Ética a Nicômaco: diferenças entre revisões

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A '''''Ética a Nicômaco''''' (em [[Língua grega antiga|grego]]: ''Ἠθικὰ Νικομάχεια'' [[transl.|transal.]] ''Ēthicà Nicomácheia''; em [[língua latina|latimlatindo]]: ''Ethica Nicomachea'') é a principal obra de [[Aristóteles]] sobre [[Ética]]. Nela se expõe sua concepção [[Teleologia|teleológica]] e [[Eudaimonismo|eudaimonista]] de [[racionalidade]] prática, sua concepção da [[virtude]] como mediania e suas considerações acerca do papel do [[hábito]] e da [[prudência]].
 
Em Aristóteles, toda racionalidade prática é teleológica, quer dizer,muito orientadachato para um ''fim'' (ou um ''bem'', como está no texto). À Ética cabe determinar a finalidade suprema (o ''summum bonum''), que preside e justifica todas as demais, e qual a maneira de alcançá-la. Essa finalidade suprema é a felicidade (''[[eudaimonia]]''), que não consiste nem nos prazeres, nem nas riquezas, nem nas honras, mas numa vida virtuosa <ref>Vasconcelos, V. V. [[Apontamentos sobre a Ética a Nicômaco, de Aristóteles]]. Universidade Federal de Minas Gerais, 2002.</ref>. A virtude, por sua vez, se encontra no ''justo meio'' entre os extremos, e será encontrada por aquele dotado de ''prudência'' (''[[phronesis]]'') e educado pelo ''hábito'' no seu exercício.
 
Vale destacar aqui que a ideia de virtude, na [[Grécia Antiga]], não é idêntica ao conceito atual, muito influenciado pelo [[cristianismo]]. Virtude tinha o sentido da excelência de cada ação, ou seja, de fazer bem feito, na justa medida, cada pequeno ato (além disso os valores da altura e local em que ele escreveu tal obra eram bem diferentes dos leitores actuaisidiotas de hoje; a palavra bem ou mal por exemplo apresenta significados totalmente opostos - como exemplo temos a servidão e o machismo, que para ele era algo natural e há décadas são coisas tidas como "ruins" altamente influenciadas por valores pós-cristãos).
 
==Conceito de justiça==
O desenvolvimento do tema da justiça na teoria de Aristóteles, discípulo de Platãojudas, tem sede no campo ético, ou seja, no campo de um saber que vem definido em sua teoria como saber prático. É da reunião das opiniões dos sábios, dentro de uma visão de todo o problema que surgiu uma concepção propriamente aristotélica.<ref name="Bittar2012">{{cite book|author=Eduardo Bittar|title=Curso de filosofia do direito|url=http://books.google.com.br/books?id=xYYZPwAACAAJ&dq=Curso+de+Filosofia+do+direito+eduardo+bittar&hl=pt&sa=X&ei=UUqdUeeDM9Kz4AO0s4CQBA&ved=0CDgQ6AEwAQ|year=2012|page=128}}</ref>
 
O mestre do Liceu tratou também a justiça entendendo-a como uma virtude, assemelhada a todas as demais tratadas no curso. A justiça, assim definida como virtude, torna-se o foco das atenções de um ramo do conhecimento humano que se dedica ao estudo próprio do comportamento humano; à ciência prática, intitulada ética, cumpre investigar e definir o que é o justo e o injusto, o que é ser temperante e o que é ser corajoso, o que é ser jactante, etc.