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Um '''ponto cego''', também conhecido como [[escotoma]], é uma obscuração do [[campo visual]]. Pode ser ocasionado pela conjectura da situação, como os pontos cegos noS campoS de visão proporcionados pelos espelhos retrovisores dos veículos automotivos; ou pode ter origem fisiológica, natural ou patogênica.
Um '''ponto cego''', também conhecido como [[escotoma]], é uma obscuração do [[campo visual]]. Um ponto cego em particular conhecido como ''ponto cego fisiológico'' ou ''punctum caecum'' na literatura médica é o lugar no campo visual que corresponde à falta de células fotorreceptoras no disco óptico da [[retina]] onde passa o [[nervo óptico]]. Uma vez que não existem células para detectar a luz nessa região do disco óptico, uma parte do campo de visão não é percebido. O [[cérebro]] preenche esse ponto com informações sobre imagens ao redor e com informações percebidas pelo outro [[olho]], dessa forma o ponto cego normalmente não é percebido.
 
Em particular, a estrutura do olho humano impões ao campo de visão desse órgão um ponto cego natural conhecido como ''macha cega'', ''ponto cego fisiológico'' ou ''punctum caecum''. O mesmo é amplamente relatado na literatura médica, e tem sua origem atrelada à falta de células fotorreceptoras na superfície da [[retina]] em região onde o [[nervo óptico]] penetra o olho, na porção posterior do órgão. Uma vez que não existem células sensíveis para detectar a luz nessa região do disco ótico, a parte da imagem projetada pelo [[cristalino]] (lente do olho) sobre tal região não é registrada pelo sistema nervoso e tampouco pelo cérebro. Contudo, o ponto cego normalmente não é conscientemente percebido. Durante o processamento da imagem, o [[cérebro]] preenche esse ponto com informações sobre imagens ao redor e com informações registradas pelo outro [[olho]], e a imagem conscientemente formada mostra-se isenta das [[umbra]]s ou [[penumbra]]s correspondentes. <ref name="Livro_do_Cerebro"> Cartner, Rita; et alii - O livro do Cérebro - Rio de Janeiro - Agir - 2012. ISBN: 978.85.220-1361-6</ref><ref name="Fisica_Beatriz">Máximo, Antônio - Alvarenga, Beatriz - Curso de Física - Volume 2 - Editora Scipione - Primeira Edição - São Paulo - 2012 - ISBN: 978-85-262-7702-2-AL </ref>.
Apesar de todos os [[vertebrado]]s possuírem esse ponto cego, os olhos de [[cefalópodes]], que são apenas superficialmente similares, não têm. Neles, o nervo óptico se aproxima dos receptores por trás, então ele não cria essa descontinuidade na retina.
 
A retina do olho humano é composta por três camadas de células distintas: as células ganglionares, as células amácrinas e bipolares, e por fim as células fotossencíveis (cones e os bastonetes). Há ainda, na segunda camada, as chamadas células horizontais. Os impulsos nervosos gerados pelos cones e bastonetes na terceira camada (a posterior) são transmitidos às células das camadas anteriores e destas, através de um feixe de axônios aglomerados na superfície da retina, à região do ponto cego e então para o nervo óptico. Guiadas pelo [[nervo ótico]], os impulsos são então levados, após atravessarem o [[quiasma óptico]], ao [[córtex visual primário]] - região do [[córtex]] [[cérebro|cerebral]] situada na porção mais posterior do [[encéfalo]]. Em virtude da estrutura configurada, a fim de ser percebida pelos fotoreceptores, a luz deve primeiro atravessar o feixe de axônios e as duas primeiras camadas da retina. A convergência e adensamento de fibras nervosas à região do nervo ótico feita pela superfície da retina bem como a própria presença do nervo dão origem ao ponto cego <ref name="Livro_do_Cerebro"/>. Apesar de praticamente todos os [[vertebrado]]s possuírem estrutura ocular semelhante e por conseguinte também o ponto cego, não são todos os animais que o possuem. Nos olhos de [[cefalópodes]] a exemplo, que são apenas aparentemente similares, a camada com células nervosas é posterior à camada de fotoreceptores. Neste caso o feixe de axônios se aproxima dos fotoreceptores pelo fundo e não pela superfície da retina; que pode assim acomodar sem maiores problemas, inclusive na região de entroncamento com o nervo ótico, fotoreceptores ao longo de toda a sua superfície.
A primeira observação documentada do fenômeno foi por volta de 1660 por [[Edme Mariotte]] em França. Nessa época acreditava-se que o ponto em que o nervo óptico entrava no olho deveria ser a parte mais sensível da retina; no entanto, a descoberta de Mariotte desautorizou essa teoria.
 
A primeira observação documentada doda fenômenoexistência foido porponto voltacego defoi 1660realizada por [[Edme Mariotte]], emna França, por volta de 1660. Nessa época acreditava-se que o ponto em que o nervo óptico entrava no olho deveria ser a parte mais sensível da retina; no entanto, a descoberta de Mariotte desautorizou essa teoria <ref>Carece de fonte.</ref>. A região do olho humano mais sensível à luz corresponde à sua região central, e recebe o nome de [[fóvea]]<ref name="Livro_do_Cerebro"/>.
 
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