Usuário:Contoaberto/A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica: diferenças entre revisões

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'''''A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica''''' (no original [[Língua alemã|em alemão]], ''Das Kunstwerk im Zeitalter seiner technischen Reproduzierbarkeit'') é um ensaio - Publicado pela primeira vez em 1936 e, posteriormente , em 1955 - do crítico cultural, filósofo e sociólogo [[Walter Benjamin]], que tem sido influente nas áreas de Estudos Culturais, influência da mídia, teoria da arquitetura<ref>Brian Elliott,'' Benjamin para Arquitetos'', Routledge, Londres, 2011. </ref> e [[história da arte]]. O ensaio foi produzido em um esforço para descrever uma teoria materialista da arte, que seria "útil para a formulação das exigências revolucionárias na política da arte". Ele argumentou que, na ausência de qualquer valor ritual tradicional, a arte na era da reprodução mecânica seria inerentemente baseada na prática da política.<ref>Walter Benjamin, ''A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica'', 1936, capítulo IV.</ref>Para tal, o autor fez uma reflexão sobre como a reprodutibilidade técnica causou uma deterioração da "aura", que estaria ligada ao aqui e agora da obra de arte; a partir do advento de tal reprodutibilidade técnica, o objeto artístico acaba por perder sua "unicidade", "singularidade" e "autenticidade" e, seu valor de culto, é drasticamente alterado graças à tecnologia industrial vigente. Neste cenário abrem-se as portas para o valor de exposição, onde o fundamental é distribuir cópias e faturar em cima da distribuição da arte.<ref>Walter Benjamin, ''A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica'', 1936, capítulo V.</ref>
==Walter Benjamin==
[[File:Walter Benjamin vers 1928.jpg|thumb|Walter Benedix Schönflies Benjamin, autor do reconhecido livro "''A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica''"]]
 
'''Walter Benedix Schönflies Benjamin''' (Berlim, 15 de julho de 1892 — Portbou, 27 de setembro de 1940) foi um influente nome no mundo da filosofia e da sociologia. Judeu alemão,ele é conhecido por seus ensaios e trabalhos como tradutor e crítico literário.
 
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==Arte: Reflexões ao longo da história==
A [[arte]] está ligada a manifestações estéticas que provêm das percepções, emoções e ideias dos [[artista]]s. É extremamente difícil, talvez até impraticável, estabelecer uma definição de arte. Diferentes teóricos fizeram esta tentativa ao longo da história, mas se depararem com a dependência da arte a uma enorme profusão de circunstâncias que a permeiam, sejam elas históricas, sociais, políticas, geográficas, linguísticas, econômicas, etc. Chega-se à conclusão, portanto, que a definição de arte varia de acordo com a época e a cultura.
[[File:Camera p1040345.jpg|thumb|A câmera fotográfica, grande marco na Era da Reprodutibilidade Técnica.]]
 
Mesmo que estas variações sejam foco de diversos teóricos do assunto até os dias atuais, também as características da produção artística e sua veiculação nos diferentes contextos históricos e culturais são preocupações de alguns destes estudiosos. [[Walter Benjamin]], por exemplo, procura entender de que modo a produção artística foi afetada pelo advento da reprodutibilidade técnica das formas simbólicas, principalmente a partir da entrada do processo industrial em tal produção.
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Para o autor, “a produção artística começa com imagens a serviço da magia. O que importa, nessas imagens, é que elas existem, e não que sejam vistas.”<ref>Walter Benjamin, ''A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica'', 1936, capítulo V.</ref> Ou seja, em relação ao “valor de culto”, a importância de uma obra de arte se dava a partir de sua função ritual, antes mágico e depois religioso e, portanto, ligada à unicidade das obras de arte. A partir do advento da reprodutibilidade técnica das formas simbólicas, estas obras acabam por se emancipar de sua função ritualística e, portanto, de sua existência única, sua "aura", e passam a ser exibidas e disponíveis, chegando a atingir enorme escala de exposição.  
[[File:Kinoeyeone.jpg|thumb|"Kino-eye" câmera cinematográfica primitiva utilizada largamente pelos cineastas soviéticos.]]  
 
Benjamin aponta o advento da fotografia como o início do recuo do valor de culto das obras de arte. No entanto, é válido ressaltar que, ao mesmo tempo, é na fotografia que este valor ainda pode encontrar alguma remanescência, já que as fotografias de rostos humanos podem chegar a afetar aqueles que teriam alguma ligação com quem está retratado em tais fotografias, trazendo-lhes uma saudade que poderia se relacionar ao valor de culto.