Tocoferol: diferenças entre revisões

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'''2. Funções
 
- Ação Antioxidante''' <br />
A vitamina E é o antioxidante mais importante na célula. Localizada na porção lipídica das membranas celulares, ela protege os fosfolipídios insaturados da membrana da degeneração oxidativa dos EROS. (4) O conteúdo de vitamina E determina a suscetibilidade das membranas sofrerem com o dano provocado pelos radicais livres. <ref>Krause</ref><br />
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'''2.1. Vitamina E relacionada com o tratamento e prevenção do Mal de Alzheimer e Doença de Parkinson.''' <br />
 
Estudos demonstram que o estresse oxidativo pode contribuir para o processo patológico da doença de Alzheimer. A doença de Alzheimer se caracteriza principalmente por quadro demencial progressivo com comprometimento inicial da memória para fatos recentes seguido de deterioração das funções cognitivas. Evidencia-se que o estresse oxidativo e o acúmulo de radicais livres estejam envolvidos na fisiopatologia da doença devido à peroxidação lipídica excessiva, que pode acelerar a degeneração neuronal. Nesse contexto a vitamina E que é um composto nutricional que funciona como um antioxidante responsável pela varredura de radicais livres no organismo, tem sido de grande interesse na utilização durante o tratamento dessa desordem.<ref>TABET N, BIRKS J, GRIMLEY Evans J. Vitamina E para la enfermedad de Alzheimer (Revisión Cochrane traducida). La Biblioteca Cochrane Plus, 4ª edição, 2008.</ref><ref>FLORES, Priscila Trindade; SOUZA, Juliana, BLASI, Tereza Cristina, BLÜMKE, Adriane Cervi. DOENÇA DE ALZHEIMER E VITAMINA E. Trabalho elaborado no grupo de Assistência Multidisciplinar Integral aos Cuidadores dos Portadores da Doença de Alzheimer- AMICA da UNIFRA, 2010.</ref><br />
Recentemente foi constatado que uma dieta rica em vitamina E pode proteger contra o mal de Parkinson, de acordo com estudo da Universidade de Queen, no Canadá, publicado na revista Lancet Neurology.<ref>Universidade de Queen, Canadá. Lancet Neurology</ref><br /><br />
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'''3. Fonte'''<br />
 
A vitamina E ocorre naturalmente em alimentos de origem vegetal, principalmente nos vegetais verde-escuros, nas sementes oleaginosas, nos óleos vegetais e no germe de trigo, além de estar presente também em alimentos de origem animal, como gema de ovo e fígado. A recomendação de consumo da vitamina E, de acordo com as Recomendações de Ingestões Diárias (Dietary Reference Intakes), estabelecidas em 2000, preconiza que a Recomendação Dietética Permitida (Recommended Dietary Allowance) leve em conta exclusivamente o α-tocoferol, com a finalidade de manter sua concentração plasmática.<ref>Denise Machado MourãoI; Nadja Santos de SalesI; Sandra Bragança CoelhoII; Helena Maria Pinheiro-Santana Biodisponibilidade de vitaminas lipossolúveis. Revista de Nutrição. vol.18 no.4 Campinas July/Aug. 2005</ref> Para alcançar a atual recomendação (DRI, 2000) é necessário ingerir grande quantidade de alimentos ricos em ácidos graxos insaturados, o que, consequentemente, aumentará a necessidade de vitamina E para prevenir a oxidação. Uma dieta rica em frutas e hortaliças e reduzida em gorduras, provavelmente, contém menos de 15mg de α-tocoferol, a não ser que haja aumento da ingestão de óleos, nozes e cereais integrais. <ref>BATISTA, E.S.; COSTA, A.G.; -SANT’ANA, H.M. Adição da vitamina E aos alimentos: implicações para os alimentos e para a saúde humana. Revista de Nutrição. 20(5):525-535, set./out., 2007.</ref><br />
Nos Estados Unidos, os alimentos que fornecem o maior percentual de vitamina E ingerida pelas crianças de 2 a 18 anos são margarina, o grupo dos bolos, pães e biscoitos, nozes, tomates, óleos, batata do tipo chips, leite e ovos, com uma contribuição variando de 3,9% a 10,7% da ingestão diária. Para os adultos, os grupos das frutas, hortaliças e óleos contribuem cada um com 20,0% da recomendação dessa vitamina. <ref>BATISTA, E.S.; COSTA, A.G.; -SANT’ANA, H.M. Adição da vitamina E aos alimentos: implicações para os alimentos e para a saúde humana. Revista de Nutrição. 20(5):525-535, set./out., 2007.</ref><br />
 
 
'''4. Toxicidade'''<br />
 
A alta ingestão de vitamina E pode acarretar em alterações nos mecanismos de coagulação (trombocitopenia e risco de hemorragia cerebral), náuseas, cefaleia, fadiga, hipoglicemia e alterações na função neutrofílica. <ref>VANNUCCH, H; CUNHA, D; BERNARDES, M; UNAMUNO, M. Avaliação dos níveis séricos das vitaminas A, E e C em idosos hospitalizados. Revista de Saúde Pública. V.28, n. 02, p. 121-126. 2004.</ref><br />
 
 
'''5. Deficiência'''<br />
 
A baixa ingestão de vitamina E causa agregação plaquetária, anemia hemolítica, degeneração neuronal (pois causa lesão na bainha de mielina) e redução de creatinina sérica. A depleção prolongada causa lesões musculares e esqueléticas e alterações hepáticas. A deficiência pode ser provocada por desordens como a má absorção de gorduras (fibrose cística, síndrome do intestino curto e colestase). <ref>VANNUCCH, H; CUNHA, D; BERNARDES, M; UNAMUNO, M. Avaliação dos níveis séricos das vitaminas A, E e C em idosos hospitalizados. Revista de Saúde Pública. V.28, n. 02, p. 121-126. 2004.</ref><br />
 
 
'''6. Curiosidades e Fatos recentes''' <br />
 
Um alto consumo de vitamina A, farelo de trigo e pectina também têm sido apontados como redutores da biodisponibilidade da vitamina E. Já a presença da vitamina E, ingerida conjuntamente com a vitamina A, aumenta a absorção dessa última, sendo que seu efeito antioxidante protetor nos lipídios carreadores da vitamina A pode ser uma das explicações desse fenômeno. <ref>VANNUCCH, H; CUNHA, D; BERNARDES, M; UNAMUNO, M. Avaliação dos níveis séricos das vitaminas A, E e C em idosos hospitalizados. Revista de Saúde Pública. V.28, n. 02, p. 121-126. 2004.</ref><br />
No Brasil, ainda não foi feito nenhum estudo amplo para avaliar o consumo alimentar de vitamina E pela população. Os dados dos últimos levantamentos de disponibilidade domiciliar de alimentos, incluídos na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF 2002-2003), mostram o consumo de alguns alimentos fontes, sem quantificar o teor de vitamina E ingerido. Estudos analisados por Guinazi indicaram um consumo expressivo de alimentos fontes de vitamina E, como ovos e óleos (4,3 e 7,5kg/per capita/ano, respectivamente). Entretanto, o consumo de hortaliças folhosas revelou uma média diária de apenas 7,7g, o que corresponde a 2,8kg/per capita/ano. Por outro lado, Nilson & Piza relataram um baixo consumo de vitamina E pela população brasileira. <ref>BATISTA, E.S.; COSTA, A.G.; -SANT’ANA, H.M. Adição da vitamina E aos alimentos: implicações para os alimentos e para a saúde humana. Revista de Nutrição. 20(5):525-535, set./out., 2007.</ref><br />