Causalidade: diferenças entre revisões

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O entendimento aristotélico da causalidade foi predominante no pensamento ocidental durante quase dois mil anos, até o [[renascimento]] e o [[iluminismo]]. Até então, toda explicação causal se baseava na ideia de causalidade linear (isto é, [[mecanicismo|mecanicista]]), que vê todo efeito como já estando completamente presente na causa que o precedeu, que por sua vez é efeito de outra causa anterior e assim por diante. A determinação é portanto colocada no passado, numa única linha ou cadeia causal totalmente explicada pelas condições iniciais do universo que teria sido posto em movimento por um primeiro motor imóvel, uma causa sem causa. Esse motor imóvel também era considerado o responsável pela existência de ordem no universo, ao colocar causas finais ([[teleologia]]) em cada evento que surge na cadeia causal.
 
Desde o fim do iluminismo, a ideia de causalidade linear tende a ser considerada insuficiente para explicar a maioria dos fenômenos (naturais, sociais, biológicos, existenciais, psicológicos,etc.), que se provaram melhor explicáveis por vários outros modelos de causalidade. A ideia de causalidade ou de determinação que predomina desde o fim do iluminismo é a de causalidade complexa, segundo a qual nem todo efeito está totalmente contido na causa anterior, isto é, que o próprio efeito pode simultaneamente interagir (causalmente) com outros efeitos, podendo inclusive acarretar um nível de realidade diferente do nível das causas anteriores (por exemplo a interação no nível molécular formando um outro nível de realidade, a vida, ou a interação entre indivíduos formando um outro nível de realidade, a sociedade). A ideia de causalidade complexa vê a determinação ocorrendo não apenas no passado, mas também no presente ou, na simultaneidade dos processos ou eventos.
 
Um exemplo de causalidade complexa pode ser visto na [[teoria da evolução|teoria da evolução das espécies]]. Para esta, a determinação de uma espécie não pode ser explicada como um efeito totalmente contido numa causa anterior. Pelo contrário, cada espécie se diferencia, se modifica (evolui) ou se extingue por meio da interação entre as diversos organismos (e climas) que existem simultaneamente. Há uma constante [[deriva genética]] (mutação genética aleatória), mas apenas são preservadas as mutações que melhor adaptam o organismo na interação com outros em um [[ecossistema]], o qual por sua vez também se modifica pelas novas interações desse novo organismo.
 
A causalidade complexa também faz-se presente no âmbito da mecânica quântica; onde as reduções das funções de onda, ao ocorrerem, determinam a realidade do passado; e essas, para serem possíveis e ocorrerem, dependem não apenas do contexto histórico do sistema - de um passado já configurado determinando as existências dos próprios sistemas atualmente emaranhados - como também das interações instantâneas dos sistemas em escala universal (não localidade) acarretando as reduções das funções de onda que tomam lugar no momento presente.
 
=== Causalidade, acaso e liberdade ===