Georg Wilhelm Friedrich Hegel: diferenças entre revisões

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Adicionei um comentário sobre a postura de Hegel a respeito do pensamento oriental, e uma referência bibliográfica, com link para o texto do artigo, disponível na Internet.
Linha 72:
A filosofia de Hegel afirmava que tudo o que é real, é também racional; e, por corolário, tudo o que é racional, é real. O fim da história era, para Hegel, a parusia do espírito; e o desenvolvimento histórico podia ser equiparado ao desenvolvimento de um organismo (os componentes têm funções definidas, sendo que enquanto trabalham, afetam o restante). Hegel acredita em uma norma divina, fulcrada no princípio de que em tudo se encontra a volição de Deus, a qual é conduzir o homem para a liberdade; porquanto é panteísta. Justifica, então, a desgraça histórica: todo o sangue e a dor, a pobreza e as guerras, constituem "o preço" necessário a ser pago para alcançar a liberdade da humanidade.
 
Hegel valeu-se deste sistema para explicar toda a história da filosofia, da ciência, da arte, da política e da religião; no entanto, muitos críticos modernos assinalam que Hegel constantemente parece ignorar as realidades da história a fim de fazê-las encaixar em seu molde dialético. Seu pressuposto histórico de que o pensamento dos povos orientais era necessariamente imperfeito e pré-filosófico o levou a negar a existência de uma verdadeira filosofia, na Índia.<ref>MARTINS, Roberto de Andrade. [https://www.academia.edu/4480249/A_critica_de_Hegel_a_filosofia_da_India._MARTINS_Roberto_de_Andrade A crítica de Hegel à filosofia da Índia]. ''Textos SEAF'' (5): 58-116, 1983.</ref>

Karl Popper, crítico de Hegel em ''A sociedade aberta e seus inimigos'', opina que o sistema de Hegel constitui uma justificação vagamente dissimulada do governo de Frederico Guillermo III e da ideia hegeliana de que o objetivo ulterior da história é chegar a um Estado que se aproxima ao da Prússia do decênio de 1831. Esta visão de Hegel como apólogo do poder estatal e precursor do totalitarismo do século XX foi criticada minuciosamente por Herbert Marcuse em ''Razão e revolução: Hegel e o surgimento da teoria social'', arguindo que Hegel não foi apólogo nem do Estado nem da forma de autoridade, simplesmente porque estes existiram; para Hegel, o Estado deve ser sempre racional. Arthur Schopenhauer desprezou Hegel por seu historicismo e tachou sua obra de ''pseudofilosofia''.
 
A filosofia da história de Hegel está também marcada pelos conceitos da "astúcia da razão" e do "escárnio da história". A história conduz os homens que creem se conduzir ''de per si'', como indivíduos e como sociedades, castigando suas pretensões, de modo que a história-mundo, ao fazer troça deles, produz resultados exatamente contrários e paradoxais aos pretendidos por seus autores, a despeito de, nos períodos finais, a história se reordenar e, em um cacho fantástico, retroceder sobre si mesma e, com sua gozação sarcástica e paradoxal convertida em mecanismo de criptografia, cria também ela mesma, sem querer, realidades e símbolos ocultos ao mundo e acessíveis tão-somente aos cognoscentes, ''id est'', àqueles que querem conhecer.