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'''Sociolinguística''' é o ramo da [[linguística]] que estuda a relação entre a [[Língua natural|língua]] e a [[sociedade]].
Há três termos importantes para a '''sociolinguística''' que podem ser facilmente confundidos entre si:
'''Variedade''' - a variedade são as diferentes formas de manifestação da fala dentro de uma língua, a partir dos diferentes traços que a condicionam, eles podem ser: sociais, culturais, regionais e históricos de seus falantes. As variedades linguístcas classficam-se como:▼
▲(i) '''Variedade''' -
Dialeto: modo particular de uso da língua numa determinada localidade. Diferente do que pensam muitos linguistas, o termo dialeto não serve para designar variedade linguística.▼
▲a. Dialeto: modo particular de uso da língua numa determinada localidade. Diferente do que pensam muitos linguistas, o termo dialeto não serve para designar variedade linguística
Socioleto: é a variedade linguística de um determinado grupo de falantes que partilham os mesmos traços e experiências socioculturais.▼
▲b. Socioleto: é a variedade linguística de um determinado grupo de falantes que partilham os mesmos traços e experiências socioculturais
Idioleto: é o modo particular de cada indivíduo expressar-se através da fala.▼
Cronoleto- variedade pertencente a uma determinada faixa etária, ou seja, modo próprio desta geração manisfestar-se.▼
▲d. Cronoleto- variedade pertencente a uma determinada faixa etária, ou seja, modo próprio desta geração manisfestar-se.
(ii) '''Variante''' -
(iii) '''Variável''' - a variável é o traço, forma ou construção linguística cuja realização apresenta variantes observadas pelo investigador.
== História ==
Embora o aspecto social da língua tenha chamado a atenção desde cedo, tendo tido relevância já no trabalho do lingüísta [[Suíça|suíço]] [[Ferdinand de Saussure]] no início do [[século XX]], foi talvez somente nos anos [[1950]] que este aspecto começou a ser investigado minuciosamente.
Pioneiros como
Mas pode-se dizer que a figura chave foi [
'''O Revolucionário Trabalho de Labov'''
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Nos conturbados dias de luta pela igualdade racial nos Estados Unidos, na também conturbada década de 1960, o lingüista norte-americano William Labov contestava frontalmente as afirmações – então bastante difundidas na sociedade norte-americana – de que os negros eram inferiores aos brancos porque eram “cultural e lingüisticamente privados”, ilógicos, monossilábicos, etc.
Naquela época, tais afirmações eram vistas como respaldadas em resultados de pesquisas científicas de cujos métodos, procedimentos e instrumentos de coleta de dados Labov discordava. Para combatê-los, bem como para a eles criar alternativas, Labov inovou. Fez uso de seu profundo conhecimento da comunidade negra do Harlem, cuja cultura é bastante verbal, e a ele aliou bom senso, sensibilidade e criatividade. Como resultado, alterou vários dos procedimentos de pesquisa então vistos como firmemente estabelecidos e teve seu artigo alçado à categoria de um “clássico”.
Inspecionemos algumas dessas alterações: (a) ao invés de selecionar sua amostra de acordo com padrões mais ou menos rígidos envolvendo diferentes combinações de fatores como sexo, idade, ocupação, classe social, etc., Labov recrutou sujeitos que, segundo ele, participavam da cultura vernacular das ruas e nada mais; (b) não tentou fazer emergir o discurso de seus entrevistados em locais com os quais eles estavam pouco familiarizados e nos quais se sentiam pouco à vontade (como, por exemplo, salas ou laboratórios de Universidades), então vistos como os mais adequados por serem considerados “neutros”. Pelo contrário, realizou as entrevistas no próprio bairro de residência dos entrevistados (o Harlem) e, pelo menos em um caso, no próprio quarto do entrevistado; (c) abandonou o uso de testes padronizados (então amplamente utilizados); (d) tentou fazer com que a entrevista se tornasse menos intimidante para os entrevistados (adolescentes negros) através da redução da assimetria entre entrevistador e entrevistado bem como do estabelecimento de uma situação informal que mais se assemelhava a um bate-papo entre amigos (o que então era visto como pouco científico). Para isso, fez uso de um entrevistador negro, também morador do Harlem, que conhecia os entrevistados e que, para superar ainda outros obstáculos e inibições, fez a entrevista com duplas de amigos na casa de um deles. Como resultado, Labov pôde mostrar uma visão completamente diferente da cultura negra e das capacidades intelectuais e
Seu conhecido artigo, “The logic of non-standard English”(1972), foi escrito há quase quarenta anos, mas seus vários ensinamentos continuam sendo atuais e relevantes. Dentre eles, destacamos dois. O primeiro é o de que fazer ciência é tentar conhecer aquilo que não se conhece e de que esse “conhecer aquilo que não se conhece” não raro passa pelo como tentamos conhecê-lo. Já o segundo se refere especificamente a esse como. O trabalho de Labov torna evidente que, para conhecermos um ser humano, uma cultura ou uma língua a partir de uma visão “de dentro” – ou seja, pelo que eles são e não pelo que parecem ser para quem está “de fora” – é necessário sermos sensíveis e, por vezes, pouco ortodoxos.
Isso porque elaborar formas que possibilitem a emergência de suas características sem obstáculos ou preconceitos (coisa que é bastante conhecida por historiadores e antropólogos) não é tarefa
'''REFERÊNCIAS'''
NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria; ROMÃO-DIAS, Daniela; DI LUCCIO, Flávia. Uso de Entrevistas On-Line no Método de Explicitação do Discurso Subjacente (MEDS). Revista Psicologia: Reflexão e Crítica, 22(1), 36-43, 2008. == {{Ver também}} ==
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