Bronzes do Benim: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Benin brass plaque 03.jpg|thumb|Placa de [[bronze]] do [[Reino do Benim|Benim]] no [[Museu Britânico]] de [[Londres]].]]
Os '''bronzes do Benim''' são uma coleção formada por mais de mil peças<ref>O número de peças é incerto (Dohlvik, 2006: pág. 7). A maioria das fontes fala de mil peças ou alguns milhares. Nevadomsky afirma que foram levadas de 3000 a 5000 peças (Nevadomsky, 2005: pág. 66).</ref> comemorativas que provêm do [[Palácio Real do Benim|palácio real]] do [[reino do Benim]]. Foram criadas pelos povos [[Edo (etnia)|edoEdo]] desde o [[século XIII]] e, em [[1897]], os [[britânicos]] apoderaram-se da maior parte delas.<ref name=British>{{Citar web |url=http://www.britishmuseum.org/explore/highlights/highlight_objects/aoa/b/benin_plaque_oba__europeans.aspx |título=Benin plaque : the oba with Europeans |dataaccesso=18 de julho de 2010 |editorial=The British Museum |língua=inglês}}</ref> Duas centas destas peças foram levadas para o [[Museu Britânico]] de [[Londres]], enquanto o resto foi repartido entre outros museus.<ref>Greenfield, 2007: pág. 124.</ref> Atualmente, uma boa parte ainda se encontra no Museu Britânico, concretamente na sala 25 (na seção da África).<ref name=British/> Outras peças ficam nos [[Estados Unidos]] e na [[Alemanha]], entre outros países.<ref name=USA23>USA International Business Publications, 2005: pág. 23.</ref>
 
Os bronzes do Benim propiciaram uma maior apreciação por parte da [[Europa]] da [[Cultura da África|cultura africana]] e da [[arte tribal]]. Inicialmente, parecia impossível e increívelincrível que gente tão "primitiva" e "selvagem" fosse responsável pela criação de objetos tão desenvolvidos.<ref name=Meyerowitz>{{Citar periódico |sobrenome=Meyerowitz |nome=Eva L. R. |ano=1943 |título=Ancient Bronzes in the Royal Palace at Benin |publicação=The Burlington Magazine for Connoisseurs |volume=83 |número=487 |páginas=248-253 |editorial=The Burlington Magazine Publications, Ltd. |url=http://www.jstor.org/pss/868735 |língua=inglês |dataaccesso=26 de julho de 2010}}</ref> Até mesmo chegaram à conclusão que tinham obtido o conhecimento metalúrgico dos [[portugueses]].<ref name=Meyerowitz/> Atualmente, é sabido que os bronzes eram fabricados no Benim desde o [[século XIII]] e que boa parte das coleções datam dos [[Século XV|séculos XV]] e [[Século XVI|XVI]]. Acredita-se que os dois períodos dourados na criação de bronzes foram o reinado de [[Esigie]] (c. [[1550]]) e o de [[Eresonye]] ([[1735]]—[[1750]]).<ref>Greenfield, 2007: pág. 122.</ref>
 
Embora o conjunto de peças receba o nome de "bronzes do Benim", não todas são deste [[bronze|material]]: mas também de [[latão]], ou de mistura de [[bronze]] e latão;<ref>{{Citar web |url=http://www.cedarartworld.com/benin_bronzes_african_bronze_sculptures.htm |título=Benin Bronzes - African bronze sculptures |dataaccessoacessodata=18 de julho de 2010 |obra=African Art Through African Eyes |editorial=Cedarartworld |língua=inglês}}</ref> de [[madeira]], [[cerâmica]], [[marfim]], etc.<ref name=Dohlvik21>Dohlvik, 2006: pág. 21.</ref> Foram produzidas por meio da técnica de [[cera perdida]] e são consideradas como as melhores esculturas feitas com esta técnica.<ref>{{Citar web |url=http://findarticles.com/p/articles/mi_m0438/is_1_37/ai_n6260659/ |título=Art and science in Benin bronzes |dataaccesso=26 de julho de 2010 |sobrenome=Nevadomsky |nome=Joseph |ano=2004 |editorial=FindArticles.com |língua=inglês}}</ref>
 
==Antecedentes==
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[[Ficheiro:Benin Bronzes.jpg|thumb|Dois bronzes do Benim no [[Victoria and Albert Museum]] de [[Londres]].]]
 
Em [[1897]], o vice-cônsul geral [[James Philips]], junto a outros seis oficiais britânicos, dois comerciantes, intérpretes e 215 porteadores, marcharam para o Benim desde o pequeno porto de [[Sapele (Nigéria)|Sapele]].<ref name=Meyerowitz/> Embora informassem que tinham previsto realizar uma visita, respostaramresponderam-lhes que deviam aguardar, pois estavam realizando uns rituais e nenhum estrangeiro podia entrar na cidade do Benim enquanto isso;<ref name=USA>USA International Business Publications, 2005: pág. 21.</ref><ref>Dohlvik, 2006: pp. 21-22.</ref> porém, os britânicos ignoraram o aviso e continuaram com a expedição.<ref name=Greenfeld123>Greenfield, 2007: pág. 123.</ref> No caminho, foram [[Emboscada|emboscados]] a sul da cidade por guerreiros [[bini]]. Como resultado, apenas dois europeus sobreviveram à expedição.<ref name=Meyerowitz/><ref name=USA/>
 
Oito dias depois, as notícias do incidente chegaram a Londres e, imediatamente, foi organizada uma expedição naval punitiva,<ref name=Meyerowitz/><ref name=USA/><ref name=Greenfeld123/> dirigida pelo almirante Rawson. A expedição saqueou e destruiu por completo a cidade de [[Benim]].<ref name=Meyerowitz/><ref name=USA/> Após a vitória britânica, os conquistadores levaram as obras de arte que decoravam o [[Palácio Real do Benim|palácio real]] e as residências da nobreza, acumuladas durante muitos séculos. A versão oficial susteve que tal retaliação ocorrera porque as tribos emboscaram uma missão humanitária e pacífica.<ref>Soni, 1997. The Events of 1897.</ref> Também afirmava que a expedição naval de Rawson libertou a população de um reinado de terror.<ref name=USA/>
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A escultura do Benim é mais [[Naturalismo|naturalista]] que a maioria dos [[tóteme]]s africanos. As superfícies de bronze estão concebidas para buscar contrastes com a ferida da luz sobre o metal, perceptíveis nas [[pulseira]]s de [[cobre]], [[armadura]]s de [[bronze]] e decorações do fundo, que salientam os torsos das figuras rechonchudas.<ref name=TIME>{{Citar web |url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,834141,00.html |título=Sculpture : The Bronzes of Benin |dataaccesso=20 de julho de 2010 |data=6 de agosto de 1965 |editorial=[[ TIME ]] |língua=inglês}}</ref> Os traços das cabeças salientam afastando-se das proporções naturais e o artista fa-las muito maiores, exagerando a modelagem dos olhos, da nariz e dos lábios, que desenha com grande esmero.<ref>Leuzinger, 1976: pág. 16</ref> O mais notável das peças é o alto nível de destreza que atingiram os ferreiros do Benim no complexo processo do fundido da cera perdida. Os descendentes destes artesãos do Benim ainda veneram a [[Igue-igha]], quem introduziu a arte do fundido na sua terra, possivelmente aprendido dos [[árabes]] em finais do [[século XIII]].<ref name=TIME/>
 
Outro aspecto importante destas obras de arte é a sua exclusividade: a propriedade ficava reservada a certas classes sociais, o que reflete a estrita estrutura hierárquica da sociedade do Benim. Em geral, apenas o rei podia possuir objetos de bronze e marfim. Porém, podia dar licença aos chefes de alta posição para usar, por exemplo, máscaras pendurantes ou punhos de braço de bronze e marfim. O [[coral]] também foi um material real e os anéis de pescoço deste material foram um símbolo de nobreza, concedidos especificamente pelo ''Oba''.<ref name=Kings>{{Citar periódico |sobrenome=Plankensteiner |nome=Barbara |título=Benin--Kings and Rituals : court arts from Nigeria. |url=http://www.thefreelibrary.com/_/print/PrintArticle.aspx?id=171138749 |língua=inglês |publicação=African Arts |editorial=University of California |data=22 de dezembro de 2007 |dataaccessoacessodata=20 de julho de 2010 |issn=0001-9933}}</ref>
 
===Temática===
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[[Categoria:Cultura da Nigéria]]
[[Categoria:Artes da ÁfricaNigéria]]
[[categoriaCategoria:Escultura da Nigéria]]
[[Categoria:Artes do Benim]]
[[Categoria:Repatriamentos culturais e artísticos]]
[[Categoria:Objetos africanos no Museu Britânico]]
[[Categoria:Esculturas em bronze]]
[[categoria:Escultura da Nigéria]]
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