Dulcídio Wanderley Boschilia: diferenças entre revisões

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Em 1973, um caso curioso: um repórter da revista ''[[Placar]]'' flagrou um bandeirinha aplicando laquê nos longos cabelos de Dulcídio. "Tem que usar", defendeu-se o juiz. "Senão os cabelos atrapalham a visão."<ref>''Placar'' número 1.101, março de 1995, Editora Abril, pág. 15</ref> No mesmo ano, emocionou-se e foi às lágrimas depois de apitar um jogo entre [[Sport Club Corinthians Paulista|Corinthians]] e [[Associação Portuguesa de Desportos|Portuguesa]], quando foi elogiado pelos dois lados.<ref name="grandenoite" /> "No intervalo o próprio [[Wladimir Rodrigues dos Santos|Wladimir]] veio me cumprimentar, dizendo que o [[Cabinho]] não estava mesmo impedido e que eles tinham reclamado apenas para forçar uma situação", comemorou, depois do jogo.<ref name="grandenoite" /> No ano seguinte, foi chamado à [[Federação Paulista de Futebol]] para ser comunicado que seu nome tinha sido aprovado para os quadros da [[Fifa]], mas, no dia seguinte, deu uma entrevista criticando o [[cartão amarelo]] e, coincidência ou não, seu nome foi retirado da lista pouco depois.<ref name="placar814" /> Em 1983, aceitou um cheque de 300 mil [[Cruzeiro (moeda)|cruzeiros]] para usar como prova de suborno, mas não só sua denúncia não deu em nada como ele quase foi processado por corrupção.<ref name="placar814" />
 
Apitou as decisões dos [[Campeonato Brasileiro|Campeonatos Brasileiros]] de [[Campeonato Brasileiro de 1975|1975]] e [[Campeonato Brasileiro de 1988|1988]], além das decisões dos [[Campeonato Paulista de Futebol|Campeonatos Paulistas]] de [[Campeonato Paulista de Futebol de 1974|1974]], [[Campeonato Paulista de Futebol de 1975|1975]], [[Campeonato Paulista de Futebol de 1977|1977]], [[Campeonato Paulista de Futebol de 1981|1981]], [[Campeonato Paulista de Futebol de 1983|1983]], [[Campeonato Paulista de Futebol de 1986|1986]] e [[Campeonato Paulista de Futebol de 1987|1987]] e, do [[Campeonato Mineiro de Futebol de 1985|Campeonato Mineiro de 1985]] e do [[Campeonato Baiano de Futebol de 1988|Campeonato Baiano de 1988]], entre outras decisões de estaduais. Foi ainda auxiliar no jogo que decidiu o [[Campeonato Paulista de Futebol de 1971|Campeonato Paulista de 1971]], quando correu para o meio-campo para indicar que o gol foi legal, decisão que o árbitro da partida, [[Armando Marques]], reverteu.<ref>{{citar web |url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/colunas/futebolnarede/ult868u653585.shtml |publicado=[[Site da Folha de S. Paulo]] |autor=Humberto Peron |título=Árbitros: discussões eternas |obra= |data=17 de novembro de 2009 |acessodata=17 de novembro de 2009}}</ref> Na decisão do [[Campeonato Paulista de Futebol de 1985|Campeonato Paulista de 1985]], foi vetado pela Portuguesa.<ref name="placar814" /> "[O presidente [[Osvaldo Teixeira Duarte]]] não quis árbitros 'velhos'", ironizou depois. "Agora eu gostaria de saber como está explicando no [[Estádio do Canindé|Canindé]] o pênalti marcado para o São Paulo, num lance em que o [[Sídnei José Tobias|Sídnei]] pisou na bola."<ref name="placar814" />
 
Na, em 1987, quando o São Paulo foi campeão em cima do Corinthians, apitou apesar de ter sofrido um grave acidente de carro dezoito dias antes, na [[Rodovia Castelo Branco]], quando faleceu sua segunda esposa, Berenice Bialski. Ele voltava de [[Tupã]], onde tinha apitado a final da Terceira Divisão Paulista, entre [[Tupã Futebol Clube|Tupã]] e [[Palmital Atlético Clube|Palmital]], com a esposa e os bandeirinhas, e bateu na traseira de um caminhão.<ref>"Drama de Dulcídio", ''Placar'' número 89, 24 de agosto de 1987, Editora Abril, pág. 8</ref> Ele foi aplaudido pela torcida antes de a partida começar. Ao final, depois de levantar a bola e chorar,<ref name="lance">"O apito perde o Alemão", Rubens Leme da Costa, ''Lance!'', 15 de maio de 1998, pág. 23</ref> desmaiou de dor ao ser abraçado por um amigo justamente na costela fissurada no acidente. "Eu tinha duas opções: encarar a realidade ou me entregar", disse, após o jogo.<ref>"O velho Dulcídio de sempre", ''Placar'' número 901, 7 de setembro de 1987, Editora Abril, pág. 21</ref> Ele dedicou sua arbitragem nessa final, além da esposa falecida, aos preparadores físicos do Corinthians, que em apenas dez dias ajudaram-no a se recuperar do acidente.<ref name="jt-31-8-87" /> Não foi, entretanto, sua primeira partida depois do acidente: uma semana antes, apitou uma partida da Divisão Intermediária, entre [[Associação Esportiva Guaratinguetá|Esportiva]] de [[Guaratinguetá]] e [[Ituano Futebol Clube|Ferroviário Ituano]]. "De que adiantaria ficar me lamentando?", perguntou. "Mesmo sofrendo, prefiro voltar à rotina da vida."<ref>"Volta inesperada", ''Placar'' número 900, 31 de agosto de 1987, Editora Abril, pág. 10</ref>