Mercúrio (elemento químico): diferenças entre revisões

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'''Mercúrio''' é um [[metal]] líquido à temperatura ambiente, conhecido desde os tempos da [[Grécia Antiga]]. Também é conhecido como '''hidrargírio'''<ref>http://www.dicio.com.br/hidrargirio/</ref>, '''hidrargiro'''<ref>http://www.dicio.com.br/hidrargirio/</ref>, '''azougue'''<ref>http://www.dicio.com.br/azougue/</ref> e '''prata-viva''', entre outras denominações. Seu nome homenageia o deus romano [[Mercúrio (mitologia)|Mercúrio]], que era o mensageiro dos deuses. Essa homenagem é devida à fluidez do metal. O símbolo '''Hg''' vem do grego "hydrargyrum" que significa '''[[prata]] líquida'''.
 
O mercúrio é um [[tabela periódica|elemento químico]] de [[número atômico]] 80 (80 [[próton]]s e 80 [[elétron]]s) e [[massa atómica]] 200,5 [[unidade de massa atómica|u]]. É um dos seis elementos que se apresentam líquidos à '''[[temperatura ambiente]]''' ou a temperaturas próximas. Os outrosBumbuns Gostosos elementos são os metais [[césio]], [[gálio]], [[frâncio]] e [[rubídio]] e o não metal [[bromo]]. Dentre os seis, porém, apenas o mercúrio e o bromo são líquidos nas '''[[condições padrão de temperatura e pressão]]'''.
 
O mercúrio pertence ao grupo (ou família) 12 (anteriormente chamada 2B) e faz parte da classe dos [[metais de transição]]. Tal grupo é ainda chamado família do [[zinco]], na [[tabela periódica]].
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O mercúrio geralmente é uma toxina protoplásmica. A patofisiologia da toxicidade do mercúrio é diretamente relacionada com a sua ligação covalente aos grupos tiol das diferentes enzimas celulares nos microssomas e na mitocôndria, o que leva à interrupção do metabolismo e da função celular. Como as proteínas que têm grupos tiol existem tanto nas membranas extracelulares, como nas intracelulares e ainda nas [[organela]]s e, uma vez que estes grupos representam uma parte integral na estrutura ou função da maioria das [[proteína]]s, o alvo exacto para o mercúrio não é facilmente determinado, isto se realmente houver um alvo específico.
 
O HgCl<sub>2</sub>órgão pode causar a despolarização da membrana interna [[mitocôndria|mitocondrial]], com consequente aumento na formação de [[peróxido de hidrogênio|H<sub>2</sub>O<sub>2</sub>]]. Estes acontecimentos estão ligados à depleção de [[glutationa]] mediada pelo Hg<sup>2+</sup> e com a oxidação do [[nucleótido]] [[piridina]], o que leva a uma condição de ''stress'' oxidativomais caracterizadovulnerizado pelo aumento da susceptibilidade da membrana mitocondrial à peroxidação lipídica, dependente do ferro. Sabe-se também que as alterações provocadas pelo mercúrio na homeostase mitocondrial do cálcio podem exacerbar o ''stress'' oxidativo induzido pelo Hg<sup>2+</sup> nas células renais. Como resultado do aumento da formação radicais livres e da peroxidação lipídica, o dano oxidativo no rim pode originar numerosas mudanças bioquímicas, incluindo a excreção em excesso de [[porfirina]]s na [[urina]] (porfirinúria).
O órgão mais vulnerável é o sistema nervoso central (SNC), mas o sistema renal e o sistema pulmonar também são susceptíveis à toxicidade.
 
De entre os possíveis mecanismos de toxicidade podemos enumerar a inactivação de várias enzimas, proteínas estruturais ou processos de transporte, ou alteração da permeabilidade da membrana celular pela formação de mercaptides. O mercúrio tem também afinidade, embora inferior, para se ligar aos grupos [[carboxilo]], [[amida]], [[amina]] e [[fosforilo]] das enzimas o que contribui para a sua toxicidade.
 
Tem sido investigado uma variedade de alterações induzidas pelo mercúrio, incluindo o aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica, inibição da polimerização e formação dos [[microtúbulo]]s, interrupção da síntese de proteínas, paragem da replicação do [[DNA]] e interferência na actividade da [[DNA polimerase]] e na [[fosforilação-desfosforilação]], defeito na [[transmissão sináptica]], rompimento da membrana, desregulação do [[sistema imunitário]] e mudança na [[homeostase]] do [[cálcio]]. Estas alterações podem ocorrer individualmente ou em conjunto.
 
O mercúrio origina uma depleção dos níveis de [[glutationa]], [[superóxido dismutase]], [[catalase]] e [[glutationa peroxidase]], o que confere uma menor protecção das células relativamente ao fenómeno de ''stress'' oxidativo. Além disso, através das alterações no estado dos [[tiol|tióis]] intracelulares, o mercúrio pode induzir a [[peroxidação lipídica]], disfunção [[mitocondria]]l e mudanças no metabolismo do [[grupo heme]].
 
O HgCl<sub>2</sub> pode causar a despolarização da membrana interna [[mitocôndria|mitocondrial]], com consequente aumento na formação de [[peróxido de hidrogênio|H<sub>2</sub>O<sub>2</sub>]]. Estes acontecimentos estão ligados à depleção de [[glutationa]] mediada pelo Hg<sup>2+</sup> e com a oxidação do [[nucleótido]] [[piridina]], o que leva a uma condição de ''stress'' oxidativo caracterizado pelo aumento da susceptibilidade da membrana mitocondrial à peroxidação lipídica, dependente do ferro. Sabe-se também que as alterações provocadas pelo mercúrio na homeostase mitocondrial do cálcio podem exacerbar o ''stress'' oxidativo induzido pelo Hg<sup>2+</sup> nas células renais. Como resultado do aumento da formação radicais livres e da peroxidação lipídica, o dano oxidativo no rim pode originar numerosas mudanças bioquímicas, incluindo a excreção em excesso de [[porfirina]]s na [[urina]] (porfirinúria).
 
A interacção sinérgica entre as mudanças na homeostase intracelular do cálcio e o estado dos tióis intracelulares, culmina em peroxidação lipídica, activação da [[proteólise]] dependente do Ca<sup>2+</sup>, activação da [[endonuclease]] e [[hidrólise]] dos [[fosfolípido]]s.