Tradicionalismo: diferenças entre revisões

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Mas ter atenção que atitude tradicionalista distingue-se da [[conservadorismo]], que apenas vê o tradicionalismo como apego às tradições sem que estas tenham a possibilidade de evolução, por este último não ser hostil às inovações políticas, sociais, individuais ou grupais. Enquanto o espírito conservador tem uma atitude que se caracteriza pela deliberação em manter a ordem social, política ou económica existente, o espírito tradicionalista é aberto à mudança e até pugna frequentemente pela mudança.
 
Enquanto carácter filosófico-teológico católico, que se pode confundir com o [[ultramontanhismo]], representa uma oposição do [[racionalismo]] extremado, característica principal do [[século XVIII]]. Os critérios para encontrar a sua verdade consistem, basicamente, em sua antiguidade, perpetuidade e universalidade. Deste modo, o tradicionalismo defende a submissão de toda ordem [[moral]] e social ao poder da [[Igreja católica|Igreja]], e a reinstauração da antiga [[monarquia]] (não [[constitucional]]) como o sistema de governo mais verdadeiro, partindo da aceitação de seu princípio [[divino]]<ref>[http://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/tradicionalismo.html Tradicionalismo, Algosobre Vestibular]</ref>. No entanto, o [[Concílio Vaticano I]] condenou os erros de certos tradicionalistas, aqueles que caíam noutro extremo, enquanto negavam capacidade à [[razão]] humana<ref>[http://www.montfort.org.br/old/index.php?secao=cartas&subsecao=filosofia&artigo=20040804202726&lang=bra Tradicionalismo, por Orlando Fedeli, Cartas aos Leitores, Monfort]</ref>.
 
Obviamente os partidários das ideias consideradas de [[Esquerda (política)|esquerda]] são os adversários imediatos, pois defendem que é preciso superar a desigualdade social, o domínio de classes e opressões causadas por estruturas que permanecem imutáveis por muitos séculos. Ou seja, argumentam que manter as tradições é uma forma de perpetuar a exploração e antigas formas de preconceito<ref>[http://www.infoescola.com/sociologia/tradicionalismo/ Tradicionalismo, InfoEscola]</ref>.
 
Foram tradicionalistas autores como [[Taine]], [[Galéot]], [[Paul Bourget]], [[Joseph de Maistre]], [[Louis de Bonald]] e [[Félicité de Lamennais]].
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A mudança, porém, deve realizar-se sem romper com os antecedentes [[moralidade|morais]] que são o fundamento de uma dada sociedade<ref>os tradicionalistas se distinguem dos conservadores por não serem avessos às inovações sociais, políticas, grupais ou individuais. Enquanto o conservador deseja manter a ordem social, política e econômica existente, o tradicionalista é mais sensível a mudanças. No entanto, por serem tradicionalistas, esta mudança não pode ser completa e radical, ela deve acontecer sem rompimento com os antecedentes morais que supostamente fundamentam a sociedade. - [http://www.infoescola.com/sociologia/tradicionalismo/ Tradicionalismo, InfoEscola]</ref>. O tradicionalismo reage normalmente de forma negativa às [[revoluções]], em especial aquelas que pretendem fazer tábua rasa do passado e do fundamento moral que constituiu uma dada sociedade. Opta antes pela [[contra-revolução]]. Para o tradicionalista, deve ser a [[História]], e não as nossas predilecções doutrinárias, o melhor guia na determinação dos regimes políticos. Se uma dada instituição, como a Instituição Real por exemplo, foi derrubada, é decerto contraproducente tentar voltar atrás e reerguê-la tal como existia, mas deverá ser observado se a função que essa instituição desempenhava encontrou um substituto capaz.
 
Enquanto carácter filosófico-teológico católico, que se pode confundir com o [[ultramontanhismo]], representa uma oposição do [[racionalismo]] extremado, característica principal do [[século XVIII]]. Os critérios para encontrar a sua verdade consistem, basicamente, em sua antiguidade, perpetuidade e universalidade. Deste modo, o tradicionalismo defende a submissão de toda ordem [[moral]] e social ao poder da [[Igreja católica|Igreja]], e a reinstauração da antiga [[monarquia]] (não [[constitucional]]) como o sistema de governo mais verdadeiro, partindo da aceitação de seu princípio [[divino]]<ref>[http://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/tradicionalismo.html Tradicionalismo, Algosobre Vestibular]</ref>. No entanto, o [[Concílio Vaticano I]] condenou os erros de certos tradicionalistas, aqueles que caíam noutro extremo, enquanto negavam capacidade à [[razão]] humana<ref>[http://www.montfort.org.br/old/index.php?secao=cartas&subsecao=filosofia&artigo=20040804202726&lang=bra Tradicionalismo, por Orlando Fedeli, Cartas aos Leitores, Monfort]</ref>.
 
Obviamente os partidários das ideias consideradas de [[Esquerda (política)|esquerda]] são os adversários imediatos, pois defendem que é preciso superar a desigualdade social, o domínio de classes e opressões causadas por estruturas que permanecem imutáveis por muitos séculos. Ou seja, argumentam que manter as tradições é uma forma de perpetuar a exploração e antigas formas de preconceito<ref>[http://www.infoescola.com/sociologia/tradicionalismo/ Tradicionalismo, InfoEscola]</ref>.
 
No início do [[século XX]], o tradicionalismo recebeu um contributo insuspeito da ciência nas descobertas de [[René Quinton]], com a «lei da constância do meio vital dos seres». Nessa lei, Quinton não negou a [[Evolução]] mas concretizou-lhe as possibilidades: "''os organismos vivos, para se manterem, procuram sempre restabelecer a pureza do seu meio vital, isto é, procuram manter a inviolabilidade das circunstâncias especiais que os geraram e de cuja guarda e duração depende a sua existência''". Os tradicionalistas viram aí uma estrondosa confirmação do princípio tradicionalista: "''res eodem modo conservatur quo generantur''" ("''as coisas existem pelas mesmas razões porque se geram''").