Pirômetro: diferenças entre revisões

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O impulso que motivou o desenvolvimento de pirômetros foi a necessidade de medir a temperatura de objetos muito quentes, impossibilitando contato direto, como metais fundidos, cerâmicas e outros processos industriais, estrelas e também a temperatura em câmaras como as de vácuo. Hoje em dia os pirômetros são métodos eficazes (erros próximos a 2% e que diminuem conforme a temperatura aumenta) para medição de temperatura inclusive [[Temperatura Negativa|negativas]]. <ref>C. Mercer, Optical metrology for fluids, combustion and solids (Kluwer Academic, 2003) </ref>
 
== História do Dispositivo ==
 
Tornou-se possível desenvolver pirômetros modernos quando o primeiro pirômetro de filamento que desaparece foi desenvolvido em 1901 por Kurlbaum e Holborn - físicos alemães. Antes disso outros modelos surgiram mas nunca com o mesmo impacto e aplicabilidade do método de filamento que desaparece. <ref>L. Michalski et al, ''Temperature Measurement, Second Edition''. (Wiley, 2001), pp. 162–208.</ref>
 
O equipamento se tratava de um filamento fino alimentado por uma fonte controlável que tinha sua temperatura controlada através da corrente. O brilho emitido pelo filamento aquecido era então comparado com o brilho de um objeto o qual se desejava obter informações sobre a temperatura. Uma escala permitia o controle da corrente no filamento e a temperatura era então obtida quando o filamento atingia a mesma cor que o objeto, "desaparecendo" diante do mesmo. O método claramente dependia da acuidade visual do operador.
[[Image: Pyrometer - disappearing filament.jpg|thumb|upright|Exemplo de pirômetro de filamento que desaparece]]
Após algum tempo de uso os operadores e desenvolvedores do equipamento perceberam que a temperatura fornecida pelo pirômetro era diferente da temperatura real do objeto - o que não era muito bem compreendido na época mas hoje sabemos ser a diferença entre um corpo-negro ideal e um corpo-negro real, um objeto cuja temperatura desejamos medir (também chamado de corpo-cinza), que é a [[emissividade]]. Com o estudo da emissividade foi possível descobrir que ela dependia de diversos fatores associados a estrutura do material e principalmente às condições da superfície e também da temperatura. <ref>Ng and G. Fralick (2001). "Use of a multiwavelength pyrometer in several elevated temperature aerospace applications". ''Review Scientific Instruments'' '''72''' (2): 1522. doi:10.1063/1.1340558.</ref>
 
Um método para contornar os problemas com a emissividade dos materiais foi empregado e utilizava da lei de Planck para relacionar a temperatura com a intensidade de radiação emitida por cada comprimento de onda. Quando se assumia que as emissividades são as mesmas para os dois comprimentos de onda escolhidos era possível utilizar uma manipulação matemática que cancelava as emissividades na razão das contribuições pelos dois comprimentos - foi o que deu o nome desse tipo de pirômetro de pirômetro de razão ou pirômetro de duas cores. Essa tecnologia foi explorada comercialmente por muito tempo até que fosse possível estudar melhor o comportamento dos materiais e se descobrir que as emissividades também mudam conforme o comprimento de onda que se escolhe, ou seja, o método da razão fornecia informações errôneas quanto a temperatura.
 
Hoje os pirômetros de múltiplas cores funcionam com aproximações que fornecem resultados muito precisos de temperatura mesmo para materiais onde a emissividade não é conhecida por completo e varie para diferentes comprimentos de onda.
== Ver também ==
*[[Termorresistência]];