Marquês de Cascais: diferenças entre revisões

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[[File:Fl- 49 Livro do Armeiro-Mor, Castro Conde de Monsanto.jpg|thumb|''Castro conde de Monsanto'', in [[Livro do Armeiro-Mor]] (fl 49<sup>r</sup>) (1509): de prata, com seis arruelas de azul. Armas dos Castros '''Condes de Monsanto''' (1460) e mais tarde '''Marqueses de Cascais''' (1643).]]
#REDIRECT [[Conde de Monsanto]]
 
O título de '''Marquês de Cascais''' foi um [[título nobiliárquico]] de [[Portugal]]. Foi atribuído por carta de [[João IV de Portugal|D. João IV]] de 19 de Novembro de 1643 a D. Álvaro Pires de Castro, 6.º Conde de Monsanto, ao ser este nomeado embaixador a [[Paris]], no início da [[Guerra da Restauração]] (1640-1668).
 
Este '''Conde de Monsanto''' pertencia a uma das mais antigas e ilustres linhagens ibéricas: este título, cuja criação remonta a 1460, correspondia a um dos mais antigos condados de Portugal, e a linhagem tinha origens nos Condes de Lemos, da [[Galiza]], considerada uma das Casas mais ilustres de [[Castela]]. Sempre a partir de 1643 estiveram os dois títulos associados.
 
[[Anselmo Braamcamp Freire]] no Vol. I dos seu [[Brasões da Sala de Sintra]], dedica o Cap. III aos Castros de seis arruelas, incluindo o ramo dos Condes de Monsanto mais tarde Marqueses de Cascais.<ref>FREIRE, Anselmo Braamcamp: ''Brasões da Sala de Sintra'', Vol. I, p. 61-72</ref>
 
Também [[António Caetano de Sousa]], nas ''Memorias Historicas e Genealogicas dos Grandes de Portugal'', dedicou um capítulo às origens e genealogias destes títulos, ainda que o 4º Marquês de Cascais e 11º Conde de Monsanto à data da terceira edição da obra em 1755 já tivesse falecido sem descendência dez anos antes.<ref>CAETANO DE SOUSA, António: ''Memorias Historicas e Genealogicas dos Grandes de Portugal'', pp. 137-138 e 323-344.</ref>
 
== Condes de Monsanto (1460) ==
[[File:Memorias Historicas e Genealogicas dos Grandes de Portugal - Costados do Marquez de Cascaes.png|thumb|Costados dos Marqueses de Cascais, nas ''Memorias Historicas e Genealogicas dos Grandes de Portugal'' de [[António Caetano de Sousa]].]]
O condado de Monsanto fora criado em 21 de Maio de [[1460]] por D. [[Afonso V de Portugal]] a favor de D. Álvaro de Castro, bisneto do conde e condestável D. Álvaro Pires de Castro já mencionado.
 
O primeiro Conde de Monsanto casou com [[Isabel da Cunha, Condessa de Monsanto|D. Isabel da Cunha]], filha de D. Afonso, senhor de [[Cascais]], etc., filho este do bastardo Infante [[João de Portugal, Duque de Valência de Campos|D. João]], filho de [[Pedro I de Portugal|D. Pedro I]] e [[Inês de Castro|D. Inês de Castro]], também esta da família do primeiro conde.
 
Assim vemos que, através desta sua mulher, que entre outros herdara o senhorio de Cascais de seu pai, sempre esteve o senhorio da vila de Cascais ― elevada a [[vila]] por D. Pedro I ― associado aos Condes de Monsanto, que por isso mesmo foram feitos Marqueses desta vila mais tarde.
 
De destacar ainda a existência em Portugal de dois ramos distintos dos Castros, com armas diferentes:
* Os descendentes de [[Álvaro Pires de Castro|D. Álvaro Pires de Castro]] (1310-1384), filho bastardo do grande nobre galego D. Pedro Fernandes de Castro, ''o da Guerra''. D. Álvaro era meio-irmão bastardo de [[Fernán Ruíz de Castro|D. Fernando Rodrigues de Castro]], chamado ''Toda a Lealdade de Espanha'', e ainda de [[Inês de Castro|D. Inês de Castro]]. Foi conde e [[condestável]] de Portugal. Estes são os Castro ditos de seis arruelas, de que descendem os Condes de Monsanto e Marqueses de Cascais.
* Os descendentes de um sobrinho homónimo de D. Álvaro Pires de Castro, filho do supra citado D. Fernando Rodrigues de Castro, ''Toda a Lealdade de Espanha''. Estes são os Castro ditos de treze arruelas, a quem Braamcamp Freire também dedica um capítulo da sua obra.<ref>Id., ''Ibid.''. Capítulo VII, p. 139-147</ref>
 
[[Martim Afonso de Castro|D. Martim Afonso de Castro]], filho do 4.º Conde de Monsanto, foi [[Anexo:Lista de governadores da Índia Portuguesa|Vice-Rei]] da [[Estado Português da Índia|Índia]] em 1605-1607.
 
=== Titulares ===
# D. [[Álvaro de Castro, 1.º Conde de Monsanto]] (c. 1420 - 1471)
# D. [[João de Castro, 2.º Conde de Monsanto]] (c. 1440 - 1496)
# D. [[Pedro de Castro, 3.º Conde de Monsanto]] (c. 1460 - 1529)
# D. [[António de Castro, 4.º Conde de Monsanto]] (c. 1530 - 1602)
# D. [[Luís de Castro, 5.º Conde de Monsanto]] (c. 1560 - 1612)
# D. Álvaro Pires de Castro e Sousa (c. 1590 - 1674), 6.º Conde de Monsanto, feito '''1.º Marquês de Cascais'''.
 
== Marqueses de Cascais (1643) ==
[[File:Memorias Historicas e Genealogicas dos Grandes de Portugal - Marquez de Cascaes.png|thumb|Armas dos Marqueses de Cascais, na obra de Caetano de Sousa (1755).]]
Como ficou explicado, o 6.º Conde de Monsanto foi feito Marquês de Cascais em 1643, durante a [[Guerra da Restauração]] contra [[Espanha]], por ocasião de ser nomeado embaixador a [[Paris]] esse mesmo ano.
# D. [[Álvaro Pires de Castro e Sousa]] (c. 1590 - 1674), 1.º Marquês de Cascais e 6.º Conde de Monsanto
# D. Luís Álvares de Castro (1644 - 1720), 2.º Marquês de Cascais e 7.º Conde de Monsanto
# D. Manuel José de Castro Noronha Sousa e Ataíde (1666 - 1742), 3.º Marquês de Cascais e 8.º Conde de Monsanto
## D. Fernando de Noronha (1667 - 1722), 9.º Conde de Monsanto
## D. José Maria Leonardo de Castro (1714 - 1716), 10.º Conde de Monsanto
# D. Luís José de Castro Noronha Ataíde e Sousa (1717 - 1745), 4.º Marquês de Cascais e 11.º Conde de Monsanto.
 
O 4º Marquês de Cascais e 11º Conde de Monsanto morreu sem descendência, o que levou a que o uso do título não fosse reclamado.
 
=== Armas ===
As armas dos Castros Marqueses de Cascais e Condes de Monsanto eram: ''de prata, com seis arruelas de azul, alinhadas em duas palas, 3 e 3''.<ref>Descrição heráldica in ACADEMIA PORTUGUESA DA HISTÓRIA: ''Livro do Armeiro-Mor'' (1509), p. XLVI.</ref> Estas armas encontram-se no [[Livro do Armeiro-Mor]] (fl 49<sup>r</sup>), no [[Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas]] (fl 9<sup>v</sup>), no [[Thesouro de Nobreza]] (fl 23<sup>r</sup>), etc.
 
Quanto ao [[Timbre (heráldica)|Timbre]] dos Castros, Braamcamp Freire descreve várias variantes existentes:
* uma ''"roda de navalhas de Santa Caterina, a roda de sua côr, as navalhas de prata"'', que são as que se podem ver na [[Sala de Sintra]], e que era o timbre dos senhores do morgado de Penha Verde, adoptado por um filho de [[João de Castro|D. João de Castro]], [[Vice-rei da Índia]] (1545-1548).
* ''"um lião nascente, ou de oiro, ou de prata, e umas vezes carregado com os móveis do escudo, outras não"'', que é o comum.
* ''"um caranguejo de prata, carregado das seis arruelas do escudo"'', que é o geralmente dado à Casa de Monsanto.
 
No entanto, António Caetano de Sousa nas suas ''Memorias Historicas e Genealogicas dos Grandes de Portugal'' esclarece ser o timbre dos Marqueses de Cascais ''"meyo Leaõ de ouro."''
 
Para esclarecimento, as armas dos Castros ditos de treze arruelas eram: ''de ouro, com treze arruelas de azul, alinhadas em três palas, 4, 5, e 4''.<ref>Descrição heráldica in ACADEMIA PORTUGUESA DA HISTÓRIA: ''Livro do Armeiro-Mor'' (1509), p. XLVI.</ref> [[Timbre (heráldica)|Timbre]]: ''lião nascente de oiro, armado e linguado de vermelho'', nas palavras de Braamcamp Freire. Estas armas também se encontram em todas as obras mencionadas supra.
 
== Após a queda da Monarquia ==
Com a queda da Monarquia e a [[implantação da República Portuguesa]] em 1910 foram os titulares à data da implantação da República autorizados a manter e usar os seus títulos até à morte. No entanto, nunca entretanto tinham estes títulos sido renovados. Os títulos de Marquês de Cascais e Conde de Monsanto encontram-se hoje extintos.
 
== Ver também ==
=== Condados do século XV ===
* [[Conde de Vila Real]] (1424)
* [[Conde de Marialva]] (1440)
* [[Conde de Odemira]] (1442)
* [[Conde de Atouguia]] (1448)
* [[Conde de Valença]] (1464)
* [[Conde de Abrantes]] (1476)
* [[Conde de Caminha]] (1476)
* [[Conde de Olivença]] (1476)
* [[Conde de Cantanhede]] (1479)
* [[Conde da Feira]] (1481)
* [[Conde de Alcoutim]] (1496)
* [[Conde de Portalegre]] (1498)
 
== Notas ==
<references/>
 
== Bibliografia ==
* ''Livro do Armeiro-Mor'' (1509). 2.ª edição. Prefácio de Joaquim Veríssimo Serrão; Apresentação de Vasco Graça Moura; Introdução, Breve História, Descrição e Análise de José Calvão Borges. Academia Portuguesa da História/Edições Inapa, 2007
* ''Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas'' (António Godinho, Séc. XVI). Fac-simile do MS. 164 da Casa Forte do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Introdução e Notas de Martim Albuquerque e João Paulo de Abreu e Lima. Edições Inapa, 1987
* BRAAMCAMP FREIRE, Anselmo: ''Brasões da Sala de Sintra''. 3 Vols. 3ª Edição, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1996
 
 
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