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{{wikispecies|Amblypygi}}
'''Amblypygi''' é- umaamblipígio ordemem deportuguês, aracnídeowhip comumentespider chamada(aranha dechicote) amblipígio (em inglês whip- spider,é aranhauma chicote)ordem ede aracnídeo que está incluída na classe  [[Arachnida]], a mesma classe das [[aranhas]], [[escorpiões]] e [[carrapatos]]. Atualmente se conhece cerca 160128 espécies em cinco famílias distribuídas por todas as partes do mundo ([[distribuição cosmopolita]])<ref>Harvey, M.S., 2003. Catalogue of the Smaller Arachnid Orders of the World – Amblypygi, Uropygi, Schizomida, Palpigradi, Ricinulei and Sollfugae. Csiro Publishing, Collingwood, Australia, 385 pp.</ref>. No Brasil tem-se aproximadamente 2013 espécies em três famílias: (''Charinidae'', ''Phrynidae'' e ''Phrynichidae'')<ref>Miranda, G.S. & Giupponi, A.P.L. (2011) A new synonthropic species of Charinus Simon, 1892 from Brazilian Amazônia and notes on the genus (Arachnida: Amblypygi: Charinidae). Zootaxa, 2980, 61–68.</ref>.
 
== Características e ciclo de vida==
Podendo atingir até 4,5 cm de comprimento e achatado dorso-ventralmente, o corpo dos amblipígios é dividido em [[cefalotórax]] ([[prossoma]]), coberto por uma carapaça única e rígida, pedicelo e abdômen segmentado. O primeiro par de pernas desse animal é extremamente alongado e possui funções sensorial e de comunicação intra-específica; essas pernas são chamadas pernas anteniformes e não são utilizadas para caminhar.Os amblipígios não possuem glândula de veneno, portanto não oferecem perigo aos humanos. Na região anterior da carapaça, possuem um par de [[quelícera]]s bissegmentadas e subqueladas que utilizam para capturar presas com o auxílio dos pedipalpos. Algumas espécies exibem dimorfismo sexual, representado por um pedipalpo maior nos machos.
AsComo principaisem característicasgrande queparte identificamdos aracnídeos, os amblipígios são:digerem corposeu achatadoalimento dorso-ventralmenteextracorporeamente, sendo o cefalotóraxingerem (prossoma) coberto por uma carapaça rígida; primeiro par de pernas extremamente alongados com função sensorial (chamadas de pernas anteniformes; não utilizadas para caminhar);líquido e pedipalpossua raptoriaisexcreção fortesé comefetuada espinhos.através ''''''Os amblipígios não possuem glândula de veneno''' '''não oferecendo perigo aos humanos''''''. Possuem na região anterior da carapaça um par de quelíceras que utilizam para capturar presas com o auxílio dos pedipalpos. Como em grande parte dos aracnídeos, os amblipígios possuem digestão extracorpórea e excreção pordas glândulas coxais. A respiração se dá através de pulmões foliáceos e a reprodução pode ser assexuada, por [[partenogênese]], ou sexuada, por transferência indireta de esperma. Neste último caso, a cópula ocorre da seguinte maneira: o macho cortejaengaja a fêmea em uma espécie de "dança nupcial" até ela ceder o suficiente para que o macho se aproximaraproxime e depositardeposite o [[espermatóforo]]; quando esse estágio é alcançado, ele a segura com seus pedipalpos e deposita o espermatóforo no solo; na ponta desse espermatóforo está um saco sede esperma que deve ser pegoapreendido pela fêmea;. Assim que este estágio é alcançado, o macho então puxasegura a fêmea com seus pedipalpos e a desloca para onde o espermatóforo foi depositado, epermitindo que ela capturacapture o saco de esperma com seu [[gonópodogonóporo]]; comdessa issoforma, acontece a fecundação ocorre. Após a fecundação (ou não, no caso dos partenogenéticos), a fêmea carrega seus ovos numem um saco de ovos localizado em baixoembaixo do seu abdômen (na região ventral). Após algumastrês semanasmeses de desenvolvimento embrionário, os ovos eclodem e dezenas de filhotes de amblipígios migram para cima do abdômen da mãe onde permanecem sob sua proteção; após trêsa ouprimeira quatro [[Muda (biologia)|mudas]]muda, os pequenosfilhotes amblipígios têm dedeve seguir suas vidas longe dos cuidados maternos, caso contrário acabam virando presa daquela que os trouxe à vida<ref>Weygoldt, P., 2000. Whip Spiders (Chelicerata: Amblypygi). Their Biology, Morphology and Systematics. Apollo Books, Stenstrup, Denmark, 163 pp.</ref>.
 
== Órgãos sensoriais ==
Amblipígios andam sobre seis pernas, isto acontece porque seu primeiro par de pernas tem função sensorial e não são utilizadas como apoio. Este primeiro par de pernas é chamadas de anteniformes, pois se assemelham a antena dos insetos. Estas estruturas sensoriais recebem uma variedade de estímulos químicos e mecânicos do ambiente e sua perda ocasiona a inabilidade de capturar presas e de se orientar no ambiente. Há vários receptores de sinais mecânicos e químicos nestas pernas como as cerdas, as sensilas, as fendas e os tricobótrios. Existem poucos tricobótrios nas pernas anteniformes, mas muitos nas pernas utilizadas para caminhar. Estes são responsáveis por perceber a aproximação de presas e de possíveis predadores<ref>Foelix, R. & Hebets, E., 2001. Sensory biology of whip spiders (Arachnida, Amblypygi). andrias 15: 129-140</ref>.
Amblipígios tem quatro pares de [http://www.google.com.br/imgres?um=1&hl=pt-BR&sa=N&biw=1600&bih=785&tbm=isch&tbnid=HQ7yFMflPewUEM:&imgrefurl=http://www.critterzone.com/animal-pictures-nature/arachnid-whipscorpion-tailless.htm&docid=E4ShuAQ2jSY6LM&imgurl=http://www.critterzone.com/animal-pictures-nature/stock-photos/MXCZIN2112_13.jpg&w=417&h=271&ei=AD1xT4n1Isn3gAewqbhM&zoom=1 olhos], três laterias e um par central. Contudo, esses olhos não são capazes de formar imagem, sendo úteis somente na distinção de claro e escuro (dia/noite, ambiente exposto/ambiente protegido). Muitas vezes esses olhos podem estar ausentes ou reduzidos, principalmente os olhos medianos (os olhos laterais encontram-se ausentes ou reduzidos na maioria das vezes em espécies [[troglóbio|troglóbias]]).
As estruturas sensoriais mais importantes nesses organismos são as pernas sensoriais (anteniformes) e os tricobótrios nas pernas.
 
 
[[File:Charinus vulgaris 1.jpg|thumb|left|Após a eclosão dos ovos, a mãe carrega sues filhotes sobre o abdômen. Na foto, fêmea de Charinus vulgaris com sua prole.]]
 
== Hábitos alimentaresEcologia ==
Amblipígios são basicamente predadores de "senta e espera". Quando as pernas anteniformes entram em contato com uma possível presa, essas se retraem e o amplipígio se aproxima da presa. Quando perto o suficiente, o amblipígio abre seus pedilpalpos espinhados e ataca a presa. Esta é puxada pelos pedipalpos e as quelíceras a maceram. Como os amblipígios não possuem glândulas de venenos, a presa pode continuar viva nos momentos iniciais do processo de alimentação. Espécies grandes, como por exemplo as dos gêneros  ''Heterophrynus''  e  ''Trichodamon'', se posicionam sobre troncos ou rochas e predam insetos ou, quando possível, pequenos vertebrados. Amblipígios menores, como as espécies do gênero ''Charinus'', possuem comportamento mais ativo (forageamentoforrageamento). Na maioria das vezes, os amblipígios saem para predarcaçar durante ao período da noite.
Em situações de perigo, os amblipígios conseguem soltar uma das pernas de seu próprio corpo para distrair o predador, o que facilita a fuga. Uma vez que a perna é quebrada na articulação patela-tíbia, pode haver regeneração da mesma. Aumenta o número de artículos do apêndice a cada regeneração, sendo que é possível quantificar o número de regenerações da vida de um amblipígio através da contagem destes artículos.
Os amblipígios também se envolvem em disputas territoriais, onde sucedem-se lutas ritualizadas de demonstração de poder. Normalmente, o tamanho do pedipalpo é a medida de força nestes embates.
 
== História Evolutiva e Filogenia ==
 
Embora ainda seja um assunto bastante debatido, acredita-se que os primeiros amblipígios tenham surgido na Terra durante o período Devoniano. Os primeiros amblipígios de que se tem conhecimento foram encontrados na Inglaterra e na América do Norte. A disseminação destes animais teve início antes da separação da Pangea e da Gondwana. Hoje, os amblipígios possuem distribuição circumtropical, muito embora diferentes subgrupos sejam encontrados em diferentes continentes.
A linhagem dos amblipígios forma, juntamente com o grupo ''Araneae'' (aranhas), um grande grupo denominado ''Pantetrapulmonata''; este grande grupo é [[monofilético]], o que significa que todos os animais representantes dele surgiram a partir de um único ancestral comum. Estudos mais recentes afirmam que amblipígios também possuem relações de parentesco bem próximas a outros dois grupos de animais, ''Thelyphonida'' e ''Schizomida''.
Amblipígios estão divididos em duas subordens, ''Paleoamblypygi'' e ''Euamblypygi''. ''Paleoamblypygi'' é composta por apenas uma única espécie extinta, anteriormente distribuída pela África; ''Euamblypygi'' engloba quatro famílias, 16 gêneros e cerca de 150 espécies distribuídas pelo mundo todo. Dados mais recentes indicam que o número de espécies extintas foi elevado para 9, com registros na Europa, América do Norte e Brasil<ref>Weygoldt, P., 1996. Evolutionary morphology of whip spiders: towards a phylogenetic system (Chelicerata: Arachnida: Amblypygi)* J. Zoo. Syst. Evol. Research 34 185-202 pp.</ref>.
 
== Diversidade ==