William Carr Beresford: diferenças entre revisões

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'''William Carr Beresford''' ([[Irlanda]], [[1768]] — [[8 de Janeiro]] de [[1854]]) foi um militar [[Reino Unido|britânico]], [[marechal]] ([[1809]]) e depois marechal-general ([[1816]]) do [[Exército português]].
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'''William Carr Beresford''' ([[Irlanda]], [[{{dtlink|lang=pt|||1768]]}}[[{{dtlink|lang=pt|8 de Janeiro]] de [[|1|1854]]}}) foi um militar [[Reino Unido|britânico]], [[marechal]] ([[1809]]) e depois marechal-general ([[1816]]) do [[Exércitoexército português]].
 
Foi comandante em chefe durante toda a [[Guerra Peninsular]], de Marçomarço de [[1809]] à [[Guerras liberais|revolução liberal de 1820]], gozando de poderes de governação dada a ausência da [[Corte]] portuguesa, refugiada no [[Brasil]] ([[1808]]-[[1821]]).
 
Beresford nasceu em [[1768]] na [[Irlanda]], filho ilegítimo do [[Marquês de Waterford]] e protegido pelo [[Partido Tory]], onde era amigo de [[Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington|Arthur Wellesley]]. Serviu no [[Exército Britânico]] em [[Toulon]] ([[1793]]); foi tenente-coronel na [[Índia]], coronel do 88º Regimento no [[Egipto]] ([[1801]]), [[brigadeiro]] no [[Cabo da Boa Esperança]], e ocupou [[Buenos Aires]] ([[1806]]) onde foi aprisionado. Comandou a ocupação da [[Madeira]] em Dezembrodezembro de [[1807]] e aí aprendeu português. Fez a expedição da [[Corunha]] em [[1809]] e regressou a Portugal.
 
Foi em Portugal [[Marquês de Campo Maior]], título recebido por decreto de [[17 de dezembro]] de [[1812]] de [[Maria I de Portugal|D. Maria I]], e [[Conde de Trancoso]], e Visconde de [[Beresford]] na [[Grã-Bretanha]]. Era de grande estatura e corpulento, sendo a presença realçada por um rosto muito irregular e de aparência algo sinistra, pois tinha o olho esquerdo vazado por um tiro, o que surpreendia os interlocutores. Nomeado Marechal do Exército em Março de [[1809]] pelo Conselho de Regência, Beresford aproveitou a reorganização das forças militares criada por D. [[Miguel Pereira Forjaz]], para a adaptar ao serviço de campanha do exército britânico.
 
Encontrando o exército desfalcado pela ausência dos comandos no Brasil e na [[Legião Portuguesa (napoleónica)|Legião Portuguesa]], e pela relativa velhice e ineficácia de muitos dos oficiais recorreu à atribuição de comandos a oficiais britânicos, tendo plenos poderes para nomear e demitir (''hire and fire'') os subordinados. Como outras medidas, Beresford criou os depósitos de recrutamento em [[Peniche]], [[Mafra (Portugal)|Mafra]] e [[Salvaterra de Magos|Salvaterra]]; presidiu à distribuição das novas armas e equipamentos; levou um exército treinado ''à prussiana'' a manobrar ''à inglesa''; introduziu Ordens do Dia para informar o exército e apurar a disciplina: tanto se lhe conhecem mandatos de prisão e de execução sumária sem julgamento em [[tribunal militar]], como louvores e promoções por mérito. [[João Pedro Ribeiro]] chamou-lhe ''moderador e animador do exército''.
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Foi um enérgico administrador. Sendo o ''melhor dos segundos'', [[Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington|Wellington]] preferia-o como seu lugar-tenente, estatuto muito ressentido pelos generais britânicos seniores. Era pessoalmente muito bravo, destacando-se em [[Albuera]] onde teve de combater a corpo a corpo com um lanceiro polaco sendo depois auxiliado por um [[cavaleiro]] português. Em [[Salamanca]] comandou pessoalmente o ataque da 3ª Brigada portuguesa que imobilizou o contra-ataque francês, ficando gravemente ferido.
 
Era adulado até [[1815]] pela população que reconhecia nele o artífice da vitória. Contudo, sua carreira de “protector” de Portugal após o fim da [[Guerra Peninsular|guerra]] apagou muito do que lhe deve o país.
 
Após o julgamento e execução do tenente-general [[Gomes Freire de Andrade]] em [[1817]] e outros, deslocou-se ao Brasil para pedir maiores poderes. Havia pretendido suspender a execução da sentença até que fosse confirmada pelo soberano mas a Regência, "melindrando-se de semelhante insinuação como se sentisse intuito de diminuir-se-lhe a autoridade, imperiosa e arrogante ordena que se proceda à execução imediatamente" (Rocha Pombo, "''História do Brasil''", volume IV, pg. 12). Diz o mesmo autor: "Não pequeno susto causou no Rio a vinda inesperada de Beresford. Convocou imediatamente D. João o seu conselho." Achada a fórmula para a solução do momento, "reformou-se a constituição da Regência, reduzindo-lhe as funções ao meramente administrativo e concentrando a autoridade política nas mãos de um delegado imediato do soberano, com o título de marechal-general junto à sua real pessoa. Fizeram então voltar para Lisboa o marechal Beresford investido de tão alto posto, como se respondessem assim aos clamores do povo português - entregando-o à tutela humilhante, ao arbítrio e às truculências daquele estrangeiro."
 
Mas, afastando para a América o inglês inconveniente, os absolutistas facilitavam a execução do plano dos liberais: assim que em 2 de maio de 1820 o marechal partiu, trataram os governadores do reino de estabelecer o mais cauteloso sistema de polícia e repressão. Fechou Portugal ao mundo, e deixou-se a Regência ficar desapercebida dos riscos que sobrevinham. A cidade do Porto levantou-se então contra o obscuro regalismo da Regência. Ali se fundara o [[Sinédrio]], ali Fernandes Tomaz e Silva Carvalho reuniam ao redor de si outros chefes de prestígio. Tudo se preparou para o rompimento, e pela madrugada de [[24 de agosto]] rompeu a revolução.
 
No regresso do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] pela nau ''Vengeur'', fundeada no Tejo em [[10 de outubro]], Beresford foi impedido pela Junta de desembarcar em [[Lisboa]] e regressou à Grã-Bretanha.
 
Ainda esteve em Portugal em [[1823]] procurando vergar [[João VI de Portugal|D. João VI]] às tentativas absolutistas de [[Miguel I de Portugal|D. Miguel]].
 
Contribuiu para as obras ''Strictures on Napier’s History'' e ''Further Strictures'', escritas por [[Benjamin D'Urban]], refutações da ''História da Guerra Peninsular'' de [[William Napier]], que confirmam o respeito pelo exército português, que comandou durante onze anos.