Toulon, a 19 de Maio. A expedição partiu em quatro esquadras separadas. As outras três partiram de [[Génova]], [[Ajaccio]] e [[Civitavecchia]]. Ao todo eram cerca de 300 navios de transporte, escoltados por catorze navios de linha e treze fragatas, sob o comando do Vice-Almirante [[François-Paul Brueys d'Aigalliers|Bruyes]]. Napoleão encontrava-se no navio almirante, ''l'Orient''. No caminho, acolheram os navios com tropas vindos de Génova, da [[Córsega]] e de Civitavecchia<ref>Marshall-Conwall, p. 82; Barnett, p. 56.</ref>.<br />
A viagem até [[Alexandria]] demorou seis semanas. Se a frota fosse atacada no mar dar-se-ia uma catástrofe, pois não era fácil manter agrupados todos aqueles navios, que navegavam a velocidades diferentes. A esquadra britânica, sob o comando de [[Horatio Nelson]], encontrava-se ao largo de Toulon quando, no dia 17 de Maio, foi dispersa por uma tempestade. As esquadras britânica e francesa não se encontraram durante a viagem até ao Egipto, em parte devido às condições atmosféricas, embora quase se cruzassem nas noites de 22 para 23 e 26 para 27 de Junho. Nelson chegou a Alexandria antes dos Franceses mas, antes de eles ali chegarem, foi obrigado a partir com a finalidade de se reabastecer na Sicília. Este facto viria
Os capitães de alguns navios de transporte, requisitados contra sua vontade, tentavam fugir durante a noite mas uma fragata era então destacada para
===A conquista de Malta===
[[Ficheiro:Valetta Fort St. Elmo.JPG|thumb|left|300px|Fortificações de Valeta; forte de Santo Elmo.]]
Os Franceses chegaram a [[Malta]] no dia 9 de Junho. No dia seguinte, grupos de desembarque chegaram a vários pontos da costa e convergiram em direcção a [[Valeta]]. A resistência foi apenas simbólica e o [[Grão-mestre]] pediu um cessar
Os Franceses mantiveram-se na ilha durante mais seis dias. Durante este tempo, Napoleão reorganizou a administração e a economia da ilha, como uma dependência francesa. Partiu no dia 19 de Junho, deixando em Malta uma guarnição de 4.000 homens, sob o comando do General [[Charles-Henri Belgrand de Vaubois]], mas levou consigo uma ''Legião Maltesa'' com cerca de 2.000 homens e várias centenas de antigos escravos muçulmanos, para servirem de propaganda no Egipto. [...] A frota francesa partiu de Malta no dia 18 de Junho<ref>Marshall-Cornwall, p. 83; Solé, p. 55.</ref>.<br />
===A conquista do Egipto===
{{Ver artigo principal|Conquista do Egipto por Napoleão}}
A conquista do Egipto pelos Franceses começou no dia 1 de Julho de 1798, quando as forças do ''Exército do Oriente'' começaram a desembarcar na enseada de Marabout, cerca de 15 Km a oeste de Alexandria. Napoleão desembarcou também nesse dia. Quando estavam desembarcados os primeiros cinco mil homens, apenas tropas de infantaria, sem comida e sem água, Napoleão ordenou a marcha sobre Alexandria, que foi conquistada no dia seguinte, perto do meio-dia. Após a batalha pela conquista desta cidade, Napoleão publicou uma proclamação aos Egípcios, na qual lhes garantia a continuidade do sistema de justiça e da liberdade de religião. Os antigos prisioneiros muçulmanos de Malta foram encarregues de difundir a proclamação<ref>Solé, pp. 60 a 65; Harvey, pp. 277 e 278</ref>.<br />
[[Ficheiro:Conquista do Egipto 1798.jpg|thumb|right|400px|Principais movimentos e batalhas na conquista do Egipto (1798) pelo exército francês.]]
No ataque a Alexandria foram feridos os generais
Em Rahmaneya, Napoleão teve conhecimento de que uma força de Mamelucos, formada por um corpo de cavalaria com cerca 5.000 homens, sob o comando de Murad Bey, se encontrava em Chobrakit. Assim que a divisão de Dugua se aproximou de Rahmaneya, Napoleão avançou ao encontro das tropas mamelucas. O confronto deu-se no dia seguinte e, embora não fosse uma batalha importante, deixou demonstrada a superioridade da força francesa, no que
[[Ficheiro:Louis-François Baron Lejeune 001.jpg|thumb|left|400px|Batalha das Pirâmides; óleo sobre tela de Louis-François Baron Lejeune, 1808, Musée National des Châteaux de Versailles.]]
No dia a seguir à vitória sobre os Mamelucos em Chobrakit, a 13 de Julho, Napoleão marchou em direcção ao Cairo. As forças egípcias estavam divididas em dois corpos: um sob o comando de [[Ibrahim Bey]], no Cairo e arredores; outro sob o comando de [[Murad Bey]], na margem esquerda do Nilo, na planície entre Guizé e Imbaba. Foi com esta força que os Franceses se defrontaram, no dia 21 de Julho,
[[Ficheiro:Seeschlacht bei Abukir.jpg|thumb|right|300px|Com a Batalha do Nilo (também chamada Batalha Naval de Abukir) os Franceses perderam a maior parte da frota que garantia a sua linha de comunicações com o Sul de França.]]
O Egipto ainda não estava conquistado.
No entanto, os Franceses não tiveram apenas de enfrentar os exércitos de Murad Bey e Ibrahim Bey. A frota britânica, sob o comando de Horatio Nelson, surpreendeu os Franceses em Aboukir. A batalha naval que se seguiu, a 1 de Agosto, ficou conhecida como [[Batalha do Nilo]] e o resultado foi a destruição de grande parte da frota francesa. O Exército do Oriente ficou encurralado no Egipto, pois os Franceses perderam a capacidade de manter a linha de comunicações com o Sul de França<ref>Solé, pp. 120 a 132.</ref>. Por outro lado, as relações entre a França e o Império Otomano estavam, há muito, deterioradas. A invasão do Egipto foi a gota de água que levou o Sultão a aproximar-se dos Britânicos e a declarar guerra à França, a 2 de Setembro de 1798{{nota de rodapé|9 de Setembro segundo Robert Solé, contra o que se encontra indicado nas restantes obras consultadas.}}. Neste sentido, começou a ser preparado um exército na [[Síria otomana|Síria]], que tinha como destino o Egipto e como objectivo repor a soberania otomana. Para além da declaração de guerra, houve um apelo à [[guerra santa]], que mobilizou muitos árabes em apoio dos Egípcios e provocou numerosas revoltas. A mais importante destas revoltas foi a que se verificou no Cairo, a 21 de Outubro, e foi reprimida com grande violência. Foi durante estes acontecimentos que o General Dubuy foi mortalmente ferido<ref>Solé, pp. 161 a 167; Harvey, pp. 298 e 301 a 304.</ref>.<br />
===Incursão na Palestina e na Síria===
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Após a declaração de guerra da Turquia à França (2 de Setembro), começou a ser organizado, na Síria, um exército turco, sob a orientação do seu governador, o Paxá [[Jezzar Pasha|Ahmed al-Jazzar]]. Navios de guerra ingleses podiam desembarcar este exército e outras tropas na costa do Delta do Nilo. Assim, Napoleão decidiu atravessar o Sinai e destruir o exército de Djezzar<ref>Barnett, p. 61.</ref>.<br />
A Divisão de Reynier, que formou a guarda-avançada, partiu quinze dias mais cedo. Napoleão deixou o Cairo no dia 10 de Fevereiro de 1799, quando a sua guarda avançada já tinha sido obrigada a suster o avanço frente a [[Alarixe]]. Napoleão juntou-se a Reynier no dia 17. No dia 20 de Fevereiro, a guarnição do forte de Alarixe, formada por Turcos e Mamelucos, rendeu-se aos Franceses. A próxima etapa foi [[Gaza]] e em seguida [[Jaffa]], que foi conquistada a 7 de Março, após ter oferecido três dias de resistência. Nesta cidade, os Franceses encontraram provisões que lhes foram de grande utilidade<ref>Connelly, p. 102; Marshall-Cornwall, pp. 89 e 90; Solé, pp. 245 a 251; Harvey, pp. 311 a 313,</ref>. Para além das baixas em combate, os Franceses tiveram então de enfrentar outra grande ameaça: a [[Peste bubônica|peste bubónica]]. Em Jaffa foi montado um hospital para os militares que tinham apanhado esta doença. Os numerosos prisioneiros Turcos e locais, não podendo ser escoltados pelas tropas francesas, para não
[[Ficheiro:Acco Walls IMG 0299.JPG|thumb|right|300px|Muralhas de Acre.]]
No dia 17 de Março, Napoleão chegou a [[Haifa]] e pôs cerco a [[Acre (Israel)|Acre]]. A sua artilharia de cerco tinha sido enviada por mar e foi capturada pelos Britânicos, que apoiavam os Turcos em Acre. Os Franceses realizaram vários ataques a Acre, mas sem sucesso. O cerco prolongou-se até meados do mês seguinte. No dia 16 foi necessário enfrentar as forças vindas, de Damasco, em socorro da guarnição de Acre. Embora os Franceses as tenham derrotado, Napoleão teve de abandonar o cerco e regressar ao Egipto, onde se esperava um desembarque de um exército turco, transportado pelos navios britânicos. No dia 20 de Maio teve início a marcha para o Egipto. Os doentes e feridos que não podiam acompanhar a marcha, acabaram massacrados pelos Turcos. Em Jaffa, onde chegou no dia 24, deu ordens para ser administrada uma dose de veneno aos 50 homens que ali tiveram de permanecer devido à doença ou aos ferimentos. Depois, fez explodir as muralhas e continuou a retirada<ref>Connelly, pp. 102 e 103; Marshall-Cornwall, pp. 90 e 91; Solé, pp. 266 a 274; Harvey, pp. 317 a 321.</ref>.<br />
O exército de Napoleão entrou no Cairo a 14 de Junho. Era um exército desmoralizado, em que já se verificavam graves problemas de disciplina. Dos 13.000 homens que tinham partido, regressaram menos de 10.000 e muitos estavam doentes<ref>Marshall-Cornwall, p. 92; Harvey, p. 324.</ref>.<br />
===O final da campanha de Napoleão===
Após o regresso ao Egipto, Napoleão empenhou-se em reorganizar rapidamente o seu exército. Britânicos e Turcos preparavam uma ofensiva a Oriente (istmo de Suez) e um desembarque a Norte (costa mediterrânica). Napoleão escreveu ao Directório a pedir reforços, mas sabia que os Britânicos dominavam o Mediterrâneo e a sua correspondência nem sempre chegava ao destino. Num despacho de 28 de Junho de 1799, dirigido ao Directório, Napoleão afirmava que, se não lhes fosse possível enviarem os socorros que ele solicitou, então seria necessário fazer a paz<ref>Solé, pp. 284 e 285.</ref>.<br />
Murad Bey reapareceu. Os Franceses reagiram e as tropas mamelucas refugiaram-se novamente no Alto Egipto. Sem capacidade para derrotar os Franceses, não deixavam de ser uma ameaça permanente, que os obrigava a dispersar forças. No dia 15 de Julho, Napoleão teve conhecimento de que uma frota britânica, que transportava um exército turco, se aproximou da costa mediterrânica e decidiu ir ao seu encontro com o máximo de forças disponíveis. As tropas francesas
A instabilidade política em França agravava-se. O Directório tinha cada vez mais dificuldade em controlar a situação. A Guerra da [[Segunda Coligação]] também não estava a correr a favor dos Franceses. Depois da Batalha de Abukir, Napoleão mandou preparar duas pequenas embarcações para o transportarem a ele e a alguns dos seus subordinados até França. No dia 14 de Agosto, depois de entregar o comando do Exército do Oriente ao General Kléber, Napoleão partiu para França, onde
===Contra-ofensiva turca e britânica===
Após o General Kléber ter assumido o comando do Exército do Oriente, os Turcos voltaram a lançar uma ofensiva. No fim de Outubro, perto de [[Damieta]], os Britânicos apoiaram um desembarque de tropas turcas mas, no dia 1 de Novembro, o General Verdier impôs-lhes uma derrota e obrigou-os a reembarcar. Dois meses mais tarde, a 22 de Dezembro, os Turcos cercaram Alarixe e, ao fim de oito dias, a guarnição francesa rendeu-se. Foi assinada uma capitulação, mas as tropas turcas assaltaram o forte e massacram todos os que encontraram. Nesta luta, o paiol explodiu e provocou numerosos mortos e feridos. No final, não sobreviveram mais de 160 soldados franceses, que foram libertados no dia 15 de Fevereiro de 1800<ref>Solé, pp. 334 e 335.</ref>.
[[Ficheiro:Guerin general Jean-Baptiste Kleber.JPG|thumb|left|250px|O General Jean-Baptiste Kléber substituiu Napoleão Bonaparte no comando do Exército do Oriente.]]
Reunida a assembleia egípcia, o [[Divan]], Mohammed Agha apresentou duas decisões do [[Grão-Vizir]]: ele (Mohammed Agha) ficou responsável pelas alfândegas e foi ordenada uma colecta para financiar a partida dos Franceses. Entretanto, pequenos grupos de soldados turcos foram entrando no Cairo. Comportavam-se como conquistadores e não como libertadores. O descontentamento aumentou e Kléber acabou, a 5 de Abril, por conseguir um aliado: Murad Bey. Por outro lado, a Convenção de Alarixe não tinha sido assinada pelos Britânicos. Lord Keith, comandante em chefe das forças britânicas no Mediterrâneo, informou Kléber que o governo britânico só aceitaria uma capitulação das forças francesas no Egipto se estas depusessem as armas, se entregassem como prisioneiros de guerra e entregassem aos Britânicos e Turcos todos os navios, munições e armas do porto e cidade de Alexandria. Kléber não conseguiu o apoio dos Turcos contra as pretensões britânicas e não aceitou estas condições. A 19 de Março, enviou uma carta ao Grão-Vizir, afirmando que a Convenção de Alarixe não podia ser aplicada e, portanto, deviam considerar-se em estado de guerra. No dia seguinte, cerca de 12.000 Franceses enfrentaram uma força de cerca de 40.000 Mamelucos, Beduínos e ''Fellahin'' na [[Batalha de Heliopolis (1800)|Batalha de Heliopolis]] ou de Matarieh, que foi uma vitória francesa. O Grão-vizir Youssef Pasha refugiou-se na Síria e uma parte das tropas turcas refugiou-se no Cairo<ref>Solé, pp. 342 a 346; Smith, p. 178.</ref>.<br />
Em muitas
Com a morte de Kléber, o comando do Exército do Oriente passou para o General Menou. Seguiu-se um período de paz, dedicado à reorganização civil e militar. As relações entre a sociedade egípcia e os Franceses melhoraram consideravelmente<ref>Solé, pp. 395 a 402.</ref>.<br />
===As legiões locais do Egipto===
O Exército do Oriente perdeu regularmente parte dos seus efectivos, devido às baixas registadas em combate, mas também devido a doenças, especialmente a peste bubónica. Tinha, portanto, necessidade de ser reforçado, para não deixar baixar muito o seu potencial. No entanto, após a Batalha do Nilo, tornou-se muito difícil, ou até impossível, receber reforços de França. Por outro lado, o descontentamento que existia entre alguns elementos da população, relativamente ao governo dos Mamelucos ou dos Turcos, conduziu à formação de forças militares locais que integraram, desde Setembro de 1798, o Exército do Oriente. Essas forças tinham origens muito diversas<ref>Solé, pp. 367 e 368.</ref>:<br />
:* Um corpo de [[Janízaros]], comandados por Bartolomeu, o Grego;<br />
:* Uma companhia de Janízaros a cavalo;<br />
:* Uma legião grega, com algumas centenas de homens, sob comando de Nicolas Papas Oglou;<br />
:* Uma legião copta, sob comando do ''moallem'' Yaacoub; esta legião acompanhou Desaix na expedição ao Alto-Egipto;<br />
:* Um corpo formado por antigos prisioneiros na Síria, albaneses e magrebinos;<br />
Linha 213:
===A retirada francesa===
Depois do início da ofensiva turco-britânica que deu origem à Convenção de Alarixe, os Franceses tinham começado a fazer preparativos para abandonarem o Egipto. No dia 5 de Fevereiro de 1800, cerca de 40 elementos da Comissão das
No dia 1 de Março de 1801, uma frota britânica aproximou-se de Alexandria. A notícia demorou três dias a chegar ao Cairo. O General Menou decidiu manter-se na capital. No dia 8 de Março, aproveitando uma situação meteorológica favorável, os Britânicos desembarcaram em Aboukir. Os Franceses tentaram oferecer resistência a este desembarque, mas foram derrotados no confronto que se deu nesse mesmo dia - referido em algumas obras como Segunda [[Batalha de Abukir (1801)|Batalha de Abukir]]. Após a batalha, os Britânicos cercaram a guarnição francesa
[[Ficheiro:Jacques-François Menou General.jpg|thumb|right|250px|O General Jacques-François Menou substituiu o General Kléber após a morte deste em 14 de Junho de 1800.]]
No Cairo, a notícia da derrota
Foi negociada uma capitulação, assinada em 27 de Junho de 1801, em termos mais favoráveis do que aqueles que o general Kléber tinha recusado. Nos termos do acordo estabelecido, os Franceses deviam abandonar o Cairo no espaço de 50 dias, com armas e bagagens. Seriam transportados para França em dez navios britânicos. Os habitantes do Egipto que decidissem acompanhar os Franceses, eram livres de o fazer. No dia 14 de Julho, cerca de 13.500 Franceses deixaram o Cairo, acompanhados de 438 [[Coptas]], 221 Gregos e cerca de 100 Sírios e outros que tinham colaborado com eles. A urna do General Kléber foi colocada numa embarcação, com toda a solenidade. Estavam presentes todas as tropas disponíveis e foram executados tiros de salva de artilharia dos Franceses, dos Britânicos e dos Turcos<ref>Solé, pp. 443 a 445.</ref>.<br />
Menou encontrava-se com as suas tropas em Alexandria, que
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