Roberto I, Duque da Borgonha: diferenças entre revisões

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[[File:Duché et Comté de Bourgogne au XIVe siecle.svg|thumb|upright=2|<center>O Ducado da Borgonha e o Condado da Borgonha ''(aproximadamente o [[Franco-Condado]] atual)'']]
 
Em Outre-Saône, no Condado da Borgonha, o último rei, [[Rodolfo III da Borgonha|Rudolfo III]] morreu em [[1032]] sem descedência. Dois dos seus sobrinhos, [[Odo II de Blois|Odo]], filho de sua irmã [[Berta da Borgonha]], e [[Conrado II|Conrado]], marido de sua sobrinha [[Gisela da Suábia|Gisela]], filha de sua irmã [[Gerberga da Borgonha|Gerberga]], poderiam reivindicar à sua sucessão. Afastado Odo, a escolha de Rodolfo foi feita em Conrado, que apoiou à sua sucessão. Odo reivindicou o seu direito. [[Reinaldo I da Borgonha|Reinaldo I]], filho de [[Otão-Guilherme da Borgonha|Otão-Guilherme]], aderindo ao seu partido, entrou na liga contra Conrado e nas duas tentativas ([[1033]]-[[1036]]) que Odo fez para tomar posse do reino de Borgonha. Em [[17 de maio]] de [[1038]], no dia da dieta de Soleure, que viu a ligação ao Império do Condado, Reinaldo preferiu ficar em Dijon, juntamente com os condes de Chalon e de Nevers, os bispos de Langres e de Soissons, em vez de prestar vassalagem ao imperador; comprovando o interesse e apoio (?) que deveria mostrar o duque Roberto pelos assuntos do Outre-Saône<ref>A forma interrogativa foi usada por J. Richard em ''Os duques da Borgonha e a formação do ducado do século XI ao século XIV'', p. 13.</ref>.
 
==Intervenções no Auxerrois==
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O filho de Reinaldo, [[Guilherme I de Nevers|Guilherme I]], reforçou o seu poder pelo seu casamento em [[1045]] com Ermengarda de Tonnerre e reivindicou seus direitos no condado de Auxerre. A guerra recomeçava. Em [[1057]] um exército ducal comandado por Hugo, o filho mais velho do duque, invade o Auxerrois e incendiaram a cidade de [[Saint-Bris]]<ref>Jacques-Antoine Dulaure, [http://books.google.fr/books?id=klIUAAAAYAAJ&pg=PA53&dq=%22GUILLAUME%22+de+Nevers%22+hugues+%22fils+de+Robert%22#PPA53,M1 ''História crítica da nobreza, desde o início da monarquia''], 1790, p.53.</ref>. Roberto I, em [[1058]], ajudado por [[Teobaldo III de Blois|Teobaldo]], conde de Blois, também se tornou conde de Champagne, atacou a Abadia de Saint-Germain de Auxerre<ref>Waast Barthélemy Henry, [http://books.google.fr/books?id=COUVAAAAYAAJ&pg=PA352&dq=#PPA173,M1 ''História da Abadia de Saint-Germain de Auxerre''], 1853, p. 173.</ref>. Por volta de [[1059]] e [[1060]], o filho mais velho de Roberto I, Hugo, encontrou a morte pouco depois em uma ação de guerra contra o conde [[Guilherme I de Nevers|Guilherme I]] de Nevers. No ano seguinte, [[Teobaldo III de Blois|Teobaldo]] voltou à guerra no Auxerrois. só conseguindo incendiar [[Toucy]]. O concílio de [[Autun]], em 1060, marcou o fim da guerra no Auxerrois. O duque parece ter abandonado os seus direitos sobre o Auxerrois<ref>J. Richard em ''Os duques de Borgonha e a formação do ducado do século XI ao século XIV'', p. 12.</ref>.
 
==A ''morte'' de Damásio de Semur-en-Brionnais==
Roberto detinha um caráter violento e selvagem. Nas palavras de alguns historiadores, especialmente E. Petit, apoiado por Eugene Jarry <ref>Em ''Formação territorial da Borgonha. Ensaio de geografia histórica'', Paris, 1948. Em J. Richard, ''Os duques de Borgonha e a formação do ducado do século XI ao século XIV'', p. 146, r. 3.</ref>, o que não é subscrito pelo historiador J. Richard<ref name=richard>Esta versão dos fatos é identica à tése desenvolvida por E. Petit em ''História dos duques da Borgonha da linhagem capetiana'', T. I, p. 167-169.
<br />
O historiador [[Jean Richard (historien)|Jean Richard]] em ''Os duques de Borgonha e a formação do ducado do século XI ao século XIV'', Société ''As Belas Letras'', Paris, 1954, p. 12, r. 3, a refuta e, da sua parte, se contenta de escrever especialmente sobre a morte de Damásio: <br />'''«Nós não sabemos nada sobre o tipo de morte a que sucumbiu Damásio de Semur»'''. <br />Mas no entanto ele fornece os seguintes detalhes: {{citação|[[Hildeberto de Lavardin|Hildeberto (Hildeberto de Mans)]], refere que o duque, seu genro, o havia feito perecer «''propria manu''», o que permitiu aos historiadores da região de Brionnais em supor que ele havia encontrado a morte durante a guerra do Auxerrois. Quanto a Petit, acrescenta à morte de Damásio, a do filho deste, morto por «dois soldados do duque», que aqui o evidênciam as fontes (''História dos duques da Borgonha da linhagem capetiana'', T. I, p. 167-168). O mesmo historiador, de acordo com uma interpretação devida a Maillard de Chambure, ''História e descrição da Igreja de Notre-Dame de Semur-en-Auxois '' (M.C.A.C.O., I série, I, 1832-1833, p. 76-84), supôs que Damásio teria sido envenenado durante um banquete no qual se encontrava o seu genro, isto de acordo com o tympanum da ''Porte des Bleds'', na Igreja de Notre-Dame de Semur-en-Auxois, executado apenas depois [[1250]] e que representa um banquete na corte do rei Gondofares, entre outras cenas da lenda de [[São Tomé]]. As contorsões de uma dançarina são assimiladas como as convulsões de Damásio envenenado (P. de Truchis, ''Notre-Dame de Semur'', em ''Guia do congrèsso arqueológico. D’Avallon'', 1907; Kleinclausz, ''Quomodo'', p. 70, n° 2). Este erro de interpretação foi devido a uma confusão entre os dois Semur, cometido por [[Claude Courtépée|Courtépée]] que sabia entretanto que o selo da duquesa Hélia havia sido descoberto no castelo de Semur-en-Brionnais (''Description…'', III, p. 84) e afirma ainda que Notre-Dame de Semur havia sido construída por Roberto I para expiação da morte de Damásio. A morte deste foi anterior a [[1048]], como o mostra uma carta de Cluny (n° 2940)}}.</ref> que escreveu: "Nós não sabemos nada sobre o tipo de morte a que sucumbiu Damásio de Semur", o duque Roberto poderia, em um acesso de raiva depois de uma discussão durante uma refeição, ter matado Damásio de Semur <ref name=richard/>, seu padrasto bem comoo seu cunhado, Jocerando<ref>Em ''História da Ordem de Cluny depois da fondação da abadia atè à morte de Pedro, o Venerável'' de J.-Henri Pignot, T. II, 1868, p. 4, r. 1, J.-H Pignot escreve sobre a morte de Jocerando: «Jocerando foi morto enquanto jovem por um soldado que procurou por asilo em Cluny».</ref>, filho de Damásio, que queria intervir.
 
==Expedição na Espanha==
O abade [[Hugo de Cluny]], que desempenhou um papel em Espanha na propagação da reforma gregoriana e na erradicação do [[rito moçárabe]], interessou a nobreza borgonhesa pela [[Reconquista]]. Roberto I entrou em [[1058]] em [[Barcelona]], ​​na corte do conde desta cidade, Raimundo Borel. Ele estava acompanhado de seu segundo filho, [[Henrique da Borgonha|Henrique]], filho de sua primeira esposa Hélia de Semur. Após o encontro, Henrique havia se casado com uma parente do conde<ref>M. Chaume nomeia esta parente: «Clemence de Barcelone, presumida neta de Raimundo Borel I».</ref>, cujo apelido passou para os seus descendentes<ref>''Os duques de Borgonha e a formação do ducado do século XI ao século XIV'', p. 13, r. 1, e M. Chaume, ''Os primeiros cruzados borgonhões no outro lado dos Pirinéus'' , Anais da Borgonha, XVIII, 1946, p. 161-165, e ''Ao lado dos cruzados borgonhões da Espanha'', Anais da Borgonha, IX, 1937, p. 68-73.</ref>.
 
==Descendência==