Sacadura Cabral: diferenças entre revisões

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'''Artur de Sacadura Freire Cabral''', mais conhecido por '''Sacadura Cabral''' <small>[[Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito|GCTE]] • [[Ordem Militar de Avis|ComA]]</small> ([[Celorico da Beira]], [[São Pedro (Celorico da Beira)|São Pedro]], [[23 de Maio]] de [[1881]] — [[Mar do Norte]], [[15 de Novembro]] de [[1924]])<ref>[http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=16688 GeneAll.net]</ref> foi um aviador e oficial da [[Marinha Portuguesa]].
 
[[Ficheiro:Sacadura cabral.JPG|thumb|300px|Busto de Sacadura Cabral (Museu de Marinha de Lisboa).]]
== Biografia ==
Era filho primogénito de Artur de Sacadura Freire Cabral (Celorico da Beira, São Pedro, 16 de Outubro de 1855 - [[Lisboa]], 19 de Março de 1901) e de sua mulher (casados em [[Seia]]) Maria Augusta da Silva Esteves de Vasconcelos ([[Viseu]], [[Sé Ocidental]], 11 de Julho de 1861 - Lisboa, 3 de Abril de 1913).<ref>"Freires Corte-Reais - Subsídios Genealógicos", Armando Freire Cabral de Sacadura Falcão, Estudos de Castelo Branco, 1ª Edição, Castelo Branco, 1964, p. 91.</ref> Após os estudos primários e secundários assentou praça em [[10 de Novembro]] de [[1897]] como aspirante de marinha e frequentou a [[Escola Naval (Portugal)|Escola Naval]], onde foi o primeiro classificado do seu curso. Foi promovido a segundo-tenente em [[27 de Abril]] de [[1903]], a primeiro-tenente a [[30 de Setembro]] de [[1911]], a capitão-tenente em [[25 de Abril]] de [[1918]] e, por distinção, a capitão-de-fragata em [[1922]]. Terminado o seu curso, seguiu em [[1901]], a bordo do São Gabriel, para a [[Divisão Naval de Moçambique]].
 
[[Ficheiro:Vuelo Gago Coutinho y Sacadura Cabral.svg|thumb|300px|Mapa da primeira travessia aérea do Atlântico Sul.]]
Serviu nas colónias ultramarinas no decurso da [[Primeira Guerra Mundial]]. Foi um dos primeiros instrutores da [[Escola Militar de Aviação]], director dos serviços de Aeronáutica Naval e comandante de esquadrilha na [[Base Naval de Lisboa]].
 
Unanimemente considerado um aviador distintíssimo pelas suas qualidades de coragem e inteligência, notabilizou-se a nível mundial, ultrapassando as insuficiências técnicas e materiais que na época se faziam sentir. Quando conheceu, em [[África]], [[Gago Coutinho]], incentivou-o a dedicar-se ao problema da navegação aérea, o que levou ao desenvolvimento do [[sextante de bolha artificial]]. Juntos inventaram um "corretor de rumos" para compensar o desvio causado pelo [[vento]]. Realizou diversas travessias aéreas memoráveis, notabilizando-se especialmente em [[1922]], ao efectuar com Gago Coutinho, a [[primeira travessia aérea do Atlântico Sul]].<ref>[http://www.calendario.cnt.br/gago.htm Gago Coutinho e Sacadura Cabral]</ref>.
Navegou durante dois anos nas costas de Moçambique até que, em [[1905]], foi deliberado pelo governo que se procedesse a um levantamento [[hidrografia|hidrográfico]] rigoroso da [[baía de Lourenço Marques]] (hoje [[Maputo]]), em preparação da modernização do seu porto. Sacadura Cabral foi um dos oficiais escolhidos para este trabalho e, em colaboração com o seu camarada guarda-marinha, Bon de Sousa, fez uma carta hidrográfica do [[rio Espírito Santo]] e de trechos dos [[rio Tembe|rios Tembe]], [[rio Umbeluzi|Umbeluzi]] e [[rio Matola|Matola]]. Em [[1906]] e [[1907]] trabalhou como [[topografia|topógrafo]] na rectificação da fronteira entre o [[Transvaal]] e [[Lourenço Marques]], serviço que foi feito em concorrência com os agrimensores ingleses do Transvaal.
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Em [[1907]] chegou a [[Moçambique]] uma missão geodésica de que era chefe Gago Coutinho. No desempenho de missões [[geodésia|geodésicas]] e [[geografia|geográficas]], trabalharam juntos desde 1907 a [[1910]]. Sacadura Cabral revelou nestes trabalhos as suas capacidades como geógrafo e [[astronomia|astrónomo]], bem como organizador.
 
Em [[1911]] concorreu aos serviços de [[Agrimensura]] de [[Angola]], tendo sido nomeado para o lugar de subdirector destes serviços. Em Angola desempenhou vários serviços neste cargo, entre os quais observações astronómicas no Observatório de Angola e o reconhecimento da fronteira da [[Lunda]]{{dn}}. Em [[1912]] participou, com Gago Coutinho, na missão do Barotze, a fim de se delimitarem as fronteiras leste de Angola, o que foi feito em mais de 800 quilómetros. Sacadura Cabral regressou à metrópole em [[1915]].
 
Entretanto o [[Aero Club de Portugal]] procurava fazer propaganda da [[aviação]] e conseguiu que o governo abrisse um concurso para que os oficiais do exército e da marinha fossem enviados a várias escolas estrangeiras de aviação para nelas obterem o brevet de piloto aviador militar.
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Sacadura Cabral foi para a [[França]] e deu entrada na [[Escola Militar de Chartres]]. Em [[11 de Novembro]] de [[1915]] realizou o seu primeiro voo como passageiro e, a [[16 de Janeiro]] de [[1916]] fez o seu primeiro voo como piloto. Em Março fez as provas de brevet com aprovação. Ainda em França seguiu para a [[Escola de Aviação Marítima de Saint Raphael]], onde se especializou em [[hidroavião|hidroaviões]]. Frequentou ainda várias escolas de aperfeiçoamento e esteve na [[Escola de Buc]], pilotando aviões [[Blériot]] e [[Caudron G.3]].
 
Terminada a sua aprendizagem em França, regressou a Portugal em Agosto de [[1916]]. Nesta altura estava a ser organizada a [[Escola de Aviação Militar]] em [[Vila Nova da Rainha]]{{dn}} e Sacadura Cabral foi aí incorporado como piloto instrutor. Entretanto, tendo o governo resolvido enviar para Moçambique uma esquadrilha de aviação para cooperar com o exército, na região do [[Niassa]{{dn}}], na defesa deste território em relação aos ataques alemães, Sacadura Cabral foi encarregado de adquirir em França o material necessário. Esta foi a primeira unidade de aviação constituída em Portugal.
 
Em seguida Sacadura Cabral foi encarregado de organizar a aviação marítima em Portugal, tendo sido nomeado, em [[1918]], director dos [[Serviços da Aeronáutica Naval]] e, a seguir, comandante da [[Esquadrilha Aérea da Base Naval de Lisboa]]. Em [[1919]] foi nomeado para fazer parte da Comissão encarregada de dar parecer sobre a melhor forma de pôr em prática um plano de navegação aérea. Nesse ano, a 11 de Março, foi feito Comendador da [[Ordem Militar de Avis]].<ref>http://www.ordens.presidencia.pt/</ref>
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[[Ficheiro:Estação dos Caminhos de Ferro de São Bento III.jpg|thumb|180px|Placa em homenagem a Sacadura Cabral e [[Carlos Viegas Gago Coutinho|Gago Coutinho]] na [[Estação Ferroviária de Porto-São Bento|Estação São Bento]] ([[Porto]]).]]
 
A preparação para a primeira travessia aérea do Atlântico Sul é da iniciativa de Sacadura Cabral, que expôs o projecto a Gago Coutinho, o que motivou que este acelerasse a adaptação do sextante clássico de navegação marítima à navegação aérea. A travessia iniciou-se em [[30 de Março]] de 1922, em Belém no hidroavião "Lusitânia". A primeira escala foi nas [[Canárias]], de onde partiram para [[São Vicente]]{{dn}}, em [[Cabo Verde]]. Daqui partiram para os [[arquipélago de São Pedro e São Paulo|Penedos de São Pedro]], com problemas de consumo de combustível. Ao amarar, uma vaga arrancou um dos flutuadores do "Lusitânia", o que provocou o afundamento do avião. Os aviadores foram recolhidos pelo navio "República". O "Lusitânia" acabara de realizar uma etapa de mais de onze horas sobre o oceano, sem navios de apoio, mantendo uma rota matematicamente rigorosa, o que mais uma vez veio provar a precisão do sextante modificado, pois os Penedos de São Pedro e São Paulo podem considerar-se um ponto insignificante na enorme vastidão atlântica.
 
O governo enviou um outro hidroavião Fairey 16, cujo motor veio a avariar no percurso entre os Penedos de São Pedro e São Paulo e a [[ilha de Fernando de Noronha]]. Foi pedido um novo Fairey ao governo português, que foi enviado no "Carvalho Araújo". Três dias depois partiram para o troço final, chegando à [[baía de Guanabara]] e terminando a viagem no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] a [[17 de Junho]], depois várias escalas.
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Tinha as condecorações da Grã-Cruz da ordem militar de Santiago de Compostela, recebeu a medalha militar de ouro da classe dos bons serviços e com a palma da Honra da Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha.
Foi considerado oficialmente desaparecido em 6 Janeiro de 1925, tendo morrido em 15 de Novembro de 1924, e sendo abatido ao efectivo em 12 de Janeiro de 1925.
 
==Ver também==
*[[Primeira travessia aérea do Atlântico Sul]]
 
{{Referências}}
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*''História geral da aeronáutica brasileira: De 1921 às vésperas da criação do Ministério da Aeronáutica'', Volume 1, Editora Itatiaia, [[1988]].
*Edgar Pereira da Costa Cardoso, ''História da Força Aérea portuguesa'', Volume 2, 1984.
 
==Ver também==
*[[Primeira travessia aérea do Atlântico Sul]]
 
==Ligações externas==
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*[http://www.vidaslusofonas.pt/sacadura_cabral.htm Informação sobre Sacadura Cabral]
 
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{{DEFAULTSORT:Artur Sacadura Freire Cabral}}
[[Categoria:Aviadores de Portugal]]
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