Federação do Mali: diferenças entre revisões

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== Formação ==
[[Imagem:Location French West Africa.svg|thumb|left|190px|Colônias da [[África Ocidental Francesa]].]]
No final de novembro de 1958, Sudão Francês, Senegal, Alto Volta e Daomé declararam conjuntamente a intenção de aderir à [[Comunidade Francesa]] e formar uma federação que uniria as quatro colônias. O Sudão Francês e o Senegal, apesar de divisões de longa data entre os principais partidos políticos,{{sfn|Hodgkin & Morgenthau|1964|p=242}} foram os propulsores mais entusiasmados pela federação, enquanto que o Daomé e o Alto Volta eram mais hesitantes em seu desejo de se juntar à federação.{{sfn|Foltz|1965|p=99}} O Sudão Francês convocou representantes de cada um dos quatro países (e da Mauritânia, na qualidade de observador) para [[BamacoBamako]], entre 28 e 30 de dezembro para discutir a formação da federação.{{sfn|Foltz|1965|p=100}} O Sudão Francês e o Senegal lideraram o Congresso com Modibo Keïta nomeado o presidente da reunião e [[Léopold Sédar Senghor]] sendo o líder-chave em muitas questões, incluindo a criação do nome "Federação do Mali" para a união proposta.{{sfn|Foltz|1965|p=102}} Apesar de Alto Volta e Daomé terem declarado apoio formal à federação, tendo o Alto Volta até mesmo aprovado a Constituição da Federação do Mali em 28 de janeiro de 1959, a pressão política da França e da Costa do Marfim (que opuseram-se à federação por razões diferentes) resultou na não-ratificação de uma Constituição que os incluo-se dentro da federação.{{sfn|Kurtz|1970|p=405}}{{sfn|Foltz|1965|pp=109-111}} Consequentemente, apenas as colônias do Sudão Francês (nesta altura chamada República Sudanesa) e do Senegal estavam engajadas nas discussões sobre a formação da federação em 1959.{{sfn|Hodgkin & Morgenthau|1964|p=242}}
 
As eleições de março de 1959 cimentaram, tanto no Sudão Francês quanto em Senegal, o poder de partidos políticos que defendiam a formação de uma federação. A [[União Sudanesa - Assembleia Democrática Africana]] (''Union Soudanaise-Rassemblement Démocratique Africain'', US-RDA) de Keïta conquistou 76% dos votos e todos os assentos na assembleia territorial do Sudão Francês, e a [[Partido Socialista (Senegal)|União Progressista Senegalesa]] (''Union Progressiste Sénégalaise'', UPS) de Senghor conquistou 81% dos votos e todos os assentos na assembleia territorial do Senegal.{{sfn|Foltz|1965|p=116}} Apesar de Senghor ter ganho as eleições por uma grande margem, alguns conservadores islâmicos [[marabuto]]s apoiaram a candidatura de Cheikh Tidjane Sy. Este desafio para o UPS foi uma pequena demonstração da fraqueza da base política interna de Senghor e exigiu um complexo sistema de alianças com vários grupos domésticos, as quais adquiririam importância como o progresso da federação. Sy foi preso no dia da eleição, em decorrência de um pequeno tumulto realizado por seu partido.{{sfn|Foltz|1965|p=116}}