Conquista normanda do sul da Itália: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Aff...
Linha 1:
[[Imagem:Kingdom of Sicily 1154-pt.svg|miniaturadaimagem|O Reino da Sicília (em verde) em 1154, o que representa a extensão da conquista normanda na Itália durante várias décadas de atividades por aventureiros independentes.]]
A '''conquista dos [[normandos]] no [[sul da Itália]]''' por volta do {{séc|XI}}, envolveu uma série de batalhas e muitos beligerantes independentes conquistando territórios por conta própria. Somente depois estes se uniram para formar o [[Reino da Sicília]], que incluiaincluía não somente a ilha da [[Sicília]], mas também toda a porção sul dda península da Itália (exceto a cidade de [[Benevento]], que eles tomaram apenas em duas ocasiões) assim como também o arquipélago de [[Malta]] e parte do [[Norte de África|norte da África]].
 
Imigrantes normandos ambientaram-se ao [[Mezzogiorno]] como mercenários[[mercenário]]s a serviço de vários [[Lombardos]] e facções [[Império Bizantino|bizantinas]], comunicando a notícia rapidamente na volta para casa das oportunidades que existiam no Mediterrâneo. Estes grupos se juntaram em vários lugares, eventualmente estabelecendo feudos e estados próprios, conseguindo se unificar e elevar o seu estatuto a uma independência ''de facto'' dentro de cinqüenta anos após terem chegado.
 
Ao contrário da [[conquista normanda da Inglaterra]] (1066), que teve lugar ao longo de alguns anos após [[Batalha de Hastings|uma batalha decisiva]], a conquista do sul da Itália, foi o produto de décadas e muitas batalhas, algumas decisivas. Muitos territórios foram conquistados de forma independente, e só mais tarde foram todos unificados em um estado. Em comparação com a conquista da Inglaterra, foi planejada e desorganizada, mas igualmente concluída.
 
== Chegada dos normandos na Itália, 999-1017 ==
A data mais próxima que relatam a chegada de cavaleiros normandos no sul da Itália é de 999,<ref>{{Citar livro |sobrenome=Van Houts |nome=Elizabeth |título=The Normans in Europe |subtítulo= |idioma=inglês |edição= |local=Manchester |editora=Manchester University Press |ano=2000 |página=223 |páginas= |volumes= |isbn=071904751X }}</ref> embora possa ser assumido que tinham chegado antes. Naquele ano, de acordo com várias fontes, peregrinos normandos voltaram do [[Santo Sepulcro]] de [[Jerusalém]] por meio deda Apulia[[Apúlia]], paradoparando em [[Salerno]], onde ficaram com o príncipe [[Guaimar III]]. A cidade e seus arredores foram atacadas pelos [[sarracenos]] da África exigindo o pagamento em atraso de um tributo anual. Enquanto Guaimar começou a recolher o tributo, os normandos o censuraram e seus súditos [[Lombardia|lombardos]] por falta de coragem, e eles agrediram os bloqueios sarracenos. Eles fugiram, muitos despojos foram tomados, e Guaimar, feliz, pediu que os normandos ficassem. Eles se recusaram, mas prometeram trazer seus ricos presentes aos seus compatriotas na [[Normandia]] e dizer-lhes de possíveis recompensas para o serviço militar em Salerno. Algumas fontes ainda têm Guaimar enviando emissários para a Normandia para trazer de volta os cavaleiros. EstaEste contarelato deda chegada dos normandos às vezes é chamada de "tradição de Salerno" (ou "Salernitantradição traditionsalernitana").<ref name=joranson355>Joranson, 355 and n 19.</ref><ref name="Normans by Brown p97">{{Citar livro |sobrenome=Brown |nome=R. Allen |título=The Normans |subtítulo= |idioma=inglês |edição= |local=Woodsbridge, Suffolk |editora=Boydell & Brewer |ano=1984 |página=97 |páginas= |volumes= |isbn=0-85115-359-3 }}</ref>
 
A tradição salernitana foi primeiro gravadacontada por Amatus[[Amado de MontecassinoMonte Cassino]] em sua ''Ystoire de li Normant'' entre 1071 e 1086.<ref name="Normans by Brown p97" /> Grande parte dessas informações foram emprestadas de AmatusAmado por [[Pedro, o Diácono (cronista)|Pedro, o Diácono]] para a sua continuação do ''"Chronicon monasterii Casinensis"'' de [[Leão de Óstia]], escrito no início do {{séc|XII}}. Começando com a ''[[Annales Ecclesiastici]]'' de [[César Barônio]] no {{séc|XVII}}, a história salernitana se tornou a história aceita.<ref>Joranson, 356.</ref> Sua precisão fatual foi questionada periodicamente nos séculos seguintes, mas foi aceita, com algumas modificações, pela maioria dos estudiosos desde então.<ref>Ambos Chalandon e Norwich fornecem uma história combinada baseada nas tradições de Salerno e Gargano. Houben, p.8,apresenta a tradição salernitana como um fato.</ref>
 
Outro relato histórico sobre a chegada dos primeiros normandos na Itália aparece em crônicas primárias, sem referência a qualquer presença anterior daquele povo. Esta história tem sido chamada de "tradição de Gargano".<ref name=joranson355/> De acordo com esse relato, peregrinos normandos do santuário de [[Miguel (arcanjo)|Miguel Arcanjo]] no [[Gargano|Monte Gargano]] conheceram o lombardos de [[Melo de Bari existentes]] em 1016 e foram convencidos a se juntar a ele em um ataque contra o [[Império Bizantino|governo bizantino]] de [[Apúlia]].
 
Tal como acontece com a tradição de Salerno, há duas fontes primárias para a história de Gargano: oa ''Gesta Roberti Wiscardi'', de [[Guilherme da Apúlia]], de 1088-1110, e a ''Chronica monasterii S. Bartholomaei de Carpineto'' de um monge chamado Alexandre, escritoescrita cerca de um século mais tarde e com base na obra de Guilherme.<ref>Joranson, 358.</ref> Alguns estudiosos combinaram os contos salernitanos e de Gargano. [[John Julius Norwich]] sugeriu que o encontro entre Melo e os normandos tinham sido organizados por Guaimar.<ref>Chalandon faz uma conexão semelhante entre as tradições. Joranson, 367, encontra tais hipóteses "impraticáveis".</ref> Melo tinha estado em Salerno pouco antes de sua visita ao Monte Gargano.
 
Outra história envolve o exílio de um grupo de irmãos da família Drengot. Um dos irmãos, Osmund (de acordo com [[VitalisOrderico OrdericVital]]) ou Gilbert (de acordo com AmatusAmado e Pedro, o Diácono), assassinaram [[Guilherme de Repostel]] (''Repostellus'') na presença de [[Roberto I da Normandia|Robert I, duque da Normandia]]. Alega-se que Repostel tinha se gabado de desonrar a filha de seu assassino. Ameaçando de morte a si mesmo, o irmão Drengot fugiu com seus irmãos para [[Roma]], onde um dos irmãos teve uma audiência com o [[Papapapa]], antes de passar para se juntar Melo de Bari. AmatusAmado data a história depois de 1027 e não menciona o papa. Segundo ele, os irmãos de Gilbert foramchamavam-se Osmund, Ranulf, Asclettin e Ludolf (Rudolf acordo com Pedro).<ref name="Normans by Brown p97-98">{{Citar livro |sobrenome=Brown |nome=R. Allen |título=The Normans |subtítulo= |idioma=inglês |edição= |local=Woodsbridge, Suffolk |editora=Boydell & Brewer |ano=1984 |página=97–98 |páginas= |volumes= |isbn=0-85115-359-3 }}</ref>
 
O assassinato de Repostel é datado por todas as crônicas do reinado de [[Roberto, o Magnífico]], e, assim, depois de 1027, embora alguns estudiosos acreditam que Roberto era um erro do escriba para Ricardo, indicando [[Ricardo II da Normandia]], que era duque em 1017.<ref>Joranson, 369.</ref> A data de início é necessária se a emigração dos primeiros normandos tinha qualquer ligação com os Drengots e o assassinato de Guilherme de Repostel. Nas ''Histórias'' de Ralph Glaber, um "Rodulfus" deixa a Normandia após desagradar o Condeconde Ricardo (ou seja, Ricardo II).<ref>Joranson, 371.</ref> Fontes divergem quanto quem entre os irmãos era o líder na viagem para o sul. OrdericOrderico e [[Guilherme de Jumièges]] em sua ''"[[Gesta Normannorum Ducum]]'' nomeiamcita Osmund; Glaber nomeiacita Rudolph; LeoLeão, Amatus,Amado e AdhemarAdemar de Chabannes]] indicam Gilbert. De acordo com fontes italianas mais ao sul, o líder do contingente Normandonormando na [[Batalha de Canas]] em 1018 era Gilbert.<ref>Chalandon, 52. Norwich.</ref> Se Rudolf se identifica com a história de Rudolf Amatus como um dos irmãos Drengot, então talvez Rudolf fosse o líder em Canas.<ref>Joranson, 371, contesta a identificação dos dois Rudolfs.</ref>
{{Referências|Notas|col=2}}