Reforma gregoriana: diferenças entre revisões

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== Crítica e Revisão da "Reforma Gregoriana" ==
Como demonstra o historiador Leandro Rust, no livro "A Reforma Papal (1050-1150): trajetórias e críticas de uma história"<ref name=":0">{{citar livro|título = A Reforma Papal (1050-1150): trajetórias e críticas de uma história|sobrenome = Rust|nome = Leandro|edição = 1ª|local = Cuiabá|editora = EdUFMT|ano = 2013|página = 25-84|isbn = 978853270150}}</ref>, há décadas a compreensão a respeito da Reforma Gregoriana é alvo de críticas e revisões por parte dos historiadores. Desde que os anos 1930, quando o medievalista francês Augustin Fliche assegurou o sucesso desta expressão como categoria histórica, diversos autores criticaram-na em seus aportes fundamentais. Argumentos imprescindíveis para se falar em uma "Reforma Gregoriana" foram sistematicamente questionados: as noções de uma "crise do século X" e de uma "anarquia feudal durante o século XI" foram criticadas por Gerd Tellenbach já em 1936; a partir da década seguinte, uma série de publicações dos Studi Gregoriani demonstrou a diversidade de realidades políticas e jurídicas encoberta pela abordagem generalista estruturada a partir do conceito; entre 1960 e 1990 autores como John Gilchrist, Ovidio Capitani, Harold Berman e John Howe apontaram varidasvariadas imprecisões metodológicas implicadas na ideia de uma "Reforma Gregoriana". Segundo Leandro Rust, as críticas acumuladas revelaram os diversos pressupostos característicos da realidade do Ocidente moderno projetados sobre o passado medieval, tais como uma radical separação entre clérigos e laicos, um modelo institucional centralizador, uma racionalidade jurídica teleológicaanacrônica. Tais princípios unem as noções de "Reforma Gregoriana" e "Revolução Papal": <blockquote>"''Ambas reduzem o passado a uma unidade taxativa, hermética, negando a positividade histórica a grupos e ações sociais que não anunciem a Modernidade industrial. No que diz respeito à sociedade da época do papa Gregório VII, a busca para restituir as experiências possíveis da condição humana, ampliando a complexidade da trajetória dos homens no tempo, passa por aceitar a possibilidade teórica de que a política papal dos séculos XI e XII não seja explicada nem como reforma, nem como revolução. Mas, sim, como uma alteridade histórica que parece ainda não ter alcançado uma identidade conceitua''l".<ref name=":0" /> </blockquote>
== {{Ver também}} ==
* [[Renascimento do Século XII]]