Produtividade (ecologia): diferenças entre revisões

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=== Nutrientes ===
[[File:WOA09 sea-surf NO3 AYool.png|thumb|Media anual da concentração do nitrato (NO<sub>3</sub><sup>-</sup>) encontrado na superfície dos oceanos. Dados do Word Ocean Atlas 2009.]]
A produtividade primária marinha também está associada à disponibilidade de nutrientes dissolvidos na água, já que os organismos autótrofos necessitam deles para crescimento e reprodução. Os principais nutrientes necessários ao fitoplâncton são o [[nitrogênio]], encontrado na água do mar nas formas químicas de [[nitrato]] (NO<sub>3</sub><sup>-</sup>), [[nitrito]] (NO<sub>2</sub><sup>-</sup>) e [[Amónio|amônio]] (NH<sub>4</sub><sup>+</sup>), e o [[fósforo]], encontrado principalmente na forma de ortofosfato (HPO<sub>4</sub><sup>2-</sup>). Alguns organismos como as [[Diatomácea|diatomáceas]] também necessitam de [[silício]] como nutriente, que ocorre dissolvido na água do mar na forma de ácido silícico (Si(OH)<sub>4</sub>). O [[ferro]] (Fe) também é considerado um micronutriente limitante à produtividade primária.<ref name=":0">Coale, K.H.; Johnson, K.S.; Fitzwater, S.E.; Gordon, R.M.; Tanner, S.; Chavez, F.P.; Ferioli, L.; Sakamoto, C.; Rogers, P.; Millero, F.; Steinberg, P.; Nightingale, P.; Cooper, D.; Cochlan, W.P.; Landry, M.R.; Constantinou, J.; Rollwagen, G.; Trasvinastar, A.; Kudela, R. 1996. A massive phytoplankton bloom induced by an ecosystem-scale iron fertilization experiment in the Equatorial Pacific Ocean. Nature, 383: 495-501.</ref> Experimentos apontaram que florações expressivas de fitoplâncton desenvolvem-se ao adicionar o ferro em algumas áreas oceânicas.<ref name=":1">Raymont, J.E.G. 1980. Plankton and Productivity in the Oceans. 1st edition, Macmillan, New York.</ref> Todos esses nutrientes são escassos na zona eufótica da coluna de água marinha, resultando em baixa produtividade primária. Algumas áreas do oceano podem ser consideradas quase como desertos biológicos.{{Carece de fontes|ci|amb|data=dezembro de 2014}}
 
== Variação da produtividade primária nos oceanos ==
A produtividade primária marinha global apresenta tanto uma variação latitudinal quanto uma variação entre os diferentes ecossistemas marinhos. Levando em conta a importância da luz, presença de nutrientes, transparência e turbulência da água e considerando a interação destes fatores, é possível entender as variações geográficas e ecossistêmicas na produtividade observada nos oceanos.
 
Em geral, a produtividade primária marinha decresce no sentido continente-oceano.<ref name=":2">Ryther, J.H. 1963. Geographical Variations in Productivity. 2nd edition, Wiley-Interscience, New York.</ref> Isso ocorre porque quanto mais próximo da região costeira, maior é o aporte de nutrientes. Os continentes são a principal fonte alóctone de nutrientes para os oceanos por meio principalmente da descarga fluvial. Na zona costeira ocorre um grande aporte de nutrientes. Mesmo em áreas marinhas tropicais, a zona costeira apresenta taxas elevadas de produtividade.{{Carece de fontes|ci|amb|data=dezembro de 2014}}
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[[File:Seawifs global biosphere.jpg|thumb|Concentração média de clorofila-a no oceano global e nos continentes entre setembro de 1997 e agosto de 2000. A estimativa da biomassa autótrofa é um ótimo indicador da produção primária potencial. Fornecido pelo Projeto SeaWiFS, NASA / Goddard Space Flight Center and ORBIMAGE.]]
Variações latitudinais são observadas em áreas de oceano aberto, longe da influência dos continentes. Neste caso existe uma variação da produtividade primária entre as regiões temperadas, tropicais e polares.<ref>{{citar livro|título name=":2" Geographical variations in productivity|sobrenome = Ryther|nome = John H.|edição = 2ed|local = New york|editora = Willey-Interscience|ano = 1963|página = |isbn = }}</ref> Em zonas temperadas, as mudanças sazonais pronunciadas promovem dois picos na produtividade primária: um mais pronunciado na primavera e outro menor no outono. Baixas produtividades são observadas no verão e no inverno. Nas regiões temperadas, os meses de verão apresentam alta incidência de radiação solar, permitindo a formação de uma [[termoclina]] pronunciada que impede a mistura de águas superficiais com águas profundas. Essa termoclina prejudica o enriquecimento das águas superficiais por nutrientes, causando uma queda na produtividade primária.<ref name=":20">{{citar periódico|ultimo = Coale|primeiro = K. H., Johnson, K. S., & Fitzwater, S. E.|titulo = A massive phytoplankton bloom induced by an ecosystem-scale iron fertilization experiment in the Equatorial Pacific Ocean.|jornal = Nature|doi = |url = |acessadoem = }}</ref><sup> </sup>No outono, a incidência de radiação solar diminui e a termoclina tende a enfraquecer ou até mesmo deixar de existir. Nesta condição, há possibilidade da mistura de água superficial com profunda e os nutrientes tornam-se novamente disponíveis na superfície do oceano. Com isso, pequenas florações de fitoplâncton podem ocorrer. Contudo, devido à queda na incidência de radiação solar, a produtividade também tende a decrescer no final do outono.<ref name=":01">{{citar livro|título = Plankton and productivity in the oceans|sobrenome = Raymont|nome = RAYMONT, John EG|edição = 1ed|local = New York|editora = Macmillan|ano = 1980|página = |isbn = }}</ref> No inverno, mesmo com níveis altos de nutrientes, a incidência de radiação solar diminui ainda mais, ocasionando baixas taxas de [[produção primária]]. Na primavera ocorre o aumento da incidência de radiação solar e, devido às camadas superficiais estarem fertilizadas com nutrientes, também há um rápido crescimento do fitoplâncton. Esse fenômeno é conhecido como floração de primavera e sustenta altas taxas de produção primária.<ref name=":01" />
 
Nos oceanos tropicais, o fator limitante para a produção primária é a disponibilidade de nutrientes, já que essas regiões recebem elevada incidência de radiação solar durante todo o ano. Devido à essa maior incidência de radiação solar, as águas tropicais são estratificadas termicamente e apresentam uma forte termoclina que impede a mistura das camadas de água e dificulta o transporte de nutrientes de camadas mais fundas para a superfície do oceano. Assim, apesar de condições ideais de incidência solar, a não disponibilidade de nutrientes faz com que haja uma baixa produtividade primária ao longo de todo ano nas regiões tropicais.<ref name=":01" />
 
Em áreas polares, diferentemente do que acontece em regiões tropicais, os nutrientes são abundantes e a luz é o fator limitante para o crescimento do fitoplâncton. Neste caso, a produtividade primária se restringe ao período de verão, quando a luz incidente é suficiente para a realização da fotossíntese pelo fitoplâncton. Durante as outras estações do ano, a produtividade primária é praticamente nula devido à ausência de luz ou pela forte atenuação da mesma (causada pelas camadas de gelo que cobrem a superfície da água).{{Referências|refs = Referências}}
 
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