Figueira de Castelo Rodrigo: diferenças entre revisões

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|imagem_localização = LocalFigueiraDeCasteloRodrigo.svg
|gentílico =
|região = [[Região do Centro (Portugal)|Centro]]
|subregião = [[Beira Interior Norte]]
|distrito = [[Distrito da Guarda|Guarda]]
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}}
'''Figueira de Castelo Rodrigo''' é uma [[vila]] [[Portugal|portuguesa]] pertencente ao [[Distrito da Guarda]], [[região do Centro (Portugal)|região Centro]] e sub-região da [[Beira Interior Norte]], com cerca de {{fmtn|2200}} habitantes.
 
É sede de um [[concelho|município]] com 508,58&nbsp;km² de área e {{fmtn|6260}} habitantes (2011),<ref name="ine2011" /> subdividido em 10 [[freguesia]]s. O município é limitado a norte pelo município de [[Freixo de Espada à Cinta]], a leste pela [[Espanha]], a sul por [[Almeida]], a sudoeste e oeste por [[Pinhel]] e a noroeste por [[Vila Nova de Foz Côa]].
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Ficheiro: Variação da População 1864-2011 242.GIF|Variação da População 1864 / 2011
</gallery>
Veja também: [http://populacaofigueiracastelorodrigo.jimdo.com/ A Evolução da População do Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo de 1864 a 2011]
[http://populacaodistritodaguarda.jimdo.com/ A Evolução da População do Distrito da Guarda de 1864 a 2011]
[http://populacaodeportugal.jimdo.com/ A Evolução da População Portuguesa de 1864 a 2011]
 
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* O centro [[retransmissora|retransmissor]] da [[serra da Marofa]]. É um local bem conhecido pelas [[infraestrutura para sistemas de telecomunicações|infraestrutura de telecomunicações]] que nele se foram instalando desde os primórdios da [[Radiodifusão|rádio]] e [[televisão]], além da atracção [[turismo|turística]] que exerce, pelas vistas que proporciona, e de ser também um centro de [[culto]] e [[romaria]].
* A [[albufeira]] de Santa Mara de Aguiar, cuja origem remonta à concretização, em [[1979]], de um projecto de represamento das águas da ribeira de Aguiar com vista à sua distribuição pela maior parte possível da população do concelho, empreendimento que veio a transformar-se num local de lazer para os adeptos da [[pesca desportiva]] e num pólo de atracção turística para os amantes da [[avifauna]] e dos [[desportos aquáticos]] que aí costumam ser organizados.
* A [[barragem|mini-hídrica]] de Nossa Senhora de Monforte, tratando-se de uma pequena barragem existente no [[rio Côa]], próximo da capela dedicada àquela divindade dentro dos limites da freguesia de [[Colmeal (Figueira de Castelo Rodrigo)|Colmeal]], e cuja construção foi levada a cabo no ano de [[1992]].
* O ''Parque Industrial'', implantado junto à N332, uma das principais vias rodoviárias de comunicação com os grandes centros nacionais, através das [[auto-estrada]]s [[A25 (autoestrada)|A25]] e [[A23 (autoestrada)|A23]], e com a [[Espanha]], através da proximidade da [[fronteira]] de [[Vilar Formoso]].
* O ''Ecocentro'' de Figueira de Castelo Rodrigo situado junto do Parque Industrial, um espaço amplo, vedado e devidamente vigiado que é composto por um conjunto de contentores de recolha selectiva de [[resíduo]]s, que pelas suas dimensões ou características não podem ser depositados pelos [[Ecoponto]]s, nem recolhidos pelos meios normais.
* O ''Ninho de Empresas do Conhecimento'', uma [[infraestrutura (economia)|infraestrutura]] de serviços municipais com vista à fixação dos jovens com idades compreendidas entre os 22 e 35 anos, [[licenciatura|licenciados]] ou com formação superior especializada, pretendendo-se que sirva de [[plataforma]] dirigida às suas capacidades de criatividade, iniciativa e empreendimento a aplicar na região.
* O Gabinete Técnico Florestal que se destina a proporcionar meios de divulgação e actualização permanente de planos de defesa da floresta contra incêndios.
* A C.P.C.J., ''Comissão de Protecção da Criança e jovens em Perigo''.
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== História ==
Trata-se de um território cujo povoamento remonta à fase final da [[Pré-história]], à [[Proto-história]] e à [[romanização|época romana]]. Além do lugar da ''Faia'', na [[freguesia]] de [[Vale de Alfonsinho]], que se integra no complexo de [[arte rupestre do vale do rio Côa]], portanto de mais remota ocupação, os casos mais representativos da fixação humana durante os períodos mencionados, são alguns [[povoado]]s de altura típicos da [[cultura castreja]], tais como o lugar do ''Rodo do Castelão'', situado no limite da freguesia de [[Escalhão]], fronteiro com o da freguesia de [[Vilar de Amargo]], onde também se recolheram vestígios que pertenceram à Pré-história recente, o lugar de ''Santo André'', situado na freguesia de [[Almofala (Figueira de Castelo Rodrigo)|Almofala]], que é apontado como o povoado [[indígena]] mais importante da região e onde terá existido um [[santuário]] proto-histórico a que podem estar associados os [[berrão|berrões]] que lá se avistam, à mistura com abundantes vestígios da época romana, o sítio da [[serra da Marofa]], com vestígios há muito assinalados que confirmam a existência de um [[castro]] e onde se recolheram também provas claras da [[cultura romana]], o local da ''Palumbeira'', na freguesia das [[Cinco Vilas]], provavelmente um povoado [[mina (mineração)|mineiro]] e onde foram recolhidos [[cerâmica|materiais cerâmicos]] do [[calcolítico]] e da [[Idade do Ferro]], o local designado de ''Castelo'' em [[Algodres (Figueira de Castelo Rodrigo)|Algodres]], com vestígios do calcolítico, o sítio de ''Santa Bárbara'', na mesma freguesia, com sinais de ocupação na Idade do Ferro, o sítio do ''Castelo'' em Escalhão, de que só resta o [[topónimo]], e o local designado de ''Fortaleza'', na freguesia de [[Escarigo (Figueira de Castelo Rodrigo)|Escarigo]], entre a [[ribeiro|ribeira]] com o mesmo nome e a de ''Tourões''.<ref>COSME, Susana Rodrigues, Proto-história e romanização ente o Côa e o Águeda, in Proto-história guerreiros e colonizadores, vol.3, III Congresso de Arqueologia, actas das sessões, p.34. http://www.scribd.com/doc/12459889/-III-CONGRESSO-ARQ-TRASOSMONTES-Volume-3</ref>
 
No lugar da ''torre dos frades'' ou ''casarão da torre'', na freguesia de Almofala foram descobertos, em escavações efectuadas em [[1997]], importantes vestígios de [[invasão romana da Península Ibérica|ocupação romana]], designadamente uma [[Altar|ara]] que, a ter sido construída no próprio local, serviu para o assinalar como a «''civitas cobelcorum''», isto é «''a cidade dos cobelcos''», um povo cuja existência era conhecida, mas cuja localização era um mistério.<ref>ArqueoBeira - Recursos arqueológicos da Beira Interior. Roteiro Arqueológico. http://www.arqueobeira.net/fcrodrigo/torredealmofala.htm</ref>
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[[Ficheiro:Kingdom of Leon Arms.svg|thumb|direita|100px|[[reino de Leão]].]]
Após a [[invasão muçulmana da Península Ibérica|dominação árabe]], esta parcela de [[Riba-Côa]] recebeu especial atenção por parte da [[Reino de Leão|monarquia leonesa]], cuja preocupação, na linha da [[reconquista cristã]], era fixar a [[população]] e fortalecer as [[povoaçãopovoado|povoações]]. Nesse sentido, no início do [[século XIII]], o rei de [[Reino de Leão|Leão]], [[Afonso IX de Leão|Afonso IX]], empreendeu a construção de uma [[fortaleza]] sobre a [[morro|colina]] de [[Castelo Rodrigo]] constituída por uma cintura de [[torre|torres semicirculares]] e de uma imponente [[torre albarrã]] e concedeu aos seus moradores, em [[1209]], o seu primeiro [[foral]]. Posto que Riba-Côa já seria, por outro lado, uma região de «forte radicação [[Portugal|portuguesa]]».,<ref>SERRÃO, Joaquim Veríssimo, História de Portugal, Editorial Verbo, vol. I, pp. 149-150, 3.ª edição, 1979.</ref> viveu-se aqui, durante perto de um século, um período de indefinição política e disputa pela [[soberania]] entre as [[Família real|duas realezas]]
 
Em [[1296]] o rei português, [[Dinis I de Portugal|D. Dinis]], tomou a povoação e logo planeou para a ela algumas inovações [[arquitectura|arquitectónicas]] de modo a torná-la segura e poderosa, mas também com o objectivo de lhe imprimir uma marca clara da sua soberania.<ref>Instituto Português do Património Arquitectónico, Ministério da Cultura http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/71117</ref>
A [[12 de Setembro]] de [[1297]] o [[Tratado de Alcanices|tratado de paz luso-leonês]] celebrado na vila de [[Alcanizes]], veio confirmar as expectativas de [[Dinis I de Portugal|D. Dinis]]: [[Castelo Rodrigo]], entre outras povoações de [[Ribacoa]] e da raia [[Alentejo|alentejana]], passava definitivamente para a [[soberania]] [[Portugal|portuguesa]]. Nos séculos que se seguiram, a região continuou a merecer a atenção dos [[monarca]]s portugueses, sendo de destacar [[Fernando I de Portugal|D. Fernando]], que na preparação das guerras com [[Castela]] ordenou que fossem reparadas as [[muralha]]s de Castelo Rodrigo e, para incrementar o [[comércio]] no [[concelho]], criou aí uma [[feira]] que começou por se fazer junto do [[castelo]], mas que devido à aspereza do terreno se transferiu para o [[Figueira de Castelo Rodrigo (freguesia)|''lugar da figueira'']], isto é a ''aldeia de São Vicente de Figueira''.<ref>CARDOSO, Luís, C.O., 16---1769, Diccionario geografico, ou noticia historica de todas as cidades, villas, lugares, e aldeas, Rios, Ribeiras, e Serras dos Reynos de Portugal e Algarve, com todas as cousas raras, que nelles se encontrão, assim antigas, como modernas. - Lisboa : Regia Offic. Silviana, 1747-1751. - 2 v, Tomo II, p. 540 http://de.bnportugal.pt/HG2542-3/</ref>
 
[[Ficheiro:PortugueseFlag1248.svg|thumb|direita|100px|[[bandeira]] [[Portugal|portuguesa]] [[século XIII]].]]A [[Guerra]] que precedeu o reinado de [[D. João I]], e o próprio estado de abandono a que este rei votara à região, levou a [[praça]] à ruína e ao despovoamento do seu [[termo]], durante mais de um século.
 
Coube a [[D. Manuel I]] renovar a atenção régia pela praça e dar novo alento ao [[concelho]]. Com efeito, nos começos de [[1508]] o monarca entendeu mandar restaurar a [[torre de menagem]] e avaliar o estado da [[fortaleza]] e, em [[25 de Junho]] do mesmo ano concedeu-lhe novo [[foral]], doando a [[vila]] a seu filho, o [[Duarte I de Portugal|infante D. Duarte]]. Abria-se assim um novo ciclo de progresso na história do concelho que século e meio depois viria a ser quebrado com a [[guerra da Restauração]].
 
Durante a maior parte [[domínio filipino]], a estabilidade manteve-se e a região prosperou, apesar dos descontentamentos perante a ''monarquia dualista'', mas o golpe de [[1 de Dezembro]] de [[1640]] veio transformar esta [[fronteira|zona fronteiriça]] num espaço de repetidos acontecimentos dramáticos que espalharam terror entre as populações, sendo raros os [[povoado]]s que escaparam às [[pilhagem|pilhagens]] e aos incêndios praticados pelos castelhanos. Logo em [[1642]] os castelhanos queimaram os lugares de [[Escarigo (Figueira de Castelo Rodrigo)|Escarigo]], [[Almofala (Figueira de Castelo Rodrigo)|Almofala]] e [[Mata de Lobos]].<ref>SERRÃO, Joaquim Veríssimo, Ob. Cit., vol. V, p. 138, 3.ª edição revista, 1982.</ref>
Estudos [[demografia|demográficos]], centrados em dados relativos às [[povoaçãopovoado|povoações]] de [[Almeida]], [[Castelo Rodrigo]] e [[Escalhão]] revelam que a [[população]] de [[Riba-Côa]] sofreu entre 1640 e [[1648]] uma elevada taxa de mortalidade, tanto em consequência directa das refregas [[raia]]nas, como do retrocesso económico daí decorrente que conduziu a ''crises de subsistência'' e a doenças.<ref>BORGES, Augusto Moutinho, O Quotidiano em Riba-Côa no período da Restauração – 1640 / 1668 (estudo demográfico), in revista Altitude, Ano LVII, nº 3, 3.ª séria, 1998, pp. 113-126.</ref>
Neste ambiente de desespero e martírio, muitos foram os moradores que deram provas de coragem e perseverança, cumprindo aqui realçar o célebre combate de Escalhão, em 1648, em que a população civil se barricou num [[reduto]] junto à igreja matriz, suportando quatro meses de assédio de 4500 infantes e 800 cavalos e acabou por obrigar o inimigo a retirar.<ref>SERRÃO, Joaquim Veríssimo, Id. Ibid.</ref> A [[batalha de Castelo Rodrigo]], em [[1664]], trouxe a vitória decisiva das armas portuguesas e a glória dos que nela participaram perpetua-se nos [[padrão|padrões]] erguidos no ''campo da Salgadela'', freguesia de Mata de Lobos, onde se feriu a batalha, e em Castelo Rodrigo, em homenagem à heróica resistência da sua escassa [[guarnição (força militar)|guarnição]] de 150 soldados às primeiras investidas do [[duque de Alba]].
 
Sofreu ainda a população do outrora concelho de Castelo Rodrigo com os efeitos da [[guerra da sucessão espanhola]] ([[1702]] - [[1714]]), da [[guerra dos sete anos]] ([[1756]] - [[1763]]), bem como da [[Guerra Peninsular|terceira invasão francesa]] ([[1810]] - [[1811]]) que deixou a região em deplorável estado de penúria.
 
[[Ficheiro:Flag Portugal (1707).svg|thumb|direita|100px|[[bandeira]] [[Portugal|portuguesa]] no 2.º reinado de [[D. Maria II]].]]Há muito que [[Castelo Rodrigo]] vinha perdendo o papel central que desempenhou noutros tempos, tanto no plano militar e geoestratégico para a defesa da região, como a nível social e administrativo. Sintomático desta situação é o facto de os [[vereador]]es da câmara se virem instalando na freguesia de [[Figueira de Castelo Rodrigo (freguesia)|Figueira]],,<ref>BORGES, Júlio António, Figueira de Castelo Rodrigo, roteiro turístico do concelho, 2.ª edição da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, 1997, p.92</ref> localidade que catalisava cada vez mais as forças sociais e económicas do [[concelho]]. No dia [[25 de Junho]] de [[1836]], [[D. Maria II]], por carta régia referendada pelo ministro [[Agostinho José Freire]], atribuía a Figueira o [[Carta de Foral|foro]] de [[vila]] e, em consequência da reforma do sistema administrativo empreendida por [[Mouzinho da Silveira]] a partir de [[1832]], a [[sede]] do concelho transferiu-se finalmente para a nova vila, no dia [[6 de Novembro]] de 1836, com a designação de Figueira de Castelo Rodrigo, servindo esta designação não só para a distinguir de outras vilas com o mesmo nome, mas também para prestar a merecida [[homenagem]] à antiga sede.
 
== Património histórico, arqueológico e arquitectónico ==
; [[Algodres (Figueira de Castelo Rodrigo)|Algodres]]
* Igreja Matriz, com original Capela do Sagrado Coração de Jesus
* Fonte do Cabeço<ref name="multipla"/>
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* Estação arqueológica proto-histórica da ''Palumbeira''
 
; [[Colmeal (Figueira de Castelo Rodrigo)|Colmeal]]
* Ruínas da povoação e Solar<ref name="multipla"/>
* Capela de N.ª Sr.ª de Monforte (Quinta do Ruivo)
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* Cruzeiro histórico
 
; [[Penha deda Águia]]
* Igreja Matriz, do século XVII
* Ruínas da primitiva Capela de Santa Marinha
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=== Contexto geográfico ===
[[Ficheiro:Figueira de Castelo Rodrigo e Castelo Rodrigo.jpg|thumb|direita|200px|paisagem natural da [[serra da Marofa]].]]
Muito da singularidade geográfico-natural do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo deve-se ao seu enquadramento físico que em termos [[Geomorfologia|morfológicos]] se caracteriza por um profundo dualismo: Toda a área envolvente é composta pela superfície da [[Meseta Ibérica|Meseta]] que prolonga, no sector [[Sul]] do concelho, o [[Planalto]] de ''Castela-a-Velha'', decrescendo em altitude no sentido de [[Noroeste]], em contraste com a [[serra da Marofa]], que se destaca como um «[[relevo (geografia)|relevo]] residual» das assentadas [[Quartzo|quartzíticas]] de sentido [[Leste|Este]]-[[Oeste]], nas quais também se ergue a [[Castelo Rodrigo|aldeia histórica de Castelo Rodrigo]]; o dualismo também se verifica em termos [[paisagem|paisagísticos]], tanto pela diversidade [[litologia|litológica]] predominantemente [[granito|granítica]] e [[xisto]]sa, em contraste com os depósitos grosseiros do tipo ''raña'' que se encontram no sopé da Marofa, «como pela diversidade [[clima|climática]] em que a predominância da [[vinha]], da [[oliveira]], da [[amendoeira]] e outras culturas marcadamente [[Mediterrâneo|mediterrânicas]], situadas na área planáltica parecem traduzir uma unidade morfoclimática que já se identifica bastante com a ''Terra Quente transmontana'', por oposição às vertentes da serra da Marofa que pela [[Geomorfologia|morfologia]], ocupação do solo e disponibilidade de água se aproxima mais da ''Terra Fria transmontana''».<ref>SALVADO, Leonel et al., ''Castelo Rodrigo – Ruínas Misteriosas'', ed. C. M. F. C. Rodrigo, ISBN -972-96115-2-1, cap. I – ''Contexto Geográfico'', texto da autoria de Sérgio Caramelo</ref>
 
=== Orografia ===
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(metros)
|-
|[[Algodres (Figueira de Castelo Rodrigo)|Algodres]]
|515
|-
Linha 276 ⟶ 273:
|625
|-
|[[Colmeal (Figueira de Castelo Rodrigo)|Colmeal]]
|539
|-
|[[Colmeal (Figueira de Castelo Rodrigo)||Bizarril]]
|510
|-
|[[Colmeal (Figueira de Castelo Rodrigo)|Milheiro]]
|475
|-
|[[Colmeal (Figueira de Castelo Rodrigo)|Luzelos]]
|525
|-
Linha 306 ⟶ 303:
|640
|-
|[[Penha deda Águia]]
|620
|-
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=== Hidrografia ===
[[Ficheiro:Barca03.jpg|thumb|direita|200px|Foz do [[Rio Águeda (Douro)|rio Águeda]], em [[Escalhão|Barca de Alva]].]]
O concelho de Figueira de Castelo Rodrigo é delimitado a [[Norte]] pelo [[rio Douro]], a [[Leste|Este]] pelo [[Rio Águeda (Douro)|rio Águeda]] e a [[ribeira]] de Tourões]], que constituem a sua fronteira internacional, e a [[Sul]] e [[Oeste]] pelo [[rio Côa]] que define a sua [[fronteira]] com o concelho de [[Pinhel]]. Outro curso de água de menor expressão é a ribeira de Aguiar, que atravessa o concelho na direcção do [[Noroeste]].
 
O rio Côa, com um comprimento de 130&nbsp;km, nasce na [[serra das Mesas]], nos [[Fóios]], freguesia do concelho do [[Sabugal]] e corre no sentido Sul-Norte, desaguando na margem esquerda do rio Douro, junto a [[Vila Nova de Foz Côa]].
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==== Espécies arvenses ====
[[Ficheiro:Fiori di mandorlo.jpg|thumb|direita|200px|Flor da [[amendoeira]] (''prunus dulcis'').]]
As explorações [[vinha|vitícolas]] e [[oliveira|oleícolas]] são as principais fontes de riqueza do concelho, pelo que a [[Vitis vinifera|videira]] (''Vitis vinífera'') e a oliveira (''Olea europaea'') são as plantas predominantes da sua [[flora]] agrícola cuja zona de implantação por excelência é a [[rio Douro|zona duriense]] com um [[clima continental]] de [[clima mediterrânico|feição mediterrânica]] e [[solo]]s derivados do [[xisto]] e uma [[paisagem|paisagem natural]] de [[vale]]s íngremes há muito modificada e transformada em socalcos. A [[figueira]] (''Ficus carica'') e a [[amendoeira]] (''Prunus dulcis''), adquire aí também alguma expressão. Nas [[arriba]]s do vale do [[Rio Águeda (Douro)|Águeda]] aquelas culturas coexistem com uma [[vegetação]] natural constituída por [[bosque]]s de [[zimbro]] (''Juniperus oxycedrus'') e por [[azinheira]]s (''Quercus rotundifolia''), enquanto na área [[planalto|planáltica]] que estende para [[Sul]], em locais marcadamente mediterrânicos, proliferam [[Azinheira|azinhais]] e [[sobreiro|sobreirais]] (''Quercus suber'') de mistura com zimbros, e, em locais mais [[clima temperado|temperados]] existem [[carvalho|carvalhais]] de [[carvalho-negral]](''Quercus pyrenaica''). O [[pinheiro]] (''Pinus pinaster'') e, com menor expressão, o [[castanheiro]] (''Castanea sativa'') são outros exemplos da cultura arvense e distribuem-se um pouco por todo o restante espaço do [[concelho]], formando algumas [[floresta|manchas florestais]] distintas, à excepção da área constituída pelas[[freguesia]]s de [[Vale de Alfonsinho]], [[Algodres (Figueira de Castelo Rodrigo)|Algodres]] e [[Vilar de Amargo]], devido à elevada concentração de [[monólito]]s de [[granito]]. Ainda com uma existência mais rara, assinala-se a presença do [[freixo]] (''Fraxinus Angustofila'') e do [[choupo]] (''Populus sp.'').<ref>Parque Natural do Douro Internacional http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007-AP-DouroInternacional/O+Parque/Valores+Naturais/Flora/?res=1280x800</ref> Das [[árvore|espécies arvenses]] existentes no [[concelho]] cabe ainda apontar as [[árvore frutífera|árvores de fruto]], designadamente a [[pêra|pereira]] e o [[pessegueiro]], que são na maior parte dos casos integrados em explorações mistas de [[agricultura de sequeiro|sequeiro]] nas [[vinha]]s e [[Oliveira|olivais]], a [[Maçã|macieira]] que chega a constituir grandes [[pomar]]es de exploração comercial, o [[marmeleiro]], com maior representatividade no extremo [[Nordeste]], nomeadamente em [[Escalhão]] , e a [[laranjeira]], na região de Barca de Alva, onde o [[clima mediterrânico]] proporciona a implantação de extensos laranjais e se colhem [[laranja]]s de excelente qualidade.
 
==== Espécies arbustivas e herbáceas ====
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=== Fauna ===
A [[pecuária]] tem resistido a muito custo no [[concelho]], sobretudo através da criação de [[transumância|gado transumante]] com mais expressão na exploração de [[rebanho]]srebanhos de [[ovelha]]s do que de [[cabra]]s, o que tem assegurado a sobrevivência da empresa ''Lacticínios da Marofa'' que continua aproduzir [[queijo]]s de reconhecida qualidade. Os animais domésticos, de um modo geral, são comuns aos que existem no resto do país, sendo na [[fauna| fauna selvagem]] que o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo merece referências especiais. As principais espécies cinegéticas são a [[perdiz-vermelha]] (''Alectoris ruf''), a [[rola|rola-brava ]] (''Streptopelia turtur'') e, com menos representatividade, o [[pombo-bravo]] (''Columba Oenas'') no que respeita à [[avifauna]]; o [[coelho]] (''Oryctolagus cuniculus''), e a [[lebre]] (''Lepus europaeus''), no que toca aos mamíferos.
 
==== Aves aquáticas ====
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==== Peixes ====
[[Ficheiro:Cyprinus carpio GLERL 1.jpg|thumb|direita|150px|[[carpa]], ''Cyprinus carpio''.]]
Há muito que a [[enguia]], o [[barbus barbus|barbo]], a [[boga]] e o [[Dicentrarchus|robalo]] são referidas pela população comum como espécies abundantes nos [[rio]]s e [[ribeiro|ribeira]]s do [[concelho]] e reconhecidas como recursos essenciais para a sua alimentação. Actualmente, estudos científicos realizados na área do Parque Natural do Douro Internacional revelam que o grupo das espécies de [[peixes]] presentes sofreu nas últimas décadas alterações no seu número e composição, pelo que das 14 espécies identificadas nas águas do [[Alto Douro]] e seus afluentes confirma-se a existência do barbo-comum , da [[boga-de-boca-direita]], do [[Squalius carolitertii|escalo]], da [[carpa]], do [[pimpão]], do [[lúcio (peixe)|lúcio]], da [[perca-sol]] , da [[truta-arco-íris]] e da [[achigã]]. A [[Chondrostoma arcasii|panjorca]] (''Chondrostoma arcasii'') encontra-se em perigo de extinção e o barbo-comum (''Barbus bocagei''), a [[Chondrostoma duriense|boga-do-norte]] (''Chondrostoma duriense'') e o escalo do Norte (''Squalius carolitertii'') também se incluem entre as espécies protegidas.
 
[[Ficheiro:Procambarus clarkii Bottom.jpg|thumb|direita|150px|[[lagostim-vermelho]], ''Procambarus clarkii''.]]