Acordo Ortográfico de 1945: diferenças entre revisões

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===Mudanças em Portugal===
* As formas de terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir passaram de ''têemteem'' e ''veem'' a ''têm'' e ''vêm'', e isso se estende aos derivados: ''conteem'' → ''contêm'', ''interveem, manteem'' → ''intervêm, mantêm''. ''Com isso, a pronúncia de ''têm'' e ''vêm'' em duas sílabas ([tãjaj] e [vãjãj] ou [tẽjẽj] e [vẽjẽj]) ficaram sendo consideradas como dialetais.
* Palavras como ''tambêm'', ''Jerusalêm'', ''(êle) contêm'', ''(êle) intervêm'' passaram a ser grafadas ''também'', ''Jerusalém'', ''(ele) contém'', ''(ele) intervém''.
* Palavras iniciadas com "sc" perderam o S inicial: ''sciência'' → ''ciência'', ''scisão'' → ''cisão''. O S continuou em derivados antigos, como ''consciência'' e ''rescisão''.
* Passou-se a exigir a inclusão de consoantes mudas em um pequeno número de palavras em que não eram pronunciadas em Portugal, mas o eram no Brasil, quer geral, quer restritamente (''caracteres'', ''cacto'', ''tecto'').
* Deixou-se de usar sinal diacrítico para indicar que o U é pronunciado em palavras como ''freqùente'' ou ''agùentar'', passando a ''frequente'' e ''aguentar''. A grafia ''Gùiana'' foi desautorizada.
* Abolição das seqüênciassequências ''mm'' e ''nn'' em palavras como ''emmalar'' e ''ennegrecer'' (passando a ''emalar'' e ''enegrecer''). Nessas palavras, a primeira letra da dupla servia para marcar a nasalização da vogal precedente. No entanto, continuou a grafar-se ''connosco'' e ''comummente''.
* Regularização do emprego do hífen
* Desautorizou-se marcar o hiato átono de palavras como ''saìmento''
* Abolição de Z em fim de sílaba átona e X em fim de sílaba com valor de S depois de qualquer vogal que não E: ''azteca'' → ''asteca'', ''juxtapor'' → ''justapor''
* Abolição do acento em I tónico de hiato quando seguido por NH: ''raínha, baínha'' → ''rainha, bainha''
 
===Mudanças que afetariam os dois países===
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* Em palavras com E ou O nasal tônico, troca do acento circunflexo pelo agudo, quando a vogal fosse aberta em Portugal (''gênio'' → ''génio'', ''Antônio'' → ''António''), mas manutenção do acento circunflexo quando a pronúncia fosse fechada em Portugal (''paciência'', ''autêntico'').
* Abolição do acento nas palavras terminadas em -éia e -éico(a) (''idéia'' -> ''ideia''), uma vez que a pronúncia é fechada em Portugal.
* Abolição do trema em palavras como ''freqüência,'' e ''sagüi, delinqüente,''.
* Desautorização do trema para marcação de hiato átono em palavras como ''saüdade'', ''gaüchismo, vaïdade, moëda, coëlho''.
* Abolição do acento circunflexo em palavras como ''vôo'' e ''enjôo''.
 
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** '''''Base V''''': distinções gráficas entre ''ch/x'', ''g/j'', ''s/ss/c/ç/x'', do facto de nunca se grafar com [[ç|c cedilhado]] inicial, das distinções entre s/x/z finais e interiores;
** '''''Base VI''''': da eliminação das sequências interiores cc/cç/ct/pc/pç/pt quando invariavelmente mudos e de sua manutenção quando pronunciados num país e não no outro ou quando têm valor fonético e/ou valor de tradição ortográfica e similaridade com outras línguas românicas;
** '''''Base VII''''': aplicação do mesmo princípio da Base VI às seqüênciassequências consonantais ''bd, bt, cd'', etc., assim como como da simplificação ortográfica de várias outras sequências consonânticas de origem grega;
** '''''Base VIII''''': manutenção das consoantes finais [[b]], [[c]], [[d]], [[g]] e [[t]], quer sejam mudas ou não;
** '''''Base IX''''': emprego do [[e]] ou do [[i]] e do [[o]] ou do [[u]] em função da etimologia;
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** '''''Base XXVIII''''': uso do [[hífen]] nas palavras compostas;
** '''''Base XXIX''''': uso do hífen nas palavras compostas com [[prefixo]]s de origem grega ou latina;
** '''''Base XXX''''': uso do hífen nas palavras com [[sufixo]]s de origem Tupitupi-Guaraniguarani;
** '''''Base XXXI''''': uso do hífen nas flexões do verbo ''haver'' ligadas à preposição ''de'';
** '''''Base XXXII''''': uso do hífen em encadeamentos vocabulares, tais como: ''o percurso Lisboa-Coimbra-Porto'', etc.;
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** '''''Base XXXV''''': uso do apóstrofo para a cisão gráfica de uma contracção ou aglutinação vocabular, como em ''d'«Os Lusíadas»'', ''pel'«Os Sertões»'', nada impedindo o uso separado: ''de «Os Lusíadas»'', ''por «Os Sertões»''.
** '''''Base XXXVI''''': possibilidade do uso do apóstrofo para a referência a entidades sagradas: ''d'Ele'', ''lh'A'', etc.;
** '''''Base XXXVII''''': uso do apóstrofo no caso da [[elisão]] do [[e]] em termos como: ''pau-d'arco'', ''copo-d'água'', etc.
** '''''Base XXXVIII''''': uso do apóstrofo na elisão de palavras com Santo (Sant'Iago) ou Santa (Sant'Ana), podendo ser fundidos caso haja unidade [[morfologia|mórfica]];
** '''''Base XXXIX''''': uso de maiúsculas para designar raças, povos ou populações e meses do ano;