Licônia: diferenças entre revisões

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{{PBPE|Licônia|Licónia}} ({{lang-el|{{politônico|Λυκαονία}}}} - ''Lukaonia''; {{lang-tr|Likaonya}}), também chamada de '''Licaônia''', era o nome de uma grande região no interior da antiga [[Ásia Menor]] ([[Anatólia]], norte da dos [[Montes Tauro]], na fronteira com a antiga região da [[Cilícia]] e, no período [[bizantinos|bizantino]], com a [[Isáuria]]; porém, é difícil precisar suas fronteiras exatas pois elas variaram consideravelmente com o tempo.
{{Sem-fontes|data=junho de 2013}}
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'''Licaônia''' ou '''Licônia''' <sup>[[Português brasileiro|PB]]</sup> ou '''Licónia'''<sup>[[Português europeu|PE]]</sup> foi uma [[província romana]], uma região da [[Ásia Menor]] em que se falava o idioma local - o licaônico. De acordo com ([[Atos dos Apóstolos|Atos 14:6-11]]), [[Derbe]] e [[Listra]], eram cidades da Licaônia.
 
== Etimologia ==
As fronteiras da Licaônia variaram consideravelmente no decorrer da sua história e não há certeza delas. Basicamente, no período em que a Licaônia figura no registro bíblico, ela ficava na parte meridional da província romana da [[Galácia]], e era limitada pela [[Pisídia]] e pela [[Frígia]] ao Oeste, pela [[Capadócia]] ao Leste, e pela [[Cilícia]] ao Sul. Esta região consiste numa planície sem árvores, com pouca água. Antigamente, porém, era razoavelmente produtiva e oferecia suficientes pastos para um grande número de ovelhas.
O nome não é encontrado na obra de [[Heródoto]], mas a Licônia foi mencionada por [[Xenofonte]] como tendo estado no caminho de [[Ciro, o Jovem]], em sua marcha através da Ásia. Ele descreve [[Icônio]] como a última cidade da [[Frígia]]; além disso, em {{citar bíblia|Atos|14|6}}, [[Paulo de Tarso]], depois de deixar Icônio, cruzou a fronteira e chegou à [[Listra]], na Licônia. [[Ptolemeu]], por outro lado, inclui a Licônia como parte da [[Capadócia]], uma associação que depois foi feita pelos [[Império Romano|romanos]] por motivos administrativos. Porém, é claro nas fontes, incluindo Xenofonte e [[Estrabão]], que tratavam-se de duas regiões distintas.
 
Há uma teoria que postula que o nome ''"Lycaonia"'' seja uma versão grega (influenciada pelo nome masculino grego ''Lycaon'') de uma forma original ''"Lukkawanna"'', que significaria "a terra do povo [[lukka]]"'' numa antiga [[língua anatólia]] aparentada com o [[língua hitita|hitita]].
== O cristianismo na província ==
 
== Geografia ==
A Licônia é descrita por Estrabão como sendo uma terra fria com planícies elevadas que davam pasto a [[jumento]]s selvagens e ovelhas - estas ainda presentes hoje, mas os jumentos desapareceram. [[Amintas da Galácia|Amintas]], [[rei da Galácia]], que controlou a região por um tempo, mantinha ali não menos que 300 cabeças de gado. Ela é parte do platô interior da Ásia Menor e tem uma elevação de 1000 metros. Falta água na região, o que é agravado em algumas regiões pela abundância de sal no solo, como na porção norte, que vai de Icônio até o [[lago de sal]] de Tatta, e na fronteira com a [[Galácia]], que é desolada, com umas poucas áreas cultivadas entre Icônio e as vilas maiores. O solo, onde há água, é produtivo. Em tempos antigos, a distribuição e preservação da água tinha extrema importância, tanta que muitas terras hoje desoladas no passado sustentavam grandes povoações.
 
A planície é interrompida por algumas pequenas cadeias montanhosas de natureza vulcânica, das quais a [[Kara Dagh]], no sul, a poucos quilômetros para o norte de [[Karaman]], se ergue até {{formatnum|2288}} metros, enquanto [[Karadja Dagh]], mais para o nordeste, mesmo não sendo tão alta, apresenta uma impressionante variedade de cones vulcânicos. As montanhas no noroeste, perto de Icônico e [[Laodiceia Combusta]], fazem parte do fim da cadeia de [[Sultan Dagh]], que atravessa boa parte da Frígia.
 
== Licônios ==
Os licônios parecem ter sido, em grande medida, independentes do [[Império Aquemênida]], pelo menos no início, e eram, como seus vizinhos [[isáurios]], um povo de saqueadores selvagens e sem leis. Contudo, a região onde moravam era atravessada por uma das grandes estradas da Ásia Menor, que ia de [[Sardis]] e [[Éfeso]] até as [[Portas da Cilícia]], o que permitiu a criação de algumas poucas cidades importantes em seu percurso. A mais importante era sem dúvida [[Icônio]], na região mais fértil de todo o país, que era considerada pelos romanos e bizantinos como a capital, apesar de ser, etnologicamente falando, uma cidade [[frígios|frígia]]. Ela é hoje chamada de [[Konya]] e foi a capital do [[Império Seljúcida]] por séculos. Um pouco mais para o norte, na fronteira com a Frígia, estava [[Laodiceia Combusta]] (moderna [[Ladik (Konya)|Ladik]]), dita "Combusta" para distingui-la da [[Laodiceia no Licos|cidade frígia de mesmo nome]]. No sul, perto do sopé dos Montes Tauro, estava [[Laranda]], chamada atualmente de [[Karaman]], que emprestou seu nome à província de [[Caramânia]]. [[Derbe]] e [[Listra]], que aparecem nos [[Atos dos Apóstolos]] como sendo importantes cidades, estavam localizadas entre Icônio e Laranda. Havia ainda muitas outras cidades que tornaram-se [[#Sés episcopais|sés episcopais]] nos tempos bizantinos. A Licônia foi [[cristianização|cristianizada]] muito cedo e seu sistema eclesiástico era o mais organizado de toda a Ásia Menor no final do século IV.
 
Licônios parecem ter mantido sua cultura distinta na época de Estrabão, mas suas afinidades étnicas são desconhecidas. A menção da [[língua licônia]] nos Atos dos Apóstolos ({{citar bíblia|Atos|14|11}}) mostra que ela ainda era falada pelo povo de Listra por volta de 50 d.C. e provavelmente foi apenas depois, já por influência cristã, que o [[língua grega|grego]] a substituiu. É notável, porém, que nos Atos [[Barnabé (Bíblia)|Barnabé]] tenha sido chamado de [[Zeus (mitologia)|Zeus]] e que Paulo tenha sido confundido com [[Hermes (mitologia)|Hermes]] pelos licônios, o que faz com que alguns estudiosos acreditem que a língua licônia tenha sido, na realidade, um dialeto grego cujas reminiscências ainda podem ser encontradas no [[grego capadócio]], que é classificado como um dialeto distinto.
 
== História ==
=== Conquista romana ===
Depois da derrota de [[Antíoco III, o Grande]], do [[Império Selêucida]], a Licônia foi dada pelos romanos a [[Eumenes II]], [[rei de Pérgamo]]. Por volta de 160 a.C., parte da região, a [[Tetrarquia da Licônia]], foi separada e anexada ao Reino da Galácia e, em 129 a.C., a metade oriental (que ficou conhecida como "Licônia" pelos duzentos anos seguintes), foi dada ao [[Reino da Capadócia]] como sua décima-primeira ''[[stretagia]]''. Na reorganização provincial de 64 a.C. promovida por [[Pompeu Magno]] depois das [[Guerras Mitridáticas]], ele cedeu a parte norte da tetrarquia para a Galácia e a metade oriental desta ''strategia'' para a Capadócia. O que restou, ele anexou à [[província da Cilícia]]. Porém, a administração e o agrupamento das regiões mudavam frequentemente durante o período romano.
 
=== Viagem de Paulo ===
Segundo o texto bíblico, o apóstolo [[Paulo de Tarso|Paulo]] visitou [[Derbe]] e [[Listra]] (Licaônia), durante a sua primeira e a sua segunda viagem missionária, anunciando o [[Evangelho]] e organizando comunidades cristãs. Talvez parasse ali também na terceira jornada missionária ao viajar "de lugar em lugar através do país da Galácia" ([[Atos dos Apóstolos|Atos 14:6, 20, 21; 16:1; 18:23]]).
 
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Depois disso, alguns judeus incrédulos de [[Antioquia]] e de Icônio teriam vindo a Listra a fim de incitar a multidão para que apedrejasse Paulo, o qual, milagrosamente, sobreviveu e seguiu para Derbe.
{{Âncora|Licônia (província romana)|Província da Licônia}}
{{Info/=== Província romana===
Em 371, a '''Província da Licônia''' foi finalmente organizada.
 
As moedas da Licônia são bastante raras. A julgar pela quantidade de tipos e emissões conhecidas, a cunhagem de moedas parece ter sido uma atividade esporádica e, provavelmente, tinha objetivos puramente prestigiosos ou comemorativos, celebrando importantes eventos como a visita do imperador.
 
== Sés episcopais ==
As [[sé episcopal|sés episcopais]] da província que aparecem no ''[[Annuario Pontificio]]'' como [[sé titular|sés titulares]] são<ref>''Annuario Pontificio 2013'' (Libreria Editrice Vaticana 2013 ISBN 978-88-209-9070-1), "Sedi titolari", pp. 819-1013</ref>:
{{dividir em colunas}}
* Amblada (Asardag)
* [[Barata (Turquia)|Barata]] (Madenşehri)
* Cana (Genne)
* Corna (Dinorna)
* [[Derbe (sé titular)|Derbe]]
* Ecdaumava
* Hyda na Licônia (Karapinar)
* [[Icônio]]
* Ilistra (Ilisra)
* Isaurópolis (Dorla)
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{{Referências|col=2}}
 
== Bibliografia ==
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* [[William Mitchell Ramsay|W. M. Ramsay]], ''Historical Geography of Asia Minor'' (1890), ''Historical Commentary on Galatians'' (1899) and ''Cities of St Paul'' (1907)
* ''Jahreshefte des Oesterr. Archaeolog. Instituts'', 194 (Beiblatt) pp.&nbsp;57–132.
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== Ligações externas ==
{{refbegin}}
* {{1911|artigo=Lycaonia}}
* {{citar web|url = http://www.asiaminorcoins.com/gallery/index.php?cat=19| publicado = Asia Minor Coins| título = Moedas da Licônia| língua = inglês| acessodata = 29/12/2013}}
{{refend}}
 
{{Províncias romanas 120 a.C.}}
 
{{DEFAULTSORT:Liconia}}
[[Categoria:ProvínciasLicônia| romanas]]
[[Categoria:Regiões históricas da Turquia]]
[[Categoria:Região da Anatólia Central]]
[[Categoria:Geografia da Grécia Antiga]]
[[Categoria:Diocese da Ásia]]